Programação Vozes contra o Racismo - Hélio Menezes (curador geral)

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Vozes contra o Racismo São Paulo (SP) Mostra realizada entre 24 de julho e 30 de agosto 2020 Elaboração: Hélio Menezes (curador geral) 20 de agosto de 2020 Apresentação Em cartaz entre os dias 24 de julho e 30 de agosto, a mostra Vozes contra o Racismo promove grafites, filmes, fotografias e intervenções artísticas que se espalham por toda a cidade, jogando luz sobre questões de pertencimento, diversidade, identidade, combate ao racismo, ao preconceito e às desigualdades, mas também sobre afetos e novas imaginações de vida em sociedade, e a valorização e visibilização de mais de 30 artistas, em sua maioria negro(a)s e indígenas. Realizado inteiramente em locais abertos e públicos, e acompanhado de um seminário de 5 dias com pensadores negro(a)s e indígenas, o projeto convida todos ao debate sobre os usos da cidade, seus locais de história e memória, e como a arte pode ser um meio de reflexão e transformação. A mostra é resultado da parceria entre SMC, SMDH e CPIR, com concepção de Amarilis Costa, Helio Menezes, Lígia Rocha e Thamires Cordeiro, e curadoria geral de Helio Menezes. Lista de artistas Grafite Vídeo-projeções Seleção curtas da A.P.A.N. Mauricio Neri Denilson Baniwa Keila Serruya Diego Mouro Coletivo Coletores Juh Almeida Grupo OPNI Carine Fiuza Robinho Santana Aline Motta Tothi Cardoso Luna Bastos Castiel Vitorino Brasileiro Raphael Gustavo Diego Paulino Renata Martins Lambes Igi Ayedun Thaís Scabio Silvana Mendes Juliana dos Santos Andrei Bueno Marcelo Rocha Musa Michelle Mattiuzzi Bea Gerolin Xadalu Priscila Rezende Rafa Kennedy Preta Rara Instalação artística Moisés Patrício Monica Ventura Salisa Rosa Mapa da mostra Para ver o mapa, clique em: https://www.google.com/maps/d/edit? mid=13DCGQdfoOKKsKRBd6_cOYwf7D u6EqNEm&usp=sharing Último fim de semana Vozes contra o Racismo Programação disponível 20 a 23 de agosto 2020 Instalação Luz Negra artística de Mônica Ventura O Largo da Forca, ou Praça da Liberdade (sic), é um local de triste memória escravista, pouco conhecida e nada respeitada em São Paulo. É lá que “Luz Negra”, de Mônica Ventura está iluminando, com o choque do neon, a entrada/saída do metrô. A frase é de autoria de Juliana Borges, e tal qual um letreiro publicitário, disputa seu lugar na paisagem, nas passagens da cidade, no repertório de nossas narrativas visuais, jogando luz (negra!) sobre felicidades que verdadeiramente importam e, ao acontecerem, revolucionam o mundo. Praça da Liberdade até 30 de agosto 2020. Imagens: Mônica Ventura, 2020. Datas, locais, obras e artistas com vídeos-projeções Vídeo- 21/08 “Nossa Voz Ecoa” de Preta Rara; "Pontes sobre projeções EMEF Prof. Maria Alice Borges Ghion Abismos", "Se o mar tivesse varandas" e "(Outros) Fundamentos” de Aline Motta; e Seleção de curtas 19h às 21h da A.P.A.N. Seleção de curtas da A.P.A.N.; “O vento que venta no 22/08 mar” de Castiel Vitorino Brasileiro; “Qual é o CEU Vila Atlântica pente?” de Juliana dos Santos; “Deformação” de 19h às 21h Priscila Rezende; e “Imenso é o mundo que ainda guardo em mim” de Igi Ayedun. 23/08 “O vento que venta no mar” de Castiel Vitorino CEU Uirapuru Brasileiro; Seleção de curtas da A.P.A.N.; “Imenso é 19h às 21h o mundo que ainda guardo em mim” de Igi Ayedun. “ Experimentando o vermelho em dilúvio” de Musa 23/08 Michelle Mattiuzzi; “(Outros) Fundamentos” de Praça Roosevelt Aline Motta; “Nossa Voz Ecoa” de Preta Rara; “Qual 19h às 21h é o pente?” de Juliana dos Santos; “Imenso é o mundo que ainda guardo em mim” de Igi Ayedun. Sinopses dos vídeos TRABALHOS: “Pontes sobre Abismos", "Se o mar tivesse varandas" e "(Outros) Fundamentos" SINOPSE: Instigada pela revelação de um segredo de família, Aline partiu em uma jornada à procura de vestígios de seus antepassados. Ela viajou para áreas rurais no Rio de Janeiro, em Minas Gerais, Portugal e Serra Leoa, pesquisando em Aline Motta arquivos públicos e privados e, ao mesmo tempo, criando uma contra-narrativa do que geralmente se conta sobre a forma como as famílias brasileiras foram formadas. Com base em suas experiências pessoais, o trabalho pretende discutir questões como o racismo, as formas usuais de representação, a noção de pertencimento e identidade em uma sociedade que ainda tenta um ajuste de contas com sua história violenta e as noções românticas de sua louvada miscigenação. “O vento que venta no mar” Castiel Vitorino Teve um dia que subi no Morro da Fonte Grande, e dancei em alguns lugares onde também descansava. Dancei na Brasileiro encruzilhada, na porteira, no campo onde caboclos e pretos velhos se encontravam, e na estrada dos boiaderos. A Fonte Grande é o maciço central e mais alto da ilha de Vitória. Dancei com esses ventos que vem do mar. “Negrum3” Diego Paulino Entre melanina e planetas longínquos, NEGRUM3 propõe um mergulho na caminhada de jovens negros da cidade de São Paulo. Um ensaio sobre negritude, viadagem e aspirações espaciais dos filhos da diáspora. “Imenso é o mundo que ainda guardo em mim” Animação multimídia desenvolvida a partir da mistura de técnicas fotográficas, escultura digital, desenho y pinturas manuais, projeta uma malha digital vestível com as paisagens de um outro mundo, entre outro tempo y outra vida, Igi Ayedun construção artesanal com elementos naturais, entre maquetes, texturas y disposição de objetos, construção digital a partir da projeções em grande escala entre imagem y movimento luz. Por meio de estruturas visuais rochosas, o filme se realiza como fenda aberta de visualização do desconhecido, distante y onipresente, sobre narrativas noturnas de liberdade, conexão y ritos, resgatando tecnologias ancestrais de meditação, linguagem y comunicação. “Qual é o pente?” Um pente de ferro na boca do fogão e um pouco de vaselina era a receita para “ajeitar” os cabelos de muitas mulheres Juliana dos Santos negras até algumas poucas décadas atrás, quando o cheiro de cabelo queimado vinha da cozinha. Era neste cômodo, tão íntimo e acolhedor, que as mulheres cuidavam das madeixas de suas filhas e netas. Esta ação consiste em trazer à tona a situação limite de “controlar”, “domar” e “melhorar” as características do cabelo crespo através do fogo, remetendo a toda uma história de restrição da representação do corpo negro em lugares estigmatizados e estereotipados da sociedade. “Experimentando o vermelho em dilúvio” Musa Michelle Mattiuzzi Uma caminhada-ritual para a estátua de Zumbi dos Palmares, no centro do Rio de Janeiro, num diálogo com a pesquisa de Grada Kilomba sobre a política do discurso negro na economia das plantações. “Deformação” Deformação busca expor um conflito comumente enfrentado por mulheres negras e à margem do padrão estético imposto por nosso meio social, que se vê segregada, menosprezada e não representada em nossos meios midiáticos e até mesmo em ambientes de convívio diário, muitas vezes não figurando como referências de “boa aparência” e “beleza”, tornando Priscila Rezende concretas as feridas incutidas na autoestima desta mulher. Sentada diante de um espelho, a performance é iniciada em um processo de condicionamento estético através da maquiagem. Gradativamente a relação antes estabelecida com o espelho e a imagem nele refletida é alterada. Há uma espécie de estranhamento diante desta imagem, e com uma escova o cabelo é esticado, moldado, de forma agressiva, desesperada, provocando assim, uma espécie de deformação dessa imagem refletida no espelho. “Nossa voz ecoa” "Eu empregada doméstica - A senzala moderna é o quartinho da empregada", conta a história de Tula Ferreira, ex-doméstica que encontrou por meio da poesia a sua força, além de uma forma de denunciar as mazelas nas quais Preta Rara sobrevivem as trabalhadoras domésticas e as mulheres negras de modo geral. Em paralelo, a apresentadora Preta-Rara fala sobre a criação e repercussão do seu projeto "Eu, Empregada Doméstica” e conversa com Mara, ex-trabalhadora doméstica, sobre as reais situações das domésticas no Brasil. Descortinando uma história que se mantém desde o período escravocrata, transformando o quartinho de empregada em uma senzala contemporânea. Seleção de curtas da A.P.A.N. O extermínio da população negra é projeto muito bem estruturado pelo estado Brasileiro, isso está posto nos números de balas “Sem nome/sem (cem) mortos” achadas por nossos corpos negros. Somos suspeitos. Esse grito de falta de bom senso do Brasil foi reforçado em cada palavra Keila Serruya mentirosa que ouviram da boca do colonizador desde o grito das margens plácidas do Rio Ipiranga. Nossa palavra de ordem é resistir. Vidas negras importam SIM. “Assim” Em um filme de sensações, a diretora Keila Serruya mostra a ida de duas travestis ao supermercado. O simples ato de sair para fazer Keila Serruya compras revela crenças, desejos e, claro, muita coragem. “Náufraga” No batuque das ondas a mulher náufraga desemboca no mar suas memórias. Juh Almeida “Ando feito nuvem tempestiva Como nuvem levada pelo vento, sempre em curso, carrega em si a leveza do ar e a força de Iansã. É capaz de lavar a terra e revolver querendo chover” os mares. Uma mulher negra é vento, é nuvem, é tempestade e revolução… Carine Fiuza A partir da relação com o avô fotógrafo, João é um menino que descobre a fotografia como uma forma de descobrir sentimentos. “A câmera de João” Certa vez, o menino encontra uma caixa com fotos reveladas que registram a cidade, sua família, entes queridos, passado e Tothi Cardoso presente. Essa descoberta faz com que João perceba seu amor pela fotografia. “My brother” Vitão e JP ganham a vida vendendo desinfetantes caseiros nas ruas de Goiânia. Certo dia, fazem uma aposta na loteria e ganham Raphael Gustavo cerca de 15 mil reais. Com o dinheiro, decidem viver como playboys por 1 mês. “Sem asas” Zu é um garoto negro de doze anos. Ele vai à mercearia comprar farinha de trigo para a sua mãe e, na volta pra casa, descobre que Renata Martins pode voar. “Barco de papel” Peninha é uma criança que trabalha como engraxate no centro comercial de Santo Amaro, na cidade de São Paulo e entre realidade Thaís Scabio e fantasia viaja em uma aventura num mundo de papel e sapatos onde só ele poderia imaginar. “Copiloto” Mais um dia de silêncio entre Júnior e seu pai. O não dito que carrega desejos, afetos e memórias. Mas a noite chega, uma notícia Andrei Bueno também. O corpo represado de Júnior se irrompe. “Ferradura” A diretora Bea Gerolin entrevista os irmãos e a mãe e, contando a história de sua própria família, abraça uma devastadora realidade Bea Gerolin brasileira: a de filhos que foram abandonados pelo pai. Artistas, datas e locais onde se localizam os grafites Grafite Rua Augusta, 1.117 Em produção durante a mostra. Mauro Neri (Veracidade) Avenida Tiradentes, S/n CPTM Luz (Muro) Ermelino Matarazzo - Rua Caculé (Altura dos Diego Mouro Números 68 e 70) Rua Archângelo Archina, 587 Rua Miguel Borja, s/n; Praça Hilário Franco, s/n; Grupo OPNI Rua das ovelhas, 90 (Campinho) Biblioteca Municipal Milton Santos EMEF Saturnino Pereira Avenida Naylor de Oliveira, altura do número 10A, Cidade Tiradentes Robinho Santana CEU Meninos CEU Jardim Paulistano Luna Bastos CEU Paraisópolis Artistas e locais onde se localizam os lambe-lambes Lambes Glicério; CEU Inácio Monteiro; CEU Formosa; Marcelo Rocha Penha; Jd. Jussara; CEU Paz; e CEU Vila Atlântica Glicério; Liberdade; CEU Formosa; CEU Uirapuru; Moisés Patrício Brasilândia; CEU Paz; CEU Capão Redondo; Jd. Ibirapuera; e Parelheiros Glicério; Bixiga; Liberdade; São Remo; e Jd. Rafa Kennedy Ibirapuera Bixiga; CEU Formosa; CEU Butantã; Brasilândia; CEU Vila Atlântica; CEU Cantos do Amanhecer; Sallisa Rosa CEU Capão Redondo; CEU Guarapiranga; e Jd. Ibirapuera CEU Guarapiranga; CEU Inácio Monteiro; Penha; Silvana Mendes São Remo; e Jd. Jussara CEU Uirapuru; CEU Butantã; CEU Cantos do Xadalu Amanhecer; e CEU Vila Atlântica Eventos realizados Vozes contra o Racismo Programação realizada de 24 de julho a 20 de agosto 2020 Abertura Brasil Terra Indígena de Denilson Baniwa Para o lançamento da mostra, o curador Hélio Menezes comissionou ao artista Denilson Baniwa uma obra de videomapping para o notório Monumento às Bandeiras. Com suporte do Coletivo Coletores, a obra subverteu o monumento, símbolo da colonização brasileira, ao imaginar e projetar uma outra história para o Brasil. O vídeo começa com uma caravela portuguesa que é Imagem: Coletivo Coletores, 2020. naufragada pelas forças da natureza – sendo tomada por imagens de plantas, seres espirituais, animais primordiais indígenas que sobem vagarosamente sobre o monumento apagado, que se torna mal discernível pelos contornos do objeto escultórico. De 24/07 a 30/07, das 19h às 21h. Imagens: Coletivo Coletores, 2020. Abertura 25 de julho do Coletivo Coletores Em parceria com a Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC), o Coletivo Coletores realizou projeções em homenagem ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha na Igreja do Rosário da Penha e na Praça Ramos (a frente do Theatro Municipal). Imagem: Coletivo Coletores, 2020. Com destaque para Tereza de Benguela (importante líder quilombola do século 18, símbolo de resistência preta no Brasil) e outras mulheres negras em retratos (reais ou imaginados) como Carolina Maria de Jesus (ao lado), além de texturas e outras simbologias. 25/07 das 19h às 21h. Imagens: Coletivo Coletores, 2020. Datas, locais, obras e artistas com vídeos-projeções Vídeo- 01/08 “Negrum3”,Diego Paulino; projeções CEU Inácio Monteiro “Qual é o pente?”, Juliana dos Santos; e 19h às 21h “Deformação”, Priscila Rezende. 02/08 Cohab José Bonifacio / “Negrum3”, Diego Paulino; Cohab 2 Itaquera Seleção de curtas da A.P.A.N. 19h às 21h 07/08 "Pontes sobre Abismos", "Se o mar tivesse Centro Cultural da varandas" e "(Outros) Fundamentos”, Aline Juventude Ruth Cardoso Motta; e “Experimentando o vermelho em 19h às 21h dilúvio”, Musa Michelle Mattiuzzi. 08/08 “Qual é o pente?”, Juliana dos Santos; Casa de Cultura Tremembé “Deformação”, Priscila Rezende; Seleção de 19h às 21h curtas da A.P.A.N.; e “Negrum3”, Diego Paulino. Datas, locais, obras e artistas com vídeos-projeções Vídeo- Seleção de curtas da A.P.A.N.; “Imenso é o mundo 09/08 projeções CEU Pêra Marmelo que ainda guardo em mim” de Igi Ayedun; “Qual é o pente?” de Juliana dos Santos; e “Deformação” 19h às 21h de Priscila Rezende. 14/08 “Experimentando o vermelho em dilúvio” de Centro de Culturas Negras Musa Michelle Mattiuzzi; Seleção de curtas da 19h às 21h A.P.A.N. "Pontes sobre Abismos", "Se o mar tivesse 15/08 varandas" e "(Outros) Fundamentos de Aline CEU Paraisópolis Motta; Seleção de curtas da A.P.A.N; e “O vento 19h às 21h que venta no mar” de Castiel Vitorino Brasileiro. "Pontes sobre Abismos", "Se o mar tivesse 16/08 varandas" e "(Outros) Fundamentos de Aline Centro Cultural Grajaú Motta; “O vento que venta no mar” de Castiel 19h às 21h Vitorino Brasileiro; e “Imenso é o mundo que ainda guardo em mim” de Igi Ayedun. Imagens: Coletivo Coletores, 2020. Imagens: Coletivo Coletores, 2020. Imagens: Coletivo Coletores, 2020.