ISSN 1982-775X CONSELHO REGIONAL DE BIBLIOTECONOMIA 6° REGIÃO 14oGestão www.crb6.orq.br v. 1 - n. 2 nov. 2008 Sistema CFB/CRBs lança Projeto Mobilizador no MEC Entrevista com Lígia Dumont ECI/UFMG F R B R Norma, regra, novo código... Curso de Bibiiotecor: 40 anos de histor-a Conhecimento e Informação E a qualidade do seu trabalho SophiA Biblioteca O facilitador do seu dia-a-dia Buscamos todos os dias soluções integradas que auxiliem o bibliotecário, não só a organizar seu acervo, mas também a disseminar conhecimento e informação para seus usuários. Valorizamos a importância desse trabalho e, por isso, desenvolvemos uma solução em software sob medida para você. E um sistema de simples operação e, dentre suas funcionalidades, você tem: > Uso dos padrões internacionais Z 3 9 .50, ISO2709 eMARC > Controle de periódicos > Terminal Web completo customizado > Catalogação de materiais distintos » Serviços completos para seus usuários Descubra o que mais o SophiA pode fazer por você. SophiA 1 5 T Informações: 0800 55 7074 www.sophia.com.br Gestão de bibliotecas ISSN 1982 - 775 X Conselho Regional de Biblioteconomia 6a Região - CRB-6 Av. Afonso Pena, 867 - salas I . I 10 a I . I 12 Belo Horizonte/M G - C E P 3 0 130-002 Telefones: (3 I) 3222-4087/3224-8355 CRB-6 - 14aGestão Presidente: Sônia Miranda de Oliveira (CRB-6/13 8 1 ) Vice-Presidente: Denise Aparecida! Ramos (CRB-6/1000) Tesoureira: Consuelo Lara (CRB-6/881) 10 Secretário: Joéfisson S. dos Santos (CRB-6/2130) 2a Secretária: Rosemeire de Freitas (CRB-6/17 14) COMISSÃO DE TOM ADA DE CONTAS Coordenador: Valter Antônio de Araújo (CRB-6/2168) Integrantes: Anália das Graças C. Ponteio (CRB-6/1556) André de Souza Pena (CRB-6/2136) COMISSÃO DE LICITAÇÃO Coordenadora: Tânia Cristina de Oliveira (CRB-6/1747) Integrantes: Maria Angela D. dos Santos (CRB-6/1055) Fernanda Alvarenga de Assis (CRB-6/2220) COMISSÃO DE PATRIMÔNIO Coordenadora: Tânia Cristina de Oliveira (CRB-6/1747) Integrantes: Anália das Graças G. Ponteio (CRB-6/1556) Joéfisson Saldanha dos Santos (CRB-6/2130) COMISSÃO DE FISCALIZAÇÃO Coordenadora: Maria Ângela D. dos Santos (CRB-6/1055) Integrantes: Rosemeire de Freitas (CRB-6/1714) Sheila Margareth T. Adão (CRB-6/2106) COMISSÃO DE ÉTICA Coordenador: André de Souza Pena (CRB-6/2136) Integrantes: Valter Antonio de Araújo (CRB-6/2168) Denise Aparecida Teixeira Ramos (CRB-6/1000) COMISSÃO DE LEGISLAÇÃO E NORMAS Coordenador: Joéfisson S.dos Santos (CRB-6/2130) ntegrantes: Consuelo Lara (CRB-6/881) : csemeire de Freitas (CRB-6/17 14) 3 > .'tS S à 0 DE DIVULGAÇÃO Icodenaòora: Margarita Torres Fonseca (CRB-6/13 6 1) riH s a rte s : Sônia Miranda de Oliveira (CRB-6/1381) le n e e Aoaredda Teixeira Ramos (CRB-6/1000) Editorial  14a Gestão do CRB - 6a Região tem o prazer de apresentar o n. 2 da Revista CRB-6 Informa, que se consolidou por in termédio da portaria n. 063 datada de 05 de agosto de 2008, e passa a representar um instrumento de divulgação de temas de interesse da classe bibliotecária, bem como de ações desenvolvidas pelo Conselho Re gional de Biblioteconomia da 6a Região - Minas Gerais em prol da categoria. Este número contou com a colaboração dos dois cursos de Biblioteconomia do es tado, ECI-UFMC e curso de Bibliotecono mia de Formiga - UNIFOR-MG, na dispo- nibilização de artigos de seus professores, bem como informações, entrevistas e depoimentos. Estas parcerias terão continuidade e pretendem fortalecer os elos entre a academia e os profissionais por intermédio de seu órgão fiscalizador - o CRB-6. Destacam-se neste número os artigos sobre o FRBR que apresenta as novas Exigências Funcionais para Registros Bibliográficos, temática que vem sendo deba tida e propagada em todas as esferas da Biblioteconomia, pois provoca mudanças significativas no processo de catalogação; um artigo sobre a história do curso de Biblioteconomia de Formiga, que tem importância reconhecida não só no estado de Minas Gerais bem como nacionalmente e um artigo relatando as ações pro movidas pelo sistema CFB/CRB e a divulgação do "Projeto Mobilizador Biblioteca Escolar: construção de uma rede de informações para o ensino público. Na coluna Entrevista, a diretora da Escola de Ciência da Informação da UFMG, professora Lígia Dumont, relatou as mudanças por que vem passando a ECI e sobre o novo perfil do usuário de bibliotecas e de outros sistemas de informação que, segundo ela, deve se refletir na formação do bibliotecário. Também é destaque o balanço geral da 14a Gestão do CRB-6 - 2006/2008, com ênfase nos resultados da fiscalização do Conselho. Leia ainda sobre a entrega de placas aos professores Mestres dos dois cursos de Biblioteconomia escolhidos por intermédio de enquete feita no site do CRB-6, e homenageados durante a Semana do Bibliotecário, dentre outros assuntos. Esperamos que este instrumento se consolide e possa ser aperfeiçoado pela I 5a Gestão do CRB-6, a qual desejamos sucesso nessa nova empreitada. Sum ário E n tre vista Lígia Maria Moreira Dumont ........................................................................................ 4 A rtig o U N IFO R -M G Curso de Biblioteconomia de Formiga: 40 anos de h istó ria ....................... 9 Homenagem........................................................................................................................... 16 A rtig o ECI/U FM G FR B R ............................................................................................................................................. 20 D estaque Sistema CFB/CRBs ............................................................................................................... 26 Edcor.al: Sônia Miranda de Oliveira Sadanha dos Santos ;Fonseca : lo c a s G. Ponteio tOfcora rc S_-r>ero: :s I ,e -a CRB-6/1 38 I ) ■ ■ ta A raújo (DRT 666/CE) ; : r: Zrnes Dias sam olares ! — r já ICx C o m un icação Toma posse a 15a gestão do C R B - 6 ........................................................................... 30 Inform es 14a Gestão do C R B - 6 ......................................................................................................... 32 N o tícia s “O bibliotecário tem que s e r . . . " .................................................................................. 36 Teses e D is s e rta ç õ e s ................................................................................................... 38 " 0 Bibliotecário lida com a informação w em qualquer suporte em que ela se encontre" Ligia Dum ont, d ireto ra d a Eseola d e Ciência d a In form a rã o d a UFM C O zumbido de furadeiras e o ba ter de ferramentas contrastam com os sons característicos das salas de aula e laboratórios da Escola de C i ência de Informação (ECI), no cam pus Pampulha. Sob o olhar atento da diretora da Escola, professora Lí- gia Dumont, operários e arquitetos estão transformando a tradicional Biblioteca Etelvina Lima em uma biblioteca modelo, com paredes de vidro e 151 computadores que se rão usados pelos alunos da ECI e pelos usuários. Mas esta não é a única mudança em implantação na ECI. A partir de 2009, o curso passará a se chamar Biblioteconomia e Gestão da Infor mação, com o intuito demonstrar à sociedade que o bibliotecário tem competência profissional e forma ção acadêmica para lidar com a in formação em qualquer suporte em que ela se encontre. Também em 2009 tem início o curso de graduação em Arquivolo- gia e, no ano seguinte, o de Muse- ologia, que terão tronco comum de C R B-6 7*^>-t-rv w *. - Belo Horizonte - v. I - n. formação com o de Biblioteconomia e Gestão da Informação. Não satis feita com tanta novidade, a Escola prepara-se também para dar início ao seu primeiro mestrado profis sional - Gestão da Informação no Ambiente Universitário. Nesta entrevista exclusiva à re vista CRB-6 Informa, Ligia Dumont fala sobre as mudanças por que vem passando a ECI e sobre o novo perfil do usuário de bibliotecas e de outros sistemas de informação que, segundo ela, deve se refletir na formação do bibliotecário. Por que o acréscimo ao nome do curso? As novas tecnologias da informa ção evoluíram, o perfil do usuário está diferente, e o bibliotecário tem que acompanhar estas mudanças. Essa é uma grande preocupação no nosso currículo. Não é possível se formar, entrar no mercado e não acompanhar essas mudanças, que continuarão a evoluir. O bibliote- 2 - nov. 2008 cário precisa se reciclar constante mente - como em toda área - pois a tecnologia mudou o fazer de várias profissões. Nós trabalhamos com a informação e ela agora está em vá rios suportes, não apenas no papel. Adicionamos "e Gestão da Informa ção" ao nome do curso, exatamen te para mostrar que o nosso pro fissional também evoluiu. Porque o nome Biblioteconomia remete a livro e a biblioteca, que são coisas físicas. O médico, por exemplo, não tem sua definição profissional ligada à palavra "hospital". A nossa área tem um nome que gostamos muito, mas agora ele mostrou esse pequeno problema: remete a um lugar físico, ao qual a nossa pro fissão não está restrita. Claro que a instituição Biblioteca ainda é o grande depositário da informação, mas não podemos estar presos ao suporte. Queremos que o curso se chame Biblioteconomia e Gestão da Informação para mostrar que o nosso profissional está ligado à in formação. A partir de quando se dará essa mudança? A partir de 2009, quando co meçaremos com o novo currículo, no qual serão incluídos automati camente os alunos que já estão na Escola. Também em 2009 começa rá o curso de Arquivologia. O de Museolologia será implantado em 2010 Quais as diferenças do novo cur rículo? Essa reforma começou a se de linear desde que o Ministério da Educação (MEC) editou as novas diretrizes curriculares, que aten dem à Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei n.° 9.394, de 20 de dezembro de 1996). De acordo com a Secretaria de Educação Su perior do MEC, as diretrizes curri culares têm por objetivo servir de referência para as instituições de ensino superior na organização de seus programas de formação, per mitindo uma flexibilidade na cons trução dos currículos plenos. Com base nesse indicativo, montamos grupos para estudar a nova legisla ção e ver qual seria a aplicação no nosso currículo, então de Bibliote conomia. Criamos sete comissões temáticas: a) Fundamentos teóricos e me todológicos da Ciência da In formação; b) Princípios gerais da organiza ção e tratamento da informa ção; c) Usuários da informação; d) Fundamentos culturais, po líticos e sociais da informa ção; e) Gestão da informação; f) Fontes e uso da informação; g) Tecnologia da informação. horária também teria que diminuir bastante. Isso significaria um curso mais enxuto, de uma formação mais rápida, que atendesse às demandas da contemporaneidade. Mas, claro, sem perder os conteúdos que achá- vamos importantes. Assim chegamos ao novo cur rículo de Biblioteconomia, já com novas características: flexibilizado, com formação complementar, fa zendo essa interface com os outros cursos da Universidade. A criação dos-^sjjs cyrsos inter feriu na elaboração do fiovo currí c u lo ?^ Estávamos trabalhando só com o “ O PERFIL DO USUÁRIO ESTÁ DIFERENTE, E O BIBLIOTECÁRIO TEM QUE ACOMPANHAR ESTAS MUDANÇAS" currículo de Biblioteconomia, mas já havia uma demanda antiga de criar o de Arquivologia. Foi então que o Programa de Apoio ao Pla no de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuní) trouxe essa oportunidade, e veio também a idéia de aplicar o tronco comum para as outras formações da área de Ciência da Informação, adotadas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq): Arquivolo gia, Biblioteconomia e Museologia. Aliás, havia uma recomendação da Unesco, da década de 1980, de que esses cursos poderiam ter um troco comum. Achávamos essa sugestão muito pertinente. Assim, reestru turamos as comissões temáticas, criando uma para estudar o nú cleo fixo da Arquivologia, e os ou tros grupos trabalharam fazendo o tronco comum dos outros cursos. O que há de comum nesse tron co? Esse núcleo tem um pouco das três áreas. E na área específica da Biblioteconomia e Gestão da In formação estão as disciplinas que considerávamos fundamentais, algumas com alterações, outras modernizadas, principalmente no que se refere à área de tecnolo gia. Acho que essa é a parte mais nova, aplicada à área de Biblioteco nomia. Um exemplo de disciplina que foi modernizada está na área de organização e tratamento da informação, onde se coloca cata logação, classificação, indexação, e se introduzem os bancos de dados como modernização. Os bancos de dados estão passando sempre por adequações, devido às novas tec nologias da informação. É na área de organização e tratamento da in formação em que mais podem ser aplicadas as novas tecnologias. A segunda área são as fontes de in formação, pois agora quase todas estão online. Um exemplo são as enciclopédias. Quase não se com pra mais enciclopédia em papel, porque para atualizar um verbete era preciso republicá-la toda. Essas fontes de informação geral e mes mo as especializadas estão quase todas na internet. Não nos atreve mos a falar que o papel vai acabar, porque ler, até hoje é em papel, pois ler e estudar na tela é muito desagradável. Mas a publicação em papel, sim, essa pode-se dizer que caminha para acabar. O usuário é quem fará as cópias, não é mais o editor quem se encarrega de impri mir. Sobra cada vez mais trabalho para o usuário. E começamos a partir da flexi bilização dos currículos. A carga CRB-6 ■ V rw fr - Belo Horizonte - v. I - n. 2 - nov. 2008 5 En trevista Como isso altera a formação do Bibliotecário7 Essa mudança de modus ope- randi da leitura e da procura da informação mudou o usuário, que hoje entende muito mais de como resgatar uma informação do que antigamente, quando ele dependia da biblioteca, dos catálogos. Hoje em dia ele é muito mais exigente, conhece fontes, e o profissional da informação tem que estar adiante. Com a informação online, as pes soas estão entendendo muito mais os nossos cânones bibliotecários, que antes eram todos dentro da biblioteca, dependiam de catálo gos, classificações, indexações, palavras-chave. Se o profissional não se atualizar, vai ficar comple tamente defasado. E vai deixar o usuário desprotegido, porque até um certo ponto o usuário vai, mas quando a informação fica em ban cos de dados muito mais comple xos, em que é preciso usar motores de busca, saber resgatar realmente a informação, é aí que o bibliote cário se faz indispensável. Qual será diferença na formação de cada um desses três profissio nais? Cada uma dessas áreas têm suas especificidades. A Biblioteco nomia trabalha com a informação em todos os seus suportes e em todas as áreas - é a informação que gera conhecimento. Arquivo- logia lida com a informação que é gerada dentro de uma instituição, não necessariamente em papel. Por exemplo: a ECI gera publicações, atas, resoluções, prestação de ser viço, enfim, toda informação que ela gera e é registrada em algum suporte, e esse é o objetivo da Ar- quivologia, que precisa organizar essa informação, de forma orgâni ca, para que ela possa ser recupe rada com facilidade, e dar suporte n. 2 - nov. 2008 Horizonte - v. à tomada de novas decisões. São informações importantíssimas em áreas como contabilidade, seção de pessoal, guarda de documentos, com tabelas de temporalidade que indicam quando se pode descartar tais informações. Além desta par te legal tem também o aspecto da memória da instituição. As teses, por exemplo, podem ser considera das documentos arquivísticos. Ou seja, tem muito mercado para esse profissional, já que toda empresa ou instituição deve ter seus docu mentos organizados para não per der tempo e dinheiro. Para o curso de Museologia, vamos instituir esse semestre a comissão temática que vai definir as disciplinas específicas. Mas já fizemos o núcleo comum, consultando especialistas. Temos, por exemplo, uma disciplina que se chama Introdução a Biblioteco nomia, Arquivologia e Museologia. E outra de Bibliotecas, arquivos e museus digitais. Já estamos prepa rados para receber a Museologia no tronco comum. O aluno poderá ter as três for mações? Sim, desde que peça Obtenção de Novo Título. A opção do aluno por um dos cursos é feita na inscri ção do Vestibular. Ao ser aprovado no Vestibular, ele não entra da Es cola de Ciência da Informação, mas em um de seus cursos. A Escola vai contratar novos professores? Sim, serão seis para o curso de Arquivologia e mais sete para o de Museologia. Atualmente somos 36 docentes. E sobre a criação de um mestra do profissional? Essa demanda surgiu dentro da própria Universidade, quando a Bi- blioteca Universitária e o reitor Ro naldo Pena nos pediram para criar um curso para reciclar o pessoal da UFMG. Vai se chamar Gestão da Informação no Ambiente Univer sitário. A primeira demanda e os primeiros alunos serão os bibliote cários do nosso Sistema de Biblio tecas, e as aulas devem começar no primeiro semestre de 2009. Mas depois pretendemos continuar ofe recendo esse mestrado, pois está havendo, no mercado, uma gran de necessidade de bibliotecários que trabalhem em universidades. O MEC exige que qualquer curso universitário tenha biblioteca com bibliotecário inscrito no Conselho da sua juridição ou região. O que acontecia muito no princípio eram as contratações temporárias, mas isso aos poucos está se impondo, o que foi muito bom para a profis são. O curso terá duração de dois anos, com aulas provavelmente às sextas e sábados. Serão I I discipli nas, sendo quatro obrigatórias. Há disciplinas como Didática e prática do ensino de orientação de refe rência. Uma parte pesada mas que achamos necessária é a gestão fi nanceira. Incluirá ainda a gestão de recursos humanos, administração de recursos tecnológicos, elabora ção de projetos, elaboração, gestão e captação de recursos, gerencia mento de coleções. É um curso vol tado para o gestor da informação, não para as técnicas de tratamento da informação. Pode nos falar sobre a biblioteca modelo que está sendo implanta da? A idéia inicial era reformar fisi camente a Biblioteca Etelvina Lima, para que ela fosse modernizada, já que essa mudança do perfil do cur rículo inclui a nossa maior institui ção, que é a biblioteca. Queremos mostrar que a biblioteca tem que trabalhar, tratar e saber lidar com todos os suportes da informação, desde o papel, que é o suporte tradicional, à informação digital e a online. Por isso, estamos co locando nesse ambiente todas as formas de suporte e de captação de informações. Vamos disponibi lizar computadores para o público -terem os 151 computadores - in cluindo cerca de 60 nas duas salas de aula que funcionarão dentro da biblioteca, pois ela é também la boratório. Os micros vão ficar dis postos em bancadas, com espaços entre si, porque o bibliotecário hoje ainda trabalha muito com manuais e códigos em papel, que precisam ser consultados simultaneamente ao computador. O aluno aprenderá a trabalhar com os dois meios, si multaneamente: ao mesmo tempo em faz consultas a outras fontes para catalogar e indexar, desenvol ver pesquisas no computador para saber se aquele autor já publicou, se já tem o ISBN, dentre outras pesquisas. Para isso, vai aos ban cos de dados ao mesmo tempo em que está classificando um assunto, e usa manuais de distribuição de classes, de tratamento da infor mação para montar o banco de da dos digital da biblioteca. Ou seja, queremos mostrar essa interface, pois estamos ainda numa época de CRB-6 1*^0 transição, em que usamos papel e outros suportes. Assim como o bibliotecário, o usuário também usa os dois. Além dos computadores das salas de aula, vamos espalhar micros no meio do acervo, entre as estantes, porque o usuário também pode fazer consultas no papel e ver si tes citados como referência e vice- versa. Queremos mostrar que isso é a contemporaneidade da pro fissão. O usuário vai poder trazer seu laptop, pois as bancadas terão tomadas, com pontos de energia e acesso à Internet wireless ; também pode usar os micros da biblioteca. Queremos filiar a biblioteca a vários bancos de dados internacionais - que são pagos, e caros. Qual o acervo da Biblioteca Etel vina Lima? Ele é especializado, mas como a nossa área perpassa muitas outras. Possuímos, por exemplo, uma área de estudos que se chama Informa ção e Sociedade, muito focada no usuário e seu contexto; trabalha mos para pessoas, às quais que remos levar conhecimento e infor mação. Precisamos nos lembrar de que há alguém nesse fim de linha, temos que interpretar e fazer lin- - Belo Horizonte - v. I - n. 2 - nov. 2008 En trevista guagens que facilitem seu enten dimento. Devido ao usuário, essa área de Informação e Sociedade é muito forte, e por isso uma parte do acervo é da área de Ciências Hu manas e Sociais. Mas a nossa bi blioteca é especializada em Ciência da Informação. Ela é uma biblioteca laboratório e uma biblioteca modelo: tem que expressar palpavelmente o que o curso está ensinando, o que o cur so entende o que seja uma biblio teca. Como ela não é tão grande - 406 metros quadrados numa área retangular - e como nossa Escola tem um pátio interno, imaginamos que seria interessante que até de fora e de alguns ângulos a bibliote ca seja vista como um todo. Assim, os alunos e outros interessados po dem visualizar como ela funciona. Ela terá paredes de vidro? Sim, é interessante poder ter essa visão de como funciona uma biblioteca como um todo. A maio ria das paredes, com exceção das salas de aula, serão de vidro. A área de lazer será aprazível, com sofá, abajur, mesinha, máquina de café e de refrigerante, revistas novas, jornais diários; essa área, como toda a biblioteca, vai ser aberta ao público. A biblioteca terá acesso para cadeirantes e outros porta dores de necessidades especiais. A arquiteta responsável pelo projeto está analisando a utilização de si nais de toque e de chão, para que o cego possa entrar sozinho na bi blioteca e poder chegar ao setor de referência. Também queremos por programas para leitura de telas. Queremos que a biblioteca seja de fato aberta a todos. Estamos usan do, na decoração, a cor e a marca da Biblioteconomia: o símbolo é a Lâmpada de Aladim sobre um li vro; o fogo saindo significa conhe cimento, desejo de se conseguir conhecer mais. E a cor é safira, que é um tom lilás. Como vocês podem notar, estamos nos esmerando até nos mínimos detalhes: os tons de paredes e do chão vão girar em tor no dessa cor. Nos vidros, na barra de separação de segurança, vamos usar o símbolo, com a chama em tom lilás, cor que simboliza a pedra do nosso anel de graduação. O hall de entrada da biblioteca terá im presso no chão o direcionamento para as outras salas, como setor de referência, salas de aula, acervo e processamento técnico. Tivemos também a preocupação da luminosidade sobre o acervo. Como os raios ultravioletas afetam muito o papel, deixando-o mais quebradiço, conseqüentemente, com uma durabilidade menor, as luminárias afixadas sobre as es tantes receberão uma película es pecial que filtra 90% desses raios. A luminosidade menor será apenas sobre o acervo, e não nas áreas de leitura. Teremos ainda uma sala de videoconferências. Nossa intenção é que a Biblioteca Etelvina Lima sirva como modelo, tanto para as outras bibliotecas da Universidade como para a comunidade em geral. Isso está também ligado ao com plemento no nome do curso - Ges tão da Informação - pois mostra o que é uma nova biblioteca dentro de padrões mais modernos, mais atualizados. Hoje trabalham na Bi blioteca quatro bibliotecários, e vão chegar outros dois, com a abertu ra de concurso proporcionada pelo REUNI. Temos também três funcio nários técnicos - devemos ganhar mais dois - e dois jovens da Cruz Vermelha. Quando a biblioteca estará aber ta ao público? Pretendemos inaugurá-la ainda este ano. Aliás, ela não parou de funcionar, mesmo com a reforma. Mas mobiliá-la e deixá-la como queremos, pronta, com os compu tadores, será mesmo no final des te ano. Os recursos para a reforma física, a infraestrutura e uma boa ajuda para equipamentos vieram da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Recebemos também recur sos da Reitoria da UFMG. 8 CRB-6 - Belo Horizonte - v. I - n. 2 - nov. 2008 Curso de Biblioteconomia de Formiga: 40 anos de história. Sônia Miranda de Oliveira 1 Tânia Cristina de Oliveira 1 2 RESUMO Este artigo pretende apresentar, de forma sintética, a história do Curso de Biblioteconomia de Formiga, ofere cido há mais de 40 anos pelo atual Centro Universitário de Formiga - UNIFOR-MG, desde sua criação em 1968, até chegar aos dias atuais. Apresenta também a trajetória profissional de alguns egressos que se destacaram ao longo destes anos, com suas opiniões sobre o curso e como os conhecimentos nele adquiridos, contribuíram para suas inserções no mercado de trabalho. PALAVRAS-CHAVE: BIBLIOTECONOMIA - HISTÓRIA. UNIFOR-MG - CURSO DE BIBLIOTECONOMIA. EGRES SOS - UNIFOR-MG. INTRODUÇÃO A história do Curso de Bibliote conomia da cidade de Formiga se confunde com a própria história do atual, Centro Universitário de For miga - UNIFOR-MG. Para entender a trajetória deste curso e sua im portância para a Biblioteconomia, não só do estado de Minas, mas de todo o país, é necessário que seja feita uma retrospectiva no tempo que se inicia em I963, quando o então Governador do Estado de Mi nas Gerais era José de Magalhães Pinto. Em janeiro deste ano o Go vernador assinou a Lei n. 2 .8 19 que criava a Universidade do Oeste de Minas, cuja sede era na cidade de Formiga. Começou a partir daí, a luta dos formiguenses para que essa lei fos se regulamentada e o sonho de ter, na cidade, uma instituição que ofe recesse cursos superiores aos mo radores locais e das cidades circun- vizinhas se realizasse. A comunidade se uniu em tor no de um ideal e cada um auxilia va como podia. Um prédio de três andares, localizado no centro da cidade foi doado para alocar a en tão universidade, além de outros terrenos e doações em dinheiro. Foi criada uma fundação para criar e manter nos termos da legislação federal, um instituto de Ensino Su perior de pesquisa e de formação profissional em todos os ramos do saber técnico e científico (MENE ZES; CASTRO, 1990), que contou inicialmente com duas faculdades pioneiras: a Escola de Biblioteco nomia e a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. Já em 03 de setembro de I965, por intermédio do decreto n. 8.659, o ainda Governador, José de Magalhães Pinto, instituiu a Fundação Universidade do Oeste de Minas (FUOM). Em I966, ago ra já no governo de Israel Pinheiro da Silva, outra lei estabelece nova redação à de n. 2 .8 19, e dá outras providências. Nesta nova lei, além de cursos de graduação fica per mitida a ministração de cursos de pós-graduação em nível de espe cialização e a gratuidade do ensino para quantos provassem falta ou insuficiência de recursos. A Fun dação foi considerada no mesmo ano, como instituição de Utilidade Pública, pela Lei Municipal n. 622 e já possuía bens imóveis, móveis e patrimoniais que lhe permitiam desempenhar suas atividades com êxito e qualidade. Em 1969 recebeu o mesmo título, agora em nível Es tadual, pela Lei Estadual de abril de I969, publicada no Minas Gerais, Diário do Executivo. 1 Presidenta do CRB-6 - Mestra em Tecnologia - CEFET-M G - Professora Titular do Curso de Biblioteconomia de Formiga - Biblio tecária do CEFET-M G . 2 Coordenadora da Comissão Permanente de Licitação e de Patrimônio do CRB-6 na 14a Gestão - Especialista em Conservação e Restauração em Bens Culturais Móveis - CECO R-U FM G e Especialista em Alfabetização pela Universidade Castelo Branco. CRB-6 - Belo Horizonte - v. I - n. 2 - nov. 2008 9 A rtig o U N IFO R -M G JUSTIFICATIVAS PARA CRIAÇÃO DA FUOM EM FORMIGA Formiga não foi escolhida aleato riamente para sediar a FUOM, mas dentre vários motivos, um dos que se destaca é o de contar com po sição geoeconômica privilegiada. A cidade funciona, até hoje, como núcleo aglutinador dos mais vivos interesses culturais das comuni dades da região. Menezes e Castro (1990, p. I 7) afirmam que Formiga, exerce na região em que se localiza as mais definidas e marcantes in fluências “ [...] seja no tocante aos aspectos econômicos, seja nos de natureza cultural, criando-se em torno dessa atuação um verdadeiro tropismo positivo, em que a cidade é ponto de convergência de toda uma área sócio-econômica.” . Além da posição de liderança na região, Formiga destaca-se por se situar em distâncias quase que iguais das cidades do Rio de Ja neiro, São Paulo e Brasília, o que aumenta suas potencialidades na região, pois congrega várias formas de acesso não só à capital minei ra e cidades do estado, mas tam bém aos grandes centros do país. A cidade funciona como centro de irradiação de linhas de ônibus intermunicipais e interestaduais conduzindo milhares de passagei ros diariamente. Estas facilidades, durante muitos anos, fizeram com que a FUOM fosse instituição, for madora de ensino de graduação e pós-graduação, convergente de todo Estado, capacitando pessoas das mais variadas áreas habilitan do-as para o exercício de suas pro fissões. E foi assim que, ao longo dos anos, Formiga conquistou foros de cidade de alto nível intelectual, cultural e artístico. A tradição de cultura ultrapassou os limites da cidade e até hoje o município é re ferência nesta área. A FUOM teve papel significante na construção da imagem cultural da cidade e for madora de profissionais dos mais diversos ramos de atuação, sendo responsável pela graduação de pro fessores de quase todas as áreas do conhecimento, de todas as regiões do Estado de Minas Gerais. Além dos motivos já descritos, que justificam a criação de uma universidade no interior do estado, mais especificamente em Formiga, cabe salientar ainda, a necessidade de evitar a intensificação da mi gração dos jovens da região para a capital para poderem estudar, além da necessidade de se interiorizar a educação superior, promovendo mais igualdade e democracia de di reitos, visto que a FUOM promo vería cursos gratuitos que possi bilitariam a inserção de jovens no mercado de trabalho de forma mais rápida e econômica, melhorando também, a qualidade do ensino de 2o Grau, pois os professores atuan tes na região teriam acesso a uma formação mais qualificada e ade quada aos conteúdos por eles mi nistrados. Há de citar também a reconheci da tendência do município em ser pólo turístico, seja pela sua rique za histórica, tradições folclóricas e artísticas, como por suas belezas naturais, que atraem milhares de visitantes durante o ano todo para o desfrute das comodidades e in tensas atividades às margens do lago de Furnas. Grande parte das sociedades evoluídas, citadas pela História, é tida como berço do conhecimen to. Muitas delas abrigavam estru turas intelectuais e sobreviviam, socialmente, através delas. Mes mo as que se baseavam em outros segmentos, distinguiam-se pelo valor que davam à educação e à formação de seus indivíduos. Em geral, observa-se que as peque nas cidades, após a instalação de estruturas de ensino, se transfor mam em grandes centros urbanos. Esse é o caso de Formiga, que viu sua economia, educação, cultura e sociedade se expandirem, depois da construção do UNIFOR-MG. A história da FUOM se mistura com a história do povo formiguense. TRANSFORMAÇÃO DA FUOM EM CENTRO UNIVERSITÃRIO Em mais uma conquista, que favoreceu toda a comunidade, no dia 05 de agosto de 2004, a FUOM tornou-se Centro Universitário, es tabelecendo assim, um novo para digma e um outro conceito em ter mos educacionais. Com este novo status, o UNIFOR-MG agregou va lores aos seus certificados e diplo mas; seu ensino tornou-se muito mais valorizado e, com o início das atividades de Iniciação Científica e Pesquisas, a instituição passou a integrar, ainda mais, ao desenvolvi mento sustentado da região. A estrutura e a organização das unidades de ensino da FUOM mo dificaram-se a partir da criação do Centro Universitário - UNIFOR- MG, e hoje conta com mais de 20 mil metros quadrados de área cons truída, onde estão instaladas salas, biblioteca, laboratórios, praças de alimentação, salão de eventos, gi násio de esportes e demais depar tamentos do Centro Universitário, sendo ministrados mais de 20 cur sos de graduação, cursos de pós- graduação e de Educação a Distân cia a milhares de estudantes. O CURSO DE BIBLIOTECONO MIA DO UNIFOR-MG O UNIFOR-MG possui uma Bi blioteca atualizada, que oferece produtos e serviços de qualidade aos usuários, Laboratórios de In formática, Laboratório de Processa mento de Informação e Laboratório de Conservação e Preservação de Documentos (LCPD). Tais espaços de aprendizagem contribuem para que o aluno estabeleça a relação entre teoria e prática, tão impor tante na formação do profissional 10 CRB-6 - Belo Horizonte - v. I - n. 2 - nov. 2008 da informação. O curso de Biblio teconomia conta, também, com projetos de pesquisa - realizados pelo corpo docente da Instituição - que oferecem oportunidades de estágio aos estudantes que, des de a formação acadêmica, mantêm contato com diversas realidades na área de atuação. O UNIFOR-MG possui outro diferencial: o curso de Biblioteconomia passou em 2008 a ser oferecido em apenas três anos, fato este que o torna singular entre as escolas de Biblioteconomia do país. Diante de tantas mudanças e melhorias, não é sem razão que o curso de Biblioteconomia do UNI- FOR-MG recebeu o “Certificado 3 Estrelas” , do Guia do Estudante 2007, e Conceito A na avaliação do MEC. Há mais de 40 anos, com tradição e credibilidade, o curso de Biblioteconomia forma profissio nais altamente capacitados para o mercado de trabalho, sendo que, mais de 80% dos alunos formados estão trabalhando e se destacan do no cenário da Biblioteconomia nacional. A inserção destes alunos se dá principalmente nos estados da região sudeste e centro-oeste do país, mas existem profissionais formados em Formiga atuando em todas as regiões do país. Quase todas as bibliotecas uni versitárias da Rede Federal do Esta do de Minas Gerais, possui em seus quadros de servidores efetivos, pro fissionais formados pela Escola de Biblioteconomia, salientando que em várias, somente egressos advin dos desta escola atuam. Acrescen ta-se ao rol de instituições dirigidas ou que contam em suas equipes com bibliotecários formados pelo UNIFOR-MG: bibliotecas públicas, escolares, especializadas, arquivos, centros de documentação, tribu nais, cartórios, órgãos das forças armadas, portais de informação, li vrarias, editoras, jornais, hospitais, cursos superiores e de pós-gradua ção dentre outras. Qual seria a explicação para este fato? Por que o egresso do UNIFOR- MG está inserido em quase todas as áreas geógraficas ou profissio nais do estado ou país? O que faz este egresso diferente do formado pela Escola de Ciência da Informa ção da UFMG e de outras escolas do país? A resposta mais acertada para estes questionamentos, talvez re sida no fato, de que os alunos que ingressam no curso de Biblioteco nomia do UNIFOR-MG, pretendem atuar em qualquer parte do país, em qualquer tipo de biblioteca, e apre sentam uma pré-disposição para querer morar em outras regiões que a do curso, visto que, o curso é tradicional e existe há mais de 40 anos na cidade de Formiga, o mer cado de trabalho no município e re gião já encontra-se saturado, por tanto, locais distantes e ambientes diferentes de atuação atraem bas tante os egressos nesta instituição formados. Sem contar a formação mais tecnicista oferecida pelo cur so, que facilita, de certa forma, a aprovação em concursos e desperta o desejo dos alunos para a atuação em ambientes de Bibliotecas em geral. É necessário no entanto, já que estas premissas se baseiam em constatações feitas junto aos alu nos dos dois cursos, que estudos aprofundados de egressos das duas escolas sejam feitos, para que seja comprovado de forma científica, o que os alunos, professores e insti tuições contratantes, afirmam. EGRESSOS DO UNIFOR-MG EM DESTAQUE Foi feito um levantamento de bibliotecários formados pelo Cur so de Biblioteconomia de Formiga, desde os primeiros formandos até os mais recentes de profissão, vi sando com isto verificar a inserção dos mesmos no mercado de tra balho e apresentar destaques que valorizam a formação obtida no UNIFOR-MG. Vários profissionais oriundos do Curso de Biblioteconomia do UNI- FOR-MG, atuam em Bibliotecas Universitárias, inúmeros em Biblio tecas escolares e públicas, vários ingressaram na academia, sendo muitos professores com mestrado e doutorado, dentre vários ramos do mercado da informação. A seguir serão apresentados al guns profissionais que se sobres saíram e que foi possível contato, tendo em vista que vários atuam em outras regiões do país. A bibliotecária NIRLEI MARIA OLIVEIRA graduou-se em 1988, iniciando sua carreira profissional três meses após sua formatura. Obteve seu título de mestra em Ci ência da Informação pela PUC-SP em 1993. Trabalhou como coorde nadora da Biblioteca da Fundação Norte-Mineira de Educação, atual Universidade Estadual de Montes Claros e UNICAMP. Atualmente coordena a Biblioteca do UNIPI- NHAL, em Espírito Santo do Pinhal (SP), e é docente da disciplina Me todologia da Pesquisa nos cursos de graduação e pós-graduação da mesma instituição. Publicou vários artigos científicos, livros e capítulos de livros na área de Biblioteconomia e no ano de 2007 foi a única brasi leira selecionada pela Organización Universitária Interamericana (OUI), com sede no Canadá e atuação em 26 países, para trabalhar como tu- tora no curso à distância “Planifi- cación Estratégica en Bibliotecas”, orientando alunos de vários países da América Latina e Caribe. Nirlei afirma que o Curso de Biblioteconomia de Formiga é competente na formação de seus profissionais, pois proporciona co nhecimentos teóricos e técnicos atualizados e condizentes com as exigências do mercado de trabalho e indispensáveis na prática profis sional. Além de fornecer referencial I I CRB-6 - Belo Horizonte - v. I - n. 2 - nov. 2008 A rtig o U N IFO R -M G para a atuação na Administração de bibliotecas, Gerenciamento de Sistemas Automatizados, Organi zação de Arquivos e Gestão da In formação, itens exigidos pelas ins tituições empregadoras no país. NEIDE APARECIDA GOMES graduou-se em 1982, é especia lista em Conservação, Preservação e Restauração de Documentação Gráfica pelo SENAI/ABER - São Paulo/SP, com titulação de mestre em Ciência da Informação obtido na UNB - Brasília/DF no ano de 2000. Atuou, inicialmente em uma biblioteca escolar, depois em 1987 atuou na Biblioteca Pública de Ouro Preto/MG até ser aprovada no concurso público da Universidade Federal de Ouro Preto em 1990, em 2000 foi transferiu-se para a UNB. Trabalhou como consultora e ocu pou o cargo de bibliotecária chefe da Divisão de atendimento ao usu ário na UNB. É atualmente Vice- Presidente do Conselho Federal de Biblioteconomia (CFB) em sua 14a Gestão e coordena o Repositório Institucional da UNB e o projeto de Repositório Institucional do siste ma CFB/CRBs. Neid ressalta que “quando fiz o curso as aulas eram três vezes por semana, mas nem por isso eram de baixa qualidade. Era enfatizada a parte técnica do curso o que nos deu uma base forte para exercer a biblioteconomia e nos permitiu buscar a atualização profissional. Um outro aspecto que gostaria de destacar é que nos era transmitido o valor da profissão, o reconheci mento e isto estimulava nos alu nos uma auto estima com relação a profissão escolhida.” Outra bibliotecária atuando no Distrito Federal é ANDRESA ELIAS DUARTE. Ela graduou-se em 1993 e na sua opinião o Curso de Biblio teconomia de Formiga tem um di ferencial em relação aos oferecidos pelas federais, que é seu conteúdo. Segundo Andresa, em Formiga não se pode optar por uma ou outra matéria, lá se estuda as matérias todos os anos, por isso elas têm mais conteúdo. “Aqui em Brasília, até pouco tempo, os profissionais formados em Formiga tinham pre ferência nas vagas de emprego.” Quando ela chegou em Brasília, 1994, faltavam bibliotecários, e em duas seman