Correios aguardam decisão da justiça para retomar sua qualidade operacional No início de julho desse ano, os Correios tentaram negociar com as entidades representativas dos empregados os termos do Acordo Coletivo de Trabalho 2020/2021. Em continuidade às ações de fortalecimento de suas finanças e consequente preservação de sua sustentabilidade, a empresa apresentou uma proposta que visa a adequar os benefícios dos empregados à realidade do país e da estatal. A economia anual prevista com a redução dos privilégios é da ordem de R$ 800 mi lhões , valor que bastaria para , em apenas 3 anos e com fluxo estável de receitas, cobrir o prejuízo acumulado de R$ 2,4 bi lhões. Em contraposição, os sindicatos exigiram a manutenção dos termos determinados no dissídio anterior, recusando - se a abrir mão dos privilégios concedidos em tempos de prosperidade ou , ainda, como solução para findar greves antes estas corroessem o caixa da empresa de forma irreversível. Sobre o assunto, a empresa defende ser imprescindí vel que acordos coletivos reflitam o contexto em que são produzidos. Ao mesmo tempo em que devem manifestar a disponibilidade da empresa em repartir lucros com seus empregados, não podem contribuir para a sua falênci a ou a acumulação de prejuízos. É eviden te , portanto, que não há margem para propostas incompatíveis com a situação econômica atual da instituição e do país, o que excluí de qualquer negociação a possibilidade de conceder reajustes. Ademais, é preciso ressaltar que, na última década, os reajuste s salariais dos empregados dos Correios superaram o do trabalhador médio: enquanto o salário mínimo aumentou 104%, os vencimentos de um carteiro, por exemplo, subiram 117%. Além de afetar a imagem da instituição e de seus empregados perante a sociedade, a s paralisaç ões da maior companhia de logística do Brasil, sobretudo no contexto atual, traz em prejuízos financeiros não só à própria estatal : inúmeros empreendedores brasileiros de todo porte contam com o bom funcionamento da empresa para manterem seus negó cios ativos Plano de Continuidade dos Negócios Em consonância com as determinações do Ministério da Economia referentes às empresa s públicas, os Correios têm promov ido contençõe s de despesas e o saneamento de suas finanças com a transparência de sempre, rejeitando qualquer alternativa que não garanta as melhores práticas de administração e governança da empresa, especialmente diante da perda de parcelas de mercado e frente ao cenário danoso causado pela pandemia. E m um cenário no qual o desemprego cresce aceleradamente e as incertezas impostas pela crise não apontam qualquer perspectiva, é um feito hercúleo manter uma empresa de porte nacional funcionando sem sacrificar , sobretudo, os empregos de seus trabalhadores. Enquanto luta para atravessar a crise sem precedentes que assola o mundo, a empresa busca alavancar seu negócio em um dos poucos segmentos com capacidade de crescer em meio ao cenário de pandemia e isolamento social : o e - commerce. Para isso, os Correios s eguem trabalhando para reduzir os efeitos da paralisação parcial em curso: durante fins de semana e feriados, empregados das áreas administrativa e operacional têm unido forças para garantir a entrega de milhões de objetos. Nas últimas quatro semanas, as a ções previstas n o plano de continuidade do s negócio s possibilitaram que mais de 187 milhões de cartas e encomendas foram entregues em todo o país. Histórico de Dificuldades e o Futuro Os Correios têm buscado encontrar o equilíbrio entre a recuperação fina nceira após anos de dilapidação dos seus recursos e a manutenção de empregos, salários e direitos dos seus empregados. Após sofrer em por longos anos com a falta de governança e a corrupção , o s Correios t iveram seu histórico agravado severamente p or sucessivas greves. P ara que a empresa permaneça firme no caminho da recuperação e conômica , o s erros das gestões passadas exigem , hoje, medidas duras e sacrifícios Mais do que nunca, os Correios precisam de capital para investir e competir em pé de iguald ade com as outras empresas do ramo, que se reinventam sempre no ritmo do mercado. A transformação da cultura de consumo global aponta para uma urgente necessidade de adaptação e inovação Só assim será possível aos Correios se estabele cerem como a melhor o pção do mercado, competindo de forma igualitária com outros gigantes logísticos e, por fim, garanti rem sua sustentabilidade A empresa aguarda o retorno dos trabalhadores que aderiram ao movimento paredista antes do julgamento do dissídio coletivo, marcado para o próximo dia 21/09: cientes da sua responsabilidade para com a sociedade , eles são indispensáveis para a prestação de serviços essenciais à população em um momento tão delicado para o país e o mundo.