Editor original: James Mcleod Willson (1809 - 1866) Tradução e Revisão : Editora Caridade Puritana Publicado pela Amazon KDP, 2019 Dezembro 2019 Sumário Indicações Um Breve Comentário A Vida de James Mcleod Willson Prefácio INTRODUÇÃO CAPÍTULO 1 O LIVRO DOS SALMOS É UM MANUAL COMPLETO DE LOUVOR. CAPÍTULO 2 O LIVRO DOS SALMOS TEM O SELO DA NOMEAÇÃO DIVINA, QUE NENHUM OUTRO TEM. CAPÍTULO 3 HÁ ALGUMA AUTORIZAÇÃO PARA FAZER OU USAR, NO CULTO A DEUS, SALMOS OU HINOS QUE NÃO AQUELES JÁ PROVIDENCIADOS POR DEUS PARA A SUA IGREJA? CAPÍTULO 4 A ADEQUAÇÃO DOS SALMOS PARA O CULTO DO NOVO TESTAMENTO, E SEU USO, VINDICADO CONTRA OBJEÇÕES. CAPÍTULO 5 ALGUMAS OBSERVAÇÕES SOBRE A VERSÃO ESCOCESA DOS SALMOS APÊNDICE A. Salmos para ambos os Testamentos. APÊNDICE B. APÊNDIC E C. Escritores de Hinos. APÊNDICE D. APÊNDICE E. Indicações “ Quero indicar com todas as forças do meu coração esse maravilhoso e oportuno livro de James Mcleod Willson defendendo a exclusividade, segundo a ordem do Senhor, de cantar os Salmos metrificados no Culto Público. Estamos vivendo tempos de uma nova Reforma, não só Soter i ológica mas de tudo que envolve a Igreja do Senhor Jesus Cristo. Não pod emos aceitar uma proposta de meia reforma, como a que vemos no chamado “Novo Calvinismo” que aprecia a mensagem calvinista da soberania de Deus na Salvação, mas despreza a ênfase de Calvino em sua prioridade de reformar o Culto reintroduzindo o cântico con gregacional dos Salmos . O desafio é grande mas a obra é do Senhor que sempre demonstrou zelo pelo Seu Culto... e esse livro é, certamente, uma excelente ferramenta fortemente bíblica para trazer de volta o Culto Público à sua pureza. Caro leito r , leia e exa mine com cuidado tendo sua bíblia ao lado e seu coração será i mpactado pela verdade “... conforme ela é em Cristo Jesus!” Rev. Josafá Vasconcelos Igreja Presbiteriana da Herança Reformada “ Se o Senhor nos manda cantar os Salmos no contexto do ser cheio do Espírito (Ef 5.18 - 19; Cl 3.16), então são os Salmos que devem ser cantados no culto público, exclusivamente, enchendo - nos da E scritura, para que não sejamos cheios de composições humanas, p or melhores que sejam. Esse livro desvenda essa realidade com extrema clareza para os nascidos de novo, que querem adorar ao Senhor segundo a verdade revelada no novo testamento. ” Pr. Edson Azevedo, membro da Comissão Brasileira de Salmodia " É uma precio sidade ter em nossa língua um livro tão rico de sabedoria e informações, e acima de tudo de piedade; o autor faz uma defesa histórica e teológica da Salmodia Exclusiva, observa também como irmãos amados do passado amavam cantar os Cânticos de Sião como ali mento de uma vida litúrgica piedosa e saudável. O livro nos revela três realidades importantes sobre nós: Primeiro , somos anões espirituais por não nutrir nossas almas com o cancioneiro que Deus nos deu; Segundo , que ao rejeitarmos os Salmos como o hinário suficiente para as nossas celebrações litúrgicas não permitimos que as Escrituras governem o Culto Divino; T erceiro , estamos em desarmonia com os nossos pais do passado quando nós removemos do culto os Salmos que norteiam a nossa autêntica espiritualidade . Meu desejo é que esta obra seja uma bênção na vida da Igreja brasileira, sem dúvida é um livro para ser saboreado em cada página!" Rev. João Ricardo Ferreira de França Igreja Presbiteriana de Riachão do Jacuípe - BA “ Em tempos onde a doutrina da sobera nia de Deus está em nossas línguas e pensamentos, porém, de forma muito estranha, não tem chegado em nossa adoração, este livro do James Mcleod Willson se faz muito necessário. Todos os que buscam a Deus com inteireza de coração devem ser instruídos com a palavra de Cristo, aconselhando pela palavra de Cristo com toda a sabedoria que provém da palavra de Cristo e louvando a Deus com a palavra de Cristo (Cl 3.16). Raramente ouvimos falar sobre a necessidade de se cantar os salmos em nossa adoração pública a Deus, e, quando ouvimos falar, trata - se de algo muito tímido e sem compromisso. Todavia, a realidade é que uma igreja onde os salmos são desprezados no louvor a Deus, os prejuízos são incontáveis. Por isso, precisamos urgentemente de um retorno ao hinário composto pelo próprio Deus, o hinário de Cristo, os salmos. Creio que este livro será um bom instrumento para que muitos despertem para esse retorno. ” Diác. Natanael Benvindo Igreja Batista da Graça Um Breve Comentário A discussão sobre a Salmodia Exclusiva vem aparecendo com mais frequência no Brasil inteiro, mas infelizmente poucas obras antigas são traduzidas quando esse tema é tratado. Para a edificação da Igreja e principalmente para a glória de Deus, a Editora Caridade Puritana lança sua primeira obra que aborda justamente este assunto tão importante Neste livro você verá que no século XIX a S almodia começou a ser questionada, e que muitos dos argumentos que ouvimos hoje em dia já foram abordados e refutados por tantos autores que par ticipam deste livro (que foram compilados pelo Dr. James M. Willson) e pela própria história da Igreja . O livro não trata apenas sobre o assunto de forma apologética , mas também de forma prática e pastoral , e , nos leva ao conhecimento Bíblico sobre os Salmos de forma profundíssima. Quero agradecer primeiramente a Deus por ter nos sustentado e nos dado forças para republicar essa grande obra em nossa língua. Agradeço a minha querida esposa Gabrielle por ter me a poiado durante todo esse projeto e por ser uma excelente esposa e mãe. Dedico essa obra aos meus filhos Anna e João que trouxeram tantas bênçãos e felicidades na minha vida. Agra deço toda a equipe da Editora Caridade Puritana que tiraram seu tempo para um trabalho voluntário e tão árduo visando a glória de Deus e a edificação da Igreja. Filipe Macedo (Fundador da ECP) Contribuidores da obra: Design: Filipe Falcão Tradução: Nathan Cazé / Rodrigo Varoni / Filipe Macedo Revisão: Diego Henrique Trentini Gehm / Jadson Targino Junior / Maycon Maia Ribeiro / Lucas Felisbino / Filipe Macedo Este livro não pode ser revendido ou distribuído para vendas sem a permissão escrita da Editora Caridade Puritana. Todos os direitos autorais pertencem à ECP Para a distribuição gratuita, temos a versão em PDF disponível me nosso site: https://caridadepuritana.wordpress.com/ A Vida de James Mcleod Willson O Dr. Willson era um eminente presbyterian div ine , em outras palavras, um presbiteriano que geralmente era associado ao movimento dos Puritanos. Ele era filho do distinto Rev. James R. Willson, que também era doutor em teologia e era um presbyterian divine . Ele nasceu em Forks of Yough, em 17 de novem bro de 1809. Desde a infância ele foi apto na aquisição da aprendizagem e era diligente em seus estudos. Sua educação preparatória foi processad a sob as instruções de seu pai. Tão completa tinha sido a sua formação anterior e tão avançad o foi nos seus estu dos que ao entrar na faculdade, ele assumiu uma alta patente de uma só vez na classe sênior Ele se formou no Union College, em N ova York , em 1829 E m seguida, passou alguns anos no ensino em duas academias, e finalmente também foi diretor da escola secund ária em Troy, N.Y.; estudou teologia até 1834, quando foi licenciado para pregar pelo então Presbitério do Sul , e foi ordenado pastor de uma igreja na Filadélfia no dia 27 de novembro de 1834, onde trabalhou com grande sucesso até 1862. Em 1859 foi nomeado pelo Sínodo para uma cátedra no Seminário Teológico de Allegheny City enquanto tomava conta da sua igreja. Em 1862, sua relação pastoral foi dissolvida e ele se mudou para Allegheny, onde continuou a exercer as funções de professor, até o dia da sua morte , aos 57 anos, 31 de agosto de 1866. Coincidente com seus deveres pastorais e profissionais, desempenhou uma quantidade variada de escritos. Por mais de dezessete anos foi editor único do Covenanter . Ele também foi o autor de vários tratados, a saber, O Di ácono (1840) , Magistratura Bíblica , Governo Civil; também um pequeno tratado sobre Salmodia [este livro] . Dr. Willson era um pastor diligente, gentil e fiel; um pregador simples, lógico e eminentemente instrutivo , um editor e autor de sucesso , um distinto professor de teologia. Seu conhecimento da história era extenso e preciso. Prefácio É com grande alegria e imensa estima que indico a todo cristão professo a leitura deste excelente material, onde é abordado uma das doutrinas que, infelizmente, foi esquecida no final do século 19, mas que sempre foi algo comum em toda a História da Igreja desde os seus primórdios, a chamada "Doutrina da Salmodia". Este livro tem por objetivo trazer luz a um tema de grande importância, a respeito de como os cristãos devem se portar no culto a Deus. E nesse sentido, seu objetivo é exaltar ao Senhor e Criador, estabelecendo, assim, o fato de que a Palavra de Deus deve ter a supremacia sobre quaisquer ideias ou pensamento humano atual. Sendo assim, todo cristão verdadeiro deve ser influenciado pela Palavra do seu Senhor e Criador, tendo, dessa forma, as Escrituras como Regra de fé e prática; crendo nas doutrinas fundamentais redescobertas pela Reforma Protestante e também pela Reforma Reformada, também co nhecida como Reforma Calvinista, que trouxeram um Grito muito forte apontando que Somente a Escritura é a Palavra de Deus [Sola Scriptura], e que Toda Escritura é a Palavra de Deus [Tota Scriptura]. Sendo assim, devemos lembrar do Reformador Martinho Luter o, quando disse que a nossa mente deve ser sempre cativa à Palavra de Deus. É nisso que confiamos! Que as palavras expostas aqui apontem para glória e honra do nosso Senhor, através da exposição de uma Doutrina bíblica. Além disso, o objetivo deste materia l é apresentar o princípio bíblico e o fundamento da ordem estabelecida por Deus para como os crentes devem se portar no Seu culto. Dito de outra forma, o objetivo deste material que você tem em mãos é tornar conhecida a ordem bíblica dada por Deus sobre c omo os cristãos devem adorar a Deus em comunidade no culto público. Houve preocupação e dedicação em expor o texto bíblico na sua maior fidelidade, tendo como sombra toda a História da Igreja, o aspecto teológico e doutrinário, para que, assim, o Deus que nos trouxe à luz seja exaltado através das verdades bíblicas. Diante disso, chamo a sua atenção para que você seja nobre como os bereanos, que receberam a Palavra e a examinavam [At 17. 11]. Quem tem olhos, leia e se dobre à Palavra de Deus. A nossa oração é para que o Senhor abra os olhos dos leitores para que vejam as ma ravilhas que resultam da Sua Lei [Sl 119. 18]. ( Cristian Pacheco Calegari - presbiteriano convicto com ra í zes na Teologia Reformada Hist ó rica Confessional. Foi membro da IPB e presb í tero da mesma por mais de dois anos. Bacharel em Teologia pela FETEV - Fa culdade El - Shadai de Teologia Evang é lica. Cursando Bacharelado em Teologia - BET pelo IRSE – Instituto Reformado Santo Evangelho. Formado pelo Curso Online B á sico de Teologia do Semin á rio Martin Bucer.) INTRODUÇÃO A celebração do louvor de Deus em cançã o e com a “voz da melodia” é um dos exercícios religiosos mais deleitosos. É a expressão natural da confiança e alegria santas em Deus: “Está alguém contente? Cante salmos” 1 {Tiago 5:13} ; “E virão a Sião com cânticos, e perpétua alegria haverá sobre as suas cabeças” {Isaías 51:11}. É cantando louvores que as vozes unidas dos adoradores de Deus são ouvidas em assembleias cristãs. Enquanto assim empenhado, se é que alguma vez esteve, o coração se agita e se move à emoção penitencial, a uma reverência de ado ração, a gratas ações de graças, a sublimes esperanças e expectações. O que quer que se relacione com tal exercício e ordenança não deve ser de menor importância. Acima de tudo, a pergunta “qual será a matéria do nosso louvor?” ou “quais canções sagradas c antaremos?” deve ser da mais alta significância. Podemos naturalmente, e com o mais profundo interesse, perguntar se o próprio Altíssimo nos tem fornecido um manual de louvor, ou se nos tem deixado criar ou ajuntar canções, além das que Ele nos tem forneci do, como podemos ter a capacidade, ou fazer nossa escolha. Qualquer que seja o resultado de nosso exame dessas indagações – – e é de conhecimento geral que todos não têm chegado às mesmas conclusões –– , ninguém pode negar que são dignas de nossa atenção mai s devota e concentrada. Pois: 1. Nós servimos a um Deus zeloso, que reivindica, como sua prerrogativa inalienável, a designação e a nomeação de tudo o que se refere à adoração religiosa. “Em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens” {Mateus 15:9} . E, certamente, aqueles que se aproximam de Deus em atos de devoção deveriam estar tão profundamente preocupados agora quanto antigamente, para que não sejam encontrados oferecendo “fogo estranho perante o Senhor” {Levítico 10:1} . Em toda par te e ato de adoração, deveríamos nos esforçar para estar bem certos de que nos aproximamos do trono do Eterno com um serviço que Ele tem prescrito e que, apresentado em fé, Ele o aceitará. E desse modo, ("pois o nome do Senhor é Zeloso; é um Deus zeloso”, Êx 34.14) seja uma oração, uma doutrina, ou um salmo – – é uma pergunta solene a se fazer –– está de acordo com a vontade de Deus? Não é suficiente que nossa oferta, ou a maneira como a apresentamos, pareça para nós bem adaptada para despertar a emoção pied osa ou desenvolver afeições cristãs. Este é um dos mais marcantes e mais perniciosos dos erros do sistema de cristianismo corrupto que todo o mundo protestante rejeita como anticristão: e, portanto, suas figuras, suas imagens, seu lindo e impressionante ce rimonial – “tendo alguma aparência de sabedoria”, mas, no final, apenas “em adoração da vontade própria ” (Cl 2.22), são inaceitáveis a Deus, inúteis ao adorador e, finalmente, fatais aos interesses da religião vital e da piedade pessoal. Caso este princípi o for adotado, a onde fixaremos seus limites? Se a ingenuidade humana uma vez começar a interferir nas devoções do povo de Deus, como ela será detida? Ao nde pode ser detida? Por isso, com prudente e benevolente premeditação, bem como com uma zelosa consider ação por Sua própria glória, como único Rei e Cabeça da Igreja, nosso Deus e Salvador tem excluído de Sua Igreja toda a invenção do homem; tem estampado em cada instituição e ordenança a impressão de Sua própria soberana e graciosa autoridade. Ele nos 1 N.T. : Apesar de n ossas traduções em português terem traduzido a palavra psalló em “cânticos”, essa palavra grega tem sua raiz de uso na palavra “salmo” ou em “cantar salmos” segundo o dicionário de grego de Strong tem deixado nada mais do que o ofício e o privilégio de estudar a Sua Palavra para que possamos verificar a Sua vontade e, então, segui - la com um zelo e vigilância como os Seus. 2. A salmodia da Igreja não tem fraca influência sobre suas doutrinas , nem sobre o tom e o espírito de sua piedade. Um eminente estadista do velho mundo certa vez comentou: “Deixe - me fazer as baladas de uma nação, e não me importarei com quem faz suas leis”. As canções de uma nação certamente moldam, se não em tão grande medida quanto e ste aforisma implicaria, ainda assim, em grande parte, de fato, os sentimentos, os sentidos e até as opiniões de seus cidadãos. As canções da igreja, cantadas dia a dia, de sabbath a sabbath , não podem deixar de influenciar, ao menos tão ampla e profundame nte, seu tom de sentimento e suas visões religiosas. Expressando, como necessariamente fazem , em primeira instância, algo dos princípios, do espírito, dos proeminentes desejos e objetivos daqueles que as adotam como a matéria de seu louvor, elas têm uma reação com muita energia e eficácia nos corações dos adoradores enquanto são usadas . Elas imprimem profundamente sua imagem pelo constante uso e consequente familiaridade. Assim ocorre, com frequên cia , que canções compostas por poetas não inspirados adquir em estima daqueles que t ê m, há muito tempo , as empregado em suas devoções . Criando nessas pessoas também um caráter, pouco, se não, muito menos sagrado do que aquele que se apropria à própria palavra de Deus. Quão infinitamente importante é, então, ter tod a a garantia de que nossa 'Salmodia' não seja apenas sadia na doutrina, mas semelhante a Cristo em tom, espírito e sentimento! Quão alta a responsabilidade que repousa sobre aqueles que se encarregam de preparar e estabelecer as canções de devoção da Igrej a! 3. A salmodia da Igreja deveria ser fixa, estável e permanente. Tal como a sua fé, deveria ser, tanto quanto possível, imutável. Intimamente associada, como é, com sua vida espiritual, a matéria de seu louvor não deveria ser suscetível a flutuar e mudar com os inconstantes movimentos do sentimento público e as vacilações que sempre marcam os gostos da sociedade humana. Sua fé é "uma" (Ef 5.5), suas canções também deveriam ser sempre as mesmas. Além disso, é algo que é identificado com as pessoas mais not áveis e as testemunhas do passado quando canta mos os mesmos Salmos que têm mantido e alegrado os santos de Deus e servos fiéis de Cristo em seu dia de provação e até na morte E também é algo para que nossos filhos depois de nós se identifiquem conosco, nã o apenas em examinar a mesma Bíblia, em amar o mesmo Salvador, em buscar a mesma salvação, mas também em cantar no altar doméstico, em suas assembleias sociais e públicas, e em reuni ões ao redor da mesa do Senhor, os mesmos cânticos sagrados. Nossa respost a às indagações que têm sido sugeridas tem, sem dúvida, já sido antecipada. Acreditamos firmemente que recebemos um manual de louvor naquela parte das Sagradas Escrituras, intitulada “O Livro dos Salmos”, e que por isso , devemos exclu ir todas as canções nã o inspiradas, e tê - lo numa tradução literal, para cant armos na adoração de Deus. Para as razões que constituem os fundamentos de nossa fé nesta questão, remetemos o leitor à sequência deste volume. Podemos, todavia, pressupor algumas reflexões gerais. 1. U sando “O Livro dos Salmos” estamos em terreno seguro. É uma parte das Escrituras inspiradas: é claro, como outras partes do mesmo volume sagrado, redigidas pelo Espírito de Cristo (2Sm 23 : 2, 1Pe 1 : 11, 2Pe 1 : 21) e, como tal, deve ser imaculada em doutrina e reta em tom e espírito. É permanente. O que quer que a mudança no tempo e a variação no uso consequente da linguagem possam tornar necessário nas palavras de uma dada tradução, o Livro em si é uma porção da palavra de Deus que “permanece para sempre”. Enquanto outros sistemas de Salmodia – – as composições dos homens –– estão sempre mudando, este permanece para instruir e edificar os santos de Deus através de todas as gerações. Uma vez designado por Deus para ser cantado na celebração de Seu louvor, podemos agora empregar sua linguagem sem nenhuma apreensão de que Ele nos encontrará com o inquérito alarmante: “Quem tem exigido isto em suas mãos?”. 2. Defendendo o uso exclusivo de "O Livro dos Salmos", defendem os a causa da União Cristã. Bem sabemos, de fato, que a diversidade de julgamento e de prática nesta matéria não é a única ocasião e fonte de separação eclesiástica, mas é uma das raízes desta perniciosa poção. E, na medida em que a desunião se origina des ta causa, como ela cessará? Sobre que base nos reuniremos? Não podemos ver outra senão a de uma Salmodia que apresenta esta grande afirmação – que é a dádiva reconhecida de Deus para os homens. Mesmo que fosse de outro jeito , que nos fosse permitido fazer cada um os seus próprios cânticos e cantá - los, certamente não poderíamos reivindicar o direito de impô - los sobre nossos irmãos ou obrigá - los a ficarem em silêncio em nossas assembleias religiosas! A concessão – – se tivesse que haver alguma concessão – – dev eria, por todos os meios, vir daqueles que, no máximo, só podem reivindicar a permissão – – que nem mesmo professam, se nós os entendemos, possuir em seu favor instituição divina; que não podem afirmar, em qualquer avaliação, que suas composições carregam a impressão direta e inconfundível da autoridade de Cristo: uma impressão tão clara que aquele que se recusa a usá - las, limitando - se aos Salmos inspirados, é culpado de desprezar uma ordenança de Cristo. Aqui, então, está um fundamento comum, pois é bíblico , no qual, na medida em que uma grande e proeminente causa de divisão é concedida, podemos nos encontrar para harmonizar a situação Esta consideração deveria, pensamos, endereçar - se com força peculiar às Igrejas que traçam sua origem até a igreja da Refor ma nas ilhas britânicas. Nossos pais já foram unidos em cantar louvores a Deus nos Salmos da Bíblia. Por que seus descendentes, muitos deles, agora estão separados nesta questão de louvar a Deus? Pode haver apenas uma resposta. Pela introdução no culto de Deus de cânticos de constituição humana , ou de salmos que professam não ser mais do que “imitações” daqueles da Bíblia. Como, então, esta causa de separação e alienação deve ser removida? Pelo retorno universal à base única, definitiva, permanente e segura – – os Salmos redigidos pelo Espírito Santo. Estamos bem satisfeitos, pois nós não somos atribuíveis com o perpétuo cisma, porque aderimos em nossos louvores à própria matéria que nos é fornecida por Aquele cujos louvores celebramos. Mas já não existem , an tes da Igreja , obras capazes e excelentes que defendem nossos pontos de vista a esse respeito? Existem. Reconhecemos com gratidão este fato M as ainda nos sentimos justificados em adicionar outro volume à lista. Estas obras são agora, em sua maioria, de di fícil acesso, porque, principalmente, estão fora do mercado A lgumas delas estão na forma de críticas à dissertações Outras obras que apresentarei defende m até composições humanas 2 Outras delas são escrit a s, sabiamente, com um olho para as circunstâncias locais T od a s têm suas excelências peculiares, e pretendemos com pilar , tanto quanto possível, em um volume. Nesta última observação, apontamos o caráter da seguinte obra – – é, em grande parte, uma compilação: e temos feito uso livre das obse rvações de Tholuck na Introdução ao seu Comentário sobre os Salmos –– e temos citado alguns pontos, grandemente, das obras do Rev. Wm. Sommerville da Nova Escócia; do Dr. Pressly d a cidade de Allegheny, do Sr. Gordon e do Dr. M'Master. As críticas em Cl 3. 16 vêm da caneta do Dr. Cooper, desta cidade. Em todos os casos, nossas citações distinguem - se pelas marcas usualmente empregadas, enquanto temos introduzido, como foi julgado adequado, outros argumentos e 2 N.T. : O autor se refere às obras que apesar de não defenderem a Salmodia Exclusiva, ainda sim usam argumentos favoráveis para a posição do autor, demonstrando assim que até aqueles que tem uma posição diferente dele nessa questão, podem ter uma boa teologia favorável à el a. respostas à objeções não observad a s ou não totalme nte considerad a s, de acordo com nossas opiniões, e de outros lugares T ambém os elos de conexão necessários , por estes, o presidente do Comitê é o principal responsável. Completamente convencidos de que o assunto é um dos que eminentemente merecem investig ação cuidadosa, recomendamos este esforço para reivindicar princípios que consideramos mais importantes para a pureza e unidade da igreja cristã, para o exame devoto e piedoso do cândido inquiridor na verdade e no dever, e para a benção d'Aquele que “habit a entre os louvores de Israel”. OS SALMOS DA BÍBLIA, A MATÉRIA DO LOUVOR DA IGREJA. CAPÍTULO 1 O LIVRO DOS SALMOS É UM MANUAL COMPLETO DE LOUVOR. I. O livro de Salmos apresenta o delineamento mais abrangente das perfeições de Deus; e do caráter de seu governo. “Aqui...” nas palavras de Tholuck, “Deus é louvado, Aquele que, antes que as montanhas, a terra e o mundo tivessem sido criados, é de eternidade em eternidade – – que circunda suas criaturas, inquirindo em toda parte – – cuja presença não pode ser evitada, seja no céu acima, ou na profundidade abaixo – – de quem a escuridão não pode esconder – que reina como o Senhor onipotente, desde o princípio, nos céus – – que troveja em sua força – – , que conta o número das estrelas e as chama pelo nome; o que é bom para todos, tem compaixão de todas as suas obras, e dá comida aos jovens corvos que choram, que não se deleita na força do cavalo, nem na força nas pernas de um homem, mas aprecia os que O temem e esperam em Sua misericórdia, que, como um pai se com padece de seus filhos, se compadece daqueles que o temem, e não nos trata em conformidade com os nossos pecados, nem nos recompensou segundo as nossas iniquidades. Quaisquer verdades e louvores podem ser ditos da sabedoria, eternidade, onipotência, santida de e misericórdia de Deus, são expressos nos Salmos, como nos Salmos 90, 91, 97, 33,103. 104 e 139. Aqui está uma piedade que, por um lado, se encontra cheia de louvor no cuidado de Deus, como no Salmo 119, e que, por outro, preserva - se num olho claro e ab erto para a sua glória na natureza, diante de quem a declaração no livro da lei e no da natureza se mistura inteiramente (Salmo 19). Aqui temos o incessante louvor a Deus – – em dias sombrios e alegres, por misericórdias temporais e espirituais – – em toda v ariedade de tom e expressão. Os últimos salmos (147, 148 e 150) ecoam o clamor de todo o livro, ou , como o fim de uma longa corrente, convoca m com o seu incessante "Louvado seja o Senhor" a Israel e toda a humanidade, as alturas, as profundezas e os espíri tos celestiais para oferecer o sacrifício de seus louvores ao Senhor. Aqueles que aderem à opinião errônea (usando os Salmos 29, 104 e 145) de que o Deus de Israel era o Deus da nação somente nesse sentido, e que o povo creu, além Dele, em outras divindade s pagãs, embora impotentes, poderiam obter visões mais corretas dos Salmos. “Pois Deus é o Rei de toda a terra, cantai louvores com inteligência. Deus reina sobre os gentios; Deus se assenta sobre o trono da sua santidade.” Salmos 47:7,8 “Com coisas tremendas em justiça nos responderás, ó Deus da nossa salvação; tu és a esperança de todas as extremidades da terra, e daqueles que estão longe sobre o mar.” Salmos 65:5 “Entre os deuses não há semelhante a ti, Senhor, nem há obras como as tuas. Todas as n ações que fizeste virão e se prostrarão perante a tua face, Senhor, e glorificarão o teu nome. Porque tu és grande e fazes maravilhas; só tu és Deus.” Salmos 86:8 - 10 Contrastado com os deuses dos gentios, que são menos do que seus adoradores, que têm olhos e não veem, e ouvidos e não ouvem – – o Deus de Israel aparece como o Deus vivo, que governa o mundo, e isso, em justiça; que mantém o direito e a causa do inocente, e que está sentado como o justo Juiz (Salmo 9:5), que lança o ímpio em um buraco, e faz pe recer o desejo deles (Salmo 7:17; 112:10), que preserva a alma dos seus santos, e os livra das mãos dos ímpios, (Salmo 97:10), Aquele que ouve o clamor dos justos (Salmo 34:18) e os livra de toda a angústia, e faz com que os seus olhos vejam o que eles des ejam aos seus inimigos (Salmos 54:9), que faz prosperar o piedoso naquilo que pratica (Salmos 1:3). Resumindo, esses salmos expressam as verdades tão manifestas e importantes, que o governo do único Deus verdadeiro, até mesmo deste mundo que ele mesmo crio u, é baseado na justiça – – que o mal é sempre condenado por suas leis inflexíveis – – que sua condenação mais cedo ou mais tarde será visível para todos no céu e na terra, enquanto para todos, “A luz semeia - se para o justo, e a alegria para os retos de cora ção.” Salmos 97:11” 3 II. O Deus Vivo é louvado nestes Salmos, subsistindo em Três Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. Nós aqui adotamos a linguagem do Sr. Gordon. "Três pessoas em uma divindade, Pai, Filho e Espírito Santo, é o Deus a quem os salmos at ribuem louvor. Se pudesse ser mostrado, que eles falavam apenas do Pai, e dEle obscuramente, seria uma objeção muito pesada contra colocá - los no culto cristão; pois o mistério glorioso da Trindade é mais claramente revelado a nós e deve entrar em nossos lo uvores. Mas nada é mais evidente do que isso, que o objeto de todas as suas atribuições é Três em um. Não se pode negar que eles empregam o nome Javé no mesmo sentido em que é usado em outras partes das Escrituras; e todo aquele que acredita na doutrina da Trindade admitirá que esse nome é aplicado a cada uma das P essoas. Isso mostrará que uma T rindade de P essoas é discernível nos Salmos. Mas nós encontramos cada uma das três P essoas particularmente mencionadas: “Ele me chamará, dizendo: Tu és meu P ai, meu Deus, e a rocha da minha salvação.” Salmo 89:26. Ao ler cuidadosamente o Salmo, parecerá que o orador neste versículo é Deus o Pai, a primeira pessoa da Trindade. A pessoa citada no Salmo é Davi. Deus mostrou grande misericórdia a Davi e conferiu - lhe muita s bençãos notáveis; Admiti - o a uma grande proximidade, e deu - lhe um caráter mui elevado, ele era um homem de acordo com o coração de Deus, mas será impossível encontrar uma aplicação adequada para tudo o que é dito aqui, em sua história. Muitas coisas são aqui ditas, que não podem ser predicadas de nenhuma criatura, em outras palavras: “A tua semente estabelecerei para sempre, e edificarei o teu trono a todas as gerações” – – “Então tu falaste em visão ao teu Santo, e disseste: Eu dei auxílio a um que é pode roso – – Ele clamará, “Tu és o meu Pai” . Eu o farei meu primogênito, maior que os reis de qualquer terra. A sua semente, farei durar para sempre e o seu trono como os dias do céu.”. Mas para aquele que foi o Filho de Davi segundo a carne e que frequenteme nte é, nas Escrituras, chamado Davi, os salmos se aplicam com a maior propriedade , e dele falam. Aqui, então, o Pai e o Filho são mencionados. "No Salmo 47, o Espírito Santo clama para bradar com a voz do triunfo, e a razão pela qual ele atribui isso é que: “Deus subiu com júbilo, o Senhor subiu ao som de trombeta.”[verso 5] Então ele chama a igreja a clamar com entusiasmo: “Cantai louvores a Deus, cantai louvores; cantai louvores ao nosso Rei, cantai louvores. Pois Deus é o Rei de toda a terra, cantai l ouvores com inteligência. Deus reina sobre os gentios...” [versos 6 - 8 A ] Para nenhum outro evento além da ascensão e inauguração de Cristo ao seu trono, pode esta passagem ser possivelmente aplicada. Quando Deus, na natureza humana, é ascendido ao terceiro céu, em triunfo sobre seus inimigos, Ele subiu como Rei de toda a terra, pois todo poder tanto no céu como na terra foi dado em sua mão . E E le foi por meio de uma relação especial, Rei da igreja. Ele subiu com o S eu direito de tomar posse dos pagãos como s ua herança. Assim, toda circunstância concorda perfeitamente com essa descrição E concluímos com plena convicção que Deus, é o Filho, encarnado, que está aqui recebendo o louvor da igreja. O mesmo evento 3 Tholuck's Com mentaries on Psalms, pp. 33, 34 é descrito no salmo 68, do verso 18 ao fim, onde o solene louvor é oferecido a Cristo como Senhor. E a aplicação adequada desta passagem é estabelecida em Ef ésios 4:7. No Salmo 2, a filiação inefável é expressa: “Tu és meu Filho, eu hoje te gerei.”[verso 7] (veja Heb reus 1:5) . No salmo 45, sua Deidade e a eternidade de seu reino são afirmadas:" O teu trono, ó Deus, é eterno e perpétuo...[verso 6] (veja Heb reus 1:8). No Salmo 102, o poder de criador é atribuído ao Filho: “Desde a antiguidade fundaste a terra, e os céus são obra das tuas mãos.” [verso 25] (v eja Heb. 1:10). No Salmo 51, o Espírito Santo é apresentado: " Não me lances fora da tua presença, e não retires de mim o teu Espírito Santo.”[verso 11]. No Salmos 104, o poder de criador é atribuído a Ele: "Envias o teu Espírito, e são criados..."[verso 3 0]. E no Salmo 139, somos ensinados a atribuir onisciência a Ele: “Para onde me irei do teu espírito, ou para onde fugirei da tua face?” [verso 7] 4 III Os Salmos fornecem uma exposição completa e precisa do estado natural e do caráter do homem diante de De us, e em contraste com Sua inefável majestade e santidade: Assim, resumindo pelo mesmo eminente escritor de quem já citamos: "Nossa compreensão da majestade e da santidade de Deus deve ser acompanhada por uma sensação de nosso próprio pecado e de que somo s nada." O salmista, de acordo com a afirmação em Gênesis, fala do homem como feito pouco menor do que Deus ( como dizia Lutero), que Deus colocou todas as coisas sob seus pés e gloria - se no fato de que o homem, embora externamente mais desamparado do que qualquer outra criatura, em virtude de sua alma semelhante à divina, exerce o governo da natureza. (Salmo 8) No entanto, quão defeituoso é esse domínio no presente! (veja Salmo s 8:7) Quão pequena é a manifestação dessa dignidade, e a capacidade que o home m certamente possui , quão limitada e humilhante é sua atual existência corpórea , o quão é exposto ao acidente e como cedo ela é destruída! Assim, então, Davi diz: “Pois ele conhece a nossa estrutura; lembra - se de que somos pó. Quanto ao homem, os seus dias são como a erva, como a flor do campo assim floresce. Passando por ela o vento, logo se vai, e o seu lugar não será mais conhecido.” (Salmos 103:14 - 16) “Certamente que os homens de classe baixa são vaidade, e os homens de ordem elevada são mentira; pesado s em balanças, eles juntos são mais leves do que a vaidade.” (Salmos 62:9) E no oitavo Salmo, que celebra a dignidade do homem, ele exclama, na contemplação da infinita grandeza de Deus em suas obras, “Que é o homem mortal para que te lembres dele? e o fil ho do homem, para que o visites?” [verso 4] Logo , os Salmos falam da impotência e finitude do homem. Assim, nossa condição perecível não é de modo algum a barreira necessária e absoluta da existência criada, mas o efeito da discórdia interna originada pelo pecado. Ela manifesta "a ira de Deus por causa do pecado" (cf. Sl. 90:7 - 9). Os autores dos Salmos estão tão vivos para um sentimento de culpa, que a voz de sua consciência é audível em meio a tod a s as provações ocasionais, tristezas da vida e os danos per petrados pelos inimigos, e eles reconhecem a justiça dos castigos divinos. (Ad. Sl 38:21; 141:5) Eles sentem que não têm direito à recepção das bênçãos Divinas sem a confissão de sua indignidade. O exultante cântico de louvor da primavera no Salmo 65 é pre cedido por uma confissão de pecado. Eles reconhecem que, se Deus entrasse em juízo com o homem e marcasse suas iniquidades, ninguém poderia estar diante dele; (Sl 130:3; 143:2; cf. 1 Reis 8:46; Ec 7:21; Jó 9: 2; 14:4; 15:14 - 16) e que o pecado inconsciente, considerado como uma condição que aparentemente contradiz o tipo de humano original , puro e santo, precisa do perdão divino , e que a pecaminosidade não entra em nossa natureza por imitação de fora, mas que está em nós desde os primeiros estágios de nossa existência. (Salmo 51:7). Longe 4 Alexander Gordon's "Design and Use of the Book of Psalms," Phila. 1822. O Sr. Gordon era pastor da igreja: Associate Presbyterian congregation, em Guinston. de buscar uma base para a justificação em nossa depravação nativa, Davi fez essa confissão pa ra indicar a sinceridade de seu arrependimento e mostrar que estava ciente da completa extensão de sua culpa. Qu ão grande é a evidência da profundeza da percepção do pecado é fornecida em expressões de dor e peso como as do Salmo 32:3: "Quando eu guardei s ilêncio, envelheceram os meus ossos pelo meu bramido em todo o dia.” Enquanto a razão natural fala apenas de transgressões contra a lei moral ou contra o homem, e por causa disso permanece tão fria na comissão do pecado, toda transgressão é considerada no s Salmos como uma transgressão contra a Palavra Divina e o Deus vivo, cuja vontade dá orig em a lei moral. “Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti.” Salmos 119:11 Consciente de sua maior ofensa contra o homem, ele clama: “ Contra ti, somente contra ti, eu pequei ” corretamente percebendo que o elemento mais ofensivo do pecado é sua invasão sobre a lei Divina e a prova da separação intencional do homem e de sua oposição a Deus. Onde se encontra uma confissão mais tocante de uma consc iência condenada pela culpa do que em Salmo s 32:3 - 4? “Quando eu guardei silêncio, envelheceram os meus ossos pelo meu bramido em todo o dia. Porque de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; o meu humor se tornou em sequidão de estio” Os salmistas fa lam ocasionalmente de inocência e pureza de suas mãos (Sl 7:9; 18: 21 - 26; 17: 3; 26: 2 - 6; 41:13), mas as observações precedentes mostram claramente que elas se referem não a absoluta integridade diante de Deus, mas sim à sua falta de culpa para com o homem . No Salmo 38, a experiência da aflição desperta um sentimento doloroso de culpa em Davi e, no entanto, ele expressa a consciência de sua inocência. Ele diz (Sl 69:4): “Aqueles que me odeiam sem causa são mais do que os cabelos da minha cabeça” e então acr escenta: Tu, ó Deus, bem conheces a minha estultice; e os meus pecados não te são encobertos.”[verso 5] (Compare S almo 25 , versículos 7, 11, 18, com os versículos 19 - 21 e Salmo 41:5, com o versículo 13.) A afirmação de sua pureza no Salmo 17: 3 - 4, é prec edida com o versículo 2 que diz: “Saia a minha sentença de diante do teu rosto; atendam os teus olhos à razão.” . É incontestavelmente claro a partir do Salmo 7: 3 - 5, que quando Davi diz no verso 8: “julga - me, Senhor, conforme a minha justiça, e conforme a integridade que há em mim.”, que ele se refere a justiça e integridade em relação a acusações específicas. E se esse não fosse o caso, não poderia um homem, embora nos assegure a sinceridade de sua piedade, estar ao mesmo tempo consciente de suas falhas d iárias e das diversas culpas? Tal sinceridade se manifesta quando nos deleitamos nos mandamentos de Deus e nos esforçamos para obedecê - los; embora a superação de obstáculos constitua as atividades desta vida. Quem teria esperado uma confissão de pecado (S l 40:12), após a descrição de um coração tão completamente resignado à vontade de Deus, como aquilo que o precede? O mesmo Asafe, que declara que Deus é minha confiança e porção, não está longe de se juntar a injúria dos ímpios, 'que afirmam que não há Deu s justo no céu' (Sl 73). Com que frequência ocorrem expressões como estas: 'Eu guardarei os teus estatutos, não me esquecerei da tua palavra' no Salmo 119; mas isso não impede que Davi ore: “Sirva pois a tua benignidade para me consolar” (Sl 119: 76). Deve - se notar que, por mais que os salmistas se refiram à sua integridade, eles nunca exigem , mas suplicam por socorro e libertação nas mãos do Deus justo. Eles esperam em nome pelo qual o Senhor se nomeou, “O Senhor, o Senhor Deus, misericordioso e piedoso, t ardio em irar - se e grande em beneficência e verdade” (Êxodo 34:6) (Salmos 31:4; 40:12; 69:30: 119:77; 41: 4; 25:11 ; 52:11; 79:9; 103:8 ; 145:8) 5 5 Toluck's Introd., pp. 37 - 39. VI Os Salmos estão cheios de Cristo Como isso é um fato vital para o nosso argumento, entramos um pouco nos d etalhes , pois os Salmos exibem nosso Salvador: (1) Em Sua Pessoa, encarnação e exaltação. Empregamos as palavras de Sommerville: "Quando o apóstolo dos gentios ensinara aos hebreus a superioridade de Cristo a todos os anjos – – que ele é ... “Deus sobre todos, abençoado para sempre", o objeto de adoração no céu e na terra, ele apela quase exclus ivamente para o Livro dos Salmos. De sete citações, no primeiro capítulo da epístola aos Hebreus, do Antigo Testamento, seis são dos Salmos de Davi; e alguns supõem que a sétima é do mesmo livro. Para mostrar a sujeição necessária da encarnação de Cristo p ara a obra da redenção, ele se refere ao Livro dos Salmos, em três casos de quatro. (Hebreus cap. 1 - 2). Para provar a alegação suprema do Messias, como profeta e legislador, em comparação com o próprio Moisés, Paulo cita os Salmos. (H e b. 3 - 4 ; 1 - 13). Quando ele mostra a origem divina, a dignidade, a eficiência, a permanência do sacerdócio de Cristo, sua superioridade, tanto no sacrifício como na intercessão, em comparação com o de Arão , ele se volt