SALVADOR DALÍ A DIVINA COMÉDIA: DALÍ RUMO AO PARAÍSO DE DANTE Coleção Lover Ibaixe SALVADOR DALÍ A DIVINA COMÉDIA: DALÍ RUMO AO PARAÍSO DE DANTE Coleção Lover Ibaixe S alvador Domingo Felipe Jacinto Dalí i Domènech, conhecido por sua personalidade excêntrica, foi o mestre da arte que se inspirou no Renascimento para compor sua obra surrealista de ilustração da Divina Comédia de Dante Alighieri (1265-1321). Nascido aos 11 de maio de 1904, no povoado catalão de Figueres, na Espanha, filho de Salvador Dali Cusi um notário de posição influente, política e socialmente, e de Felipa i Domènech. Na estação do verão passavam os dias num povoado costeiro de Cadaqués, local onde Dalí produziu suas primeiras obras ainda na infância. Cadaqués com suas paisagens e as rochas de cabo Creus marcaram profundamente de forma simbólica muitas de suas obras. Produziu durante sua carreira inúmeras obras, marcadas por diferentes estilos até se consagrar no surrealismo com seu método paranóico-crítico . Além de suas telas de imagens impactantes, foi o autor de ilustrações para livros, litografias, um número considerável de desenhos, esculturas, projetos paralelos para fotografia e cinema, escritos e poemas surrealistas. Com a morte da esposa, Gala, em 1982, Dalí entrou em grande depressão vindo a falecer em de janeiro de 1989. Em Madrid, em 1922 frequentou a Real Academia de Belas Artes, sendo expulso em 1926, após afirmar que não havia ninguém com competência para julgar seus trabalhos. Depois desse incidente, em 1929 foi para Paris e através de Juan Miró se ligou ao grupo dos surrealistas liderado por seu fundador André Breton. Entre estes estava Paul Éluard, poeta surrealista francês e sua esposa A companhe o enredo: as obras de arte tinham a assinatura de um gênio catalão. Elas homenageavam um livro colossal de um italiano. O sonho de toma-las para si, inquietava um colecionador brasileiro nascido em São Carlos. As obras foram trocadas por moedas de ouro do Império Austríaco, que haviam fascinado a russa, esposa do catalão genial. O metal, de valor histórico, foi trunfo do são-carlense. A perseverança, própria de nosso povo, o conduziu ao caminho certo rumo ao seu sonho. Portanto, a onírica jornada das 100 gravuras com passagens do livro “A Divina Comédia”, do poeta italiano Dante Alighieri (1265- 1321), até este catálogo comemorativo que você tem em mãos, só realça a dimensão artística e humana deste projeto notável do qual me orgulho haver iniciado aqui na Prefeitura de São Carlos. As gravuras feitas no final da década de 1950 por dois gravuristas franceses supervisionados por Salvador Dalí (1904-1989), a partir de 100 aquarelas deste artista, são as que passamos a apresentar no Acervo “Antonio Ibaixe” a todos os diletantes da arte e da cultura de nosso povo. A vinda dessas obras para a nossa cidade constitui uma prova de amor das mais belas escritas em nossa história. A generosidade, aqui em nosso chão e entre nossa gente, passa a ser associada ao nome de Lover Ibaixe. Gala Éluard, que se separou deste e passou a viver com Dalí, com quem se casou em 1934. Foi a grande musa inspiradora do gênio da pintura surrealista. Em 1939 seu desentendimento com esse grupo levou à sua exclusão do mesmo. De 1940 a 1948 – período que envolve em grande parte a Segunda Guerra Mundial – Dalí e Gala passam a viver nos Estados Unidos, é a fase marcada por intensa produção artística. Retornando para Europa em 1948 se instala com Gala em Port Lligat dando sequência à sua fase de temas religiosos iniciada em Nova York com a obra A tentação de Santo Antônio (1946) . Esse é o momento que antecede ao convite pelo governo italiano para ilustrar “A Divina Comédia” de Dante Alighieri. É a fase de sua renovação criativa com um novo caminho daliniano, da “explosão dos seus temas tradicionais em favor do tema religioso [... no qual] vai encontrar nas iconografias clássicas do cristianismo a possibilidade de explorar outro domínio da arte: o sagrado” . A exposição que a Prefeitura Municipal de São Carlos nos apresenta, “A Divina Comédia: Dali rumo ao Paraíso de Dante” , se compõe de 100 gravuras da série “ A Divina Comédia” adquirida em 1976 pelo empresário são-carlense Lover Ibaixe e que se encontrava em posse de Gala, mulher de Dali. A DIVINA COMÉDIA: DALÍ RUMO AO PARAÍSO DE DANTE O caminho de Dalí até São Carlos Este livro comemorativo passa a integrar o patrimônio cultural de São Carlos. Novos símbolos como este somam a outros cartões postais de nossa cidade, que paulatinamente estão sendo recuperados. O projeto Cidade Feliz conseguiu dar mais vida ao Cristo da Rotatória, ao Bondinho e a praças históricas. A Prefeitura, por meio da Coordenadoria de Artes e Cultura, inaugurou a Biblioteca de Artes Visuais da Pinacoteca Municipal “José Guilherme Camargo Toledo”. Tudo isso reflete o trabalho de uma equipe que nos assessora e da qual muito nos orgulhamos. Sempre sonhei em implantar espaços como este em nossa cidade democratizando o acesso à cultura para todos. Fomentar o conhecimento é uma obrigação nossa como gestor público e estamos trabalhando intensamente para vencer mais este desafio e construir uma política cultural plena. Exemplos de determinação e inspiração no meio de nossa gente não faltam. A história apaixonante de Lover Ibaixe pelas obras do excêntrico Salvador Dalí é uma prova. Estamos no caminho certo, o desafio é grande, mas por outro lado ele nos inspira na realização de um grande trabalho. Paulo Altomani Prefeito de São Carlos Hilário Domingues Neto Sociólogo, Historiador e Artista Plástico. As obras retratam o trajeto surrealista de Dali inspirado na obra do poeta italiano Dante Alighieri, composta por 100 gravuras produzidas na década de 60 do século passado para ilustrar os 100 Cantos de A Divina Comédia. O projeto originou-se de um convite pelo governo italiano para ilustrar uma edição comemorativa dos 700 anos do nascimento do poeta florentino. Uma manifestação popular contrária à ilustração da obra máxima da literatura italiana por um artista espanhol fez com que esse projeto fosse cancelado. Dalí decidiu levar à frente o projeto concluindo 100 aquarelas ilustrando os três livros de A Divina Comédia de Dante Alighieri: “Inferno”, “Purgatório” e “Paraíso”, interpretando pictoricamente os 100 cantos dessa obra épica, mas dando a eles o caráter de autenticidade, tendo em vista as vicissitudes de sua própria história. Em 1959, através de seu editor de gravuras Joseph Fôret, contratou e supervisionou o trabalho de dois xilogravuristas franceses R. Jacquet e J. Tarico, para reproduzirem em pranchas coloridas as aquarelas criadas pelo artista para ilustrar a “Divina Comédia” . As 100 imagens produzidas por Dali que ilustram a Comédia de Dante estão divididas em partes de acordo com a obra literária: 34 gravuras compõem o “Inferno”, 33 o “Purgatório” e o mesmo número para o “Paraíso”. A primeira gravura do “Inferno”, Canto I – “O Monte Encantador” , retrata o início da viagem de Dante, que segundo o poema estava em meio à vida, perdido frente a uma floresta escura [o pecado]. Vislumbra uma montanha que lhe parece ser a salvação, mas três feras, um leopardo (a incontinência), um leão (a violência) e uma loba (a fraude) barram a sua caminhada. Aparece então o espírito de Virgílio, poeta da antiguidade que Dante admira e que foi chamado por Beatriz, amor platônico de Dante na juventude, para conduzi-lo por um caminho alternativo transpondo o “Inferno” e o “Purgatório”, até a entrada do “Paraíso”, quando então será guiado pelo espírito de Beatriz. Em A Divina Comédia, “o grande mérito de Dante, é que ele pensava por imagens [...], deve-se dizer que a Comédia não é mais do que um longo relato moral que sustenta um fantástico arcabouço de imagens simbólicas [...] que nasce de um fortíssimo estímulo moral-religioso reformista com fins escatológicos, mas é verdade também que tal estímulo desemboca numa criação de imagens de uma riqueza plástica e simbólica praticamente sem limites” . Foi esse simbolismo plástico que inspirou vários artistas de diferentes épocas na ilustração das passagens de Dante em seu trajeto onírico do “Inferno” ao “Paraíso”, destacando-se Sandro Botticelli (1445- 1510), Michielangelo (1475-1564), Willian Blake (1757-1827), Gustave Doré (1832-1883), e Salvador Dali (1904-1989), entre os ilustradores de sua obra. Dalí, no entanto, nos oferece uma linearidade pictórica nos trajetos da epopeia rumo ao Paraíso de Dante. Embora suas gravuras não sigam os 100 cantos, ele certamente selecionou o que achou mais sugestivo para compor sua obra. Sigmund Freud (1856-1939) muito influenciou Dali, que teve inclusive a oportunidade de encontrar com ele em vida, mas, inspirado em Jacques Lacan (1901-1981), após a leitura de sua tese “De La Psychose Paranoiaque et sés repports avec la Personalité”, que desenvolveu o método crítico-paranóico. Dali denominava o conteúdo das imagens desse método de “irracionalidade concreta” por acreditar que elas precisavam ser interpretadas através da “loucura do raciocínio”. O público seria atingido por essas imagens como se elas tivessem sido criadas por sua própria mente, com significados por ele atribuídos e projetados. Ao observarmos os três conjuntos de gravuras, “Inferno”, “Purgatório” e “Paraíso”, podemos perceber que nas impressões cromáticas das obras, na composição dos elementos, existe uma diferença marcante nas imagens que no primeiro conjunto – “Inferno” – se apresentam distorcidas, sofridas, com cores carregadas transmitindo um sentimento de impotência diante do Sagrado. No segundo conjunto, do “Purgatório” as imagens refletem formas mais compatíveis com o discurso da renovação da alma, portanto esperançosas de alcançarem a absolvição de seus pecados. Já no “Paraíso” destaca-se toda a sublimidade da obra daliniana, com figuras angelicais e, ao mesmo tempo, as impressões de uma era atômica que nas imagens levitam ou explodem em algumas de suas composições. É o viés crítico de um notável artista que consegue manifestar seu pensamento sobre o mundo que assim como Dante em sua época, também o faz. Dali articula de forma alegórica, com o conhecimento profundo que demonstra da obra de Dante, a composição pictórica com o poema. Percebe-se em diversas obras de Dali, desse momento de elaboração das aquarelas para A Divina Comédia, a existência de uma relação muito próxima – e não poderia ser de outra forma – com o simbolismo, técnica e estilo empregados. Quando observamos no Canto I, “O Monte Encantador” , a perspectiva linear empregada por Dali, influência dos mestres do Renascimento, se apresenta dando volume e profundidade à obra junto a outros elementos. Em “Pano de fundo para <Don Juan Tenório>” (1950), a mesma imagem e os mesmo elementos, a via em perspectiva, figuras se deslocando com diferentes estaturas ampliando a noção de profundidade, o monte com os ciprestes. Aqui o simbolismo de Dali, o cipreste sobre o monte significando a união entre a terra e o céu, que em “O Monte Encantador” é o caminho a seguir por Dante. Observando a figura de Dante nas ilustrações de A Divina Comédia por Dali, pela sua semelhança com o “Retrato de Dante” (1495) de Sandro Botticelli, pintor florentino da Renascença e conterrâneo do poeta, pode-se sugerir que Dali o tomou como modelo para a sua obra. No Canto VII (Paraíso), “Dante em dúvida” , a imagem se aproxima em traços do retrato feito por Botticelli, com a túnica vermelha e a coroa de louros sobre a cabeça que na mitologia grega remete a Apolo, deus da poesia. Alguns esboços de Dali se confundem com a gravura da série de A Divina Comédia, é o caso do estudo “Variante do Cavaleiro da Morte” (1933), , cuja técnica se identifica com a da imagem do Canto VI (Inferno), “Cérbero o guardião” , numa sucessão de traços movimentados compondo as figuras. Dalí em seu delírio surrealista cria a teoria do duro e do mole, “ Rochedos duros e relógios moles...” . Em Persistência da Memória , (1931), os relógios apresentam-se como se estivessem pastosos, escorrendo como o queijo camembert que havia derretido, esparramando-se além das bordas da vasilha, como observara após seu jantar. Essa forma de representação pictórica será uma constante nas criações de Dali, e, no Canto XIV (Inferno), “Os blasfemos” , a figura de um apenado deitado com parte superior do corpo como se derretida se relaciona com o calor do solo dessa região. No Canto XXX, “A mordida de Gianni Schicchi” o mesmo efeito está presente. “Sobre todo o areal, em jorro lento, choviam chispas de fogo dilatadas, como de neve em montanha sem vento.” Canto XIV (Inferno), 28 As representações do duro estão em inúmeras obras de Dali, são as lembranças de sua terra natal Cadaqués, região rochosa de onde assimilou a conformação granítica em trabalhos como “Rochedos de Llané” (1926), também conhecido como “Paisagem em Cadaqués”. Um grande número de gravuras das ilustrações de A Divina Comédia em sua primeira parte “Inferno” contém esse elemento granítico representado, o que nos sugere no imaginário a concepção de dureza, do peso na consciência que carregam os apenados dessa região do “reino das trevas”. Para melhor ilustrar observemos a gravura do Canto VII, “Avaros e pródigos”, que retrata um apenado carregando uma pesada pedra. Nessa imagem outra característica da técnica de Dali que atesta seu perfeito domínio da anatomia humana, a “figura em escorço” , muito empregada pelos mestres renascentistas. Essa técnica está presente em inúmeras outras obras, entre as quais a “Figura entre os Rochedos” ou “Mulher deitada”, (1926) . As “Gavetas secretas do inconsciente” alegoria presente em “O Gabinete Antropomórfico” (1936) , evidencia a influência da Psicanálise Freudiana acerca do inconsciente. Dali passou a empregar tal alegoria na representação de muitas obras para expressar a nossa obsessiva preocupação em entendermos numa análise introspectiva quem e o que somos. Ao iniciar a representação dos Cantos de Dante na transposição que faz amparado por Virgílio ao Purgatório, no Canto I, “O reino dos penitentes”, na obra ̈A queda do anjo” (1951) , uma figura alada contempla as gavetas entreabertas em seu corpo. Considerando que aqueles que estão no Purgatório procuram se desvencilhar de suas imperfeições para alcançar a angelitude, a imagem sugere um questionamento ao interior pelos que ali cumprem penitência. No Canto XIX, “A sereia do sonho”, está presente a fase em que Dali se ateve a estudos sobre física nuclear , com imagens em levitação como “A Madona de Port Lligat” (1949) . No Paraíso também se apresenta a influência da atomística na obra de Dali, e imagens que explodem como partículas de átomos em movimento passam a fazer parte de obras. Entre estas, a “Madona Explosiva” (1951) , cuja imagem se projeta levitando, formada por partículas em movimento como resultantes de uma explosão. Essa técnica particular do surrealismo daliniano está manifesta na gravura que ilustra o Canto XXVI, “A apoteose da Virgem Maria”. Outro elemento simbólico em inúmeras obras de Dalí é a muleta, que aparece em algumas gravuras de A Divina Comédia. “Esta muleta que prolifera na obra de Dali, não foi inventada por ele. Dalí apoderou-se dela. Descobriu-a, em criança, no sótão da casa paterna. [...] << Apoderei-me imediatamente da muleta e compreendi que, durante toda a minha vida, nunca mais me separaria dela, sem poder explicar a razão. [...] Este objecto dava-me uma segurança e uma arrogância que nunca conseguiria ter. A partir dessa altura, a muleta tornou-se para mim o símbolo da morte e da ressurreição.>> Penetrar no mundo de sonhos de Dali é envolver-se em um espaço metafórico onde se condensam ao mesmo tempo o real com o irreal. Em tempos díspares viveu como Dante problemas existenciais semelhantes. O poeta afastado politicamente de Florença para o exílio em Ravena e Dali por motivos idênticos foi viver nos Estados Unidos, distante de suas origens. Enquanto o autor de A Divina Comédia teve seu amor platônico que o resgatou na viagem onírica até o céu da felicidade, Dali com a presença de Gala a sua musa inspiradora conseguiu a cumplicidade de uma vida surreal. A DIVINA COMÉDIA: DALÍ RUMO AO PARAÍSO DE DANTE Coleção Lover Ibaixe prefeitura municipal de são carlos // 2014 prefeitura municipal de são carlos // 2014 O surrealismo inspirado no Renascimento INFERNO A DIVINA COMÉDIA: DALÍ RUMO AO PARAÍSO DE DANTE Coleção Lover Ibaixe prefeitura municipal de são carlos // 2014 prefeitura municipal de são carlos // 2014 Canto I - Dante inicia a viagem Mas quando ao pé de um monte eu já chegava, tendo o fim desse vale à minha frente, que o coração de medo cerrava. Canto 1, 13. Canto II - Reafirmação Estava eu co’ os espíritos sustados, e mulher me chamou beata e bela, tão que logo pedi-lhe seus mandados. Canto II, 52. A DIVINA COMÉDIA: DALÍ RUMO AO PARAÍSO DE DANTE Coleção Lover Ibaixe prefeitura municipal de são carlos // 2014 prefeitura municipal de são carlos // 2014 Canto III - Caronte Chegava agora um barco e, em seu governo, um velho, branco por antigo pelo, gritando: “Almas ruins! Castigo eterno [...]. Canto III, 82. Canto IV - No obscuro limbo Só mágoa era, sem penas torturantes, que fazia a turba imensa suspirar de homens, de mulheres e de infantes. Canto IV, 28. A DIVINA COMÉDIA: DALÍ RUMO AO PARAÍSO DE DANTE Coleção Lover Ibaixe prefeitura municipal de são carlos // 2014 prefeitura municipal de são carlos // 2014 Canto V - Minós, o confessor Lá está Minós que horrendamente ringe; as culpas examina já na entrada, julga e despacha conforme se cinge. Canto V, 4. Canto VI - Cérbero, o guardião Cérbero, fera monstruosa e perversa, caninamente co’ as três goelas late para a gente que está na lama imersa. Canto VI, 13. A DIVINA COMÉDIA: DALÍ RUMO AO PARAÍSO DE DANTE Coleção Lover Ibaixe prefeitura municipal de são carlos // 2014 prefeitura municipal de são carlos // 2014 Canto VII - Avaros e pródigos De espíritos imenso duplo bando um contra o outro, às gritas aguerridas, grandes pesos co’ os peitos nus rolando. Canto VII, 25. Canto VIII - O irascível “Daí a Fillippo Argenti”, investiam as gentes, e o florentino espírito iracundo sobre si próprio se volvia co’ os dentes. Canto VIII, 61. A DIVINA COMÉDIA: DALÍ RUMO AO PARAÍSO DE DANTE Coleção Lover Ibaixe prefeitura municipal de são carlos // 2014 prefeitura municipal de são carlos // 2014 Canto IX - As fúrias as via co’ as unhas fenderem-se o peito e, em seu flagelo, gritarem tão alto que, assustado, acheguei-me ao meu eleito. Canto IX, 49. Canto X - Farinata E ele: “Volta-te! o que hesitar te faz? Vê Farinata que se ergueu, direito; da cintura pra cima já o verás”. Canto X, 31. A DIVINA COMÉDIA: DALÍ RUMO AO PARAÍSO DE DANTE Coleção Lover Ibaixe prefeitura municipal de são carlos // 2014 prefeitura municipal de são carlos // 2014 Canto XI - Notícias das camadas inferiores do Inferno Cheios estão de espíritos malditos; e pra que, após, deles te baste a vista, saibas como e por que lá estão conscritos. Canto XI 19. Canto XII - O minotauro Assim o Minotauro eu vi fazer. E o mestre a mim: “Te adianta, que furioso como ele está nos convém já descer”. Canto XII, 25. A DIVINA COMÉDIA: DALÍ RUMO AO PARAÍSO DE DANTE Coleção Lover Ibaixe prefeitura municipal de são carlos // 2014 prefeitura municipal de são carlos // 2014 Canto XIII - A floresta dos suicidas Não tinha Nesso ainda o vau cruzado e já entrávamos nós num arvoredo por caminho nenhum atravessado. Canto XIII, 1. Canto XIV - Os blasfemos Supina, ao chão jazia alguma gente, outra sentava, toda reunida, caminhava outra continuadamente. Canto XIV, 22. A DIVINA COMÉDIA: DALÍ RUMO AO PARAÍSO DE DANTE Coleção Lover Ibaixe prefeitura municipal de são carlos // 2014 prefeitura municipal de são carlos // 2014 Canto XV - Os sodomitas Então voltou-se, e um pareceu daqueles que correm em Verona o pano verde pela campanha, e pareceu ser, deles, O tal que vence, e não o que perde. Canto XV, 121. Canto XVI - Os sedutores Pois disse ele: “É pra logo a aparição do que eu espero e ao que a tua mente mira, e vai logo surgir à tua visão”. Canto XVI, 121. A DIVINA COMÉDIA: DALÍ RUMO AO PARAÍSO DE DANTE Coleção Lover Ibaixe prefeitura municipal de são carlos // 2014 prefeitura municipal de são carlos // 2014 Canto XVII - Gerion e disse: “Gerion, move-te afora, a curva alarga e a descida refreia, pensa na carga que tu tens agora”. Canto XVII, 97. Canto XVIII - O bajulador Tinha um, que destaquei co’ olhar curioso, tão sujo o crânio dessa borra humana, que o não sabia se leigo ou religioso. Canto XVIII, 115. A DIVINA COMÉDIA: DALÍ RUMO AO PARAÍSO DE DANTE Coleção Lover Ibaixe prefeitura municipal de são carlos // 2014 prefeitura municipal de são carlos // 2014 Canto XIX - O simonita Por terem todos suas plantas ardentes, com tanta força as pernas sacudiam que romperiam cordames e correntes. Canto XIX, 25. Canto XX - Manto Manto foi, a que após várias andanças pousou na terra aonde eu fui nascido; dela vou te contar minhas lembranças. Canto XX, 55. A DIVINA COMÉDIA: DALÍ RUMO AO PARAÍSO DE DANTE Coleção Lover Ibaixe prefeitura municipal de são carlos // 2014 prefeitura municipal de são carlos // 2014 Canto XXI - Fraude [...] e vi um diabo preto atrás de nós Em nossa direção correndo vir. Ai , como ele era, no aspecto, feroz, Canto XXI, 29-33. Canto XXII - O corrupto e todos, pelas beiras se postando, tenderam seus arpéus aos empesgados que sob o pez já estavam cozinhando. E assim nós os deixamos entalados. Canto XXII, 148-151. A DIVINA COMÉDIA: DALÍ RUMO AO PARAÍSO DE DANTE Coleção Lover Ibaixe prefeitura municipal de são carlos // 2014 prefeitura municipal de são carlos // 2014 Canto XXIII - Os hipócritas Ficou meu guia cabisbaixo e, em surdina, disse depois: “Vê como nos mentira. aquele que lá atrás seus réus lancina!” Canto XXIII, 139. Canto XXIV - A vala das serpentes tinham as mãos às costas amarradas por serpes que estendiam ao peito o aperto, co’ as cabeças e as caudas enlaçadas. Canto XXIV, 94. A DIVINA COMÉDIA: DALÍ RUMO AO PARAÍSO DE DANTE Coleção Lover Ibaixe prefeitura municipal de são carlos // 2014 prefeitura municipal de são carlos // 2014 Canto XXV - O centauro {...] e ele fugiu sem pronunciar mais verbo, ra, um centauro [Caco] de raiva estuante, chegou clamando: “Onde está esse acerbo?”. Canto XXV, 16-25. Canto XXVI - O naufrágio de Ulisses Meus companheiros fiz tão resolutos Pra viagem, com tão curta oração. [...] quando surgiu-nos diante uma montanha, [Naufrágio de Ulisses] Canto XXVI, 121-133 “Esse que sofre aí pena dobrada, É Judas Iscariote”, disse o guia, “co” as pernas fora e a cabeça abocada. Nota: referência a esta gravura no Canto XXXIV, 61. A DIVINA COMÉDIA: DALÍ RUMO AO PARAÍSO DE DANTE Coleção Lover Ibaixe prefeitura municipal de são carlos // 2014 prefeitura municipal de são carlos // 2014 Canto XXVII - O diabo lógico Veio a mim Francisco, no momento de minha morte [Guido], mas um dos danados Anjos surgiu: “Não obstes meu intento! [...] Prá baixo ele virá co’ os meus penados [...]” Canto XXVII, 112-117. Canto XXVIII - A pena de Bertram dal Bornio Quando chegado à ponte foi depois, o braço junto co’ a cabeça ergueu para a sua fala aproximar de nós [...] Canto XXVIII, 127.