Como ser bíblico, sem ser religioso. A grande diferença entre um comportamento guiado pela Bíblia, e um comportamento baseado na religiosidade. Por Vinícius Perobeli É muito importante que o cristão busque como padrão de comportamento o próprio Jesus. Ele não replicava o comportamento dos religiosos da sua época, que estavam a serviço de um código moral restrito, e ignoravam os mandamentos de Deus em relação ao amor e cuidado com o próximo. O moralismo, ou o apego às ideias de uma religião/denominação, acima do estilo de vida ensinado por Jesus, revela a falta de um relacionamento com Deus e uma espécie de idolatria ou fanatismo religioso! Além disso, com essa atitude, temos mais chances de afastar as pessoas Dele, na hora de compartilhar nossa fé. Não há nenhum problema com a religião, e sim com a religiosidade, que são aquelas atitudes que transformam em sagrado as práticas, leis, ou regras, não levando em conta o próprio Deus, que é Santo. Religiosidade é quando tomamos o lugar de Deus, e transformamos nossas opiniões e práticas como verdade absoluta, esquecendo que somos salvos pela graça, e não pelas nossas obras ou iniciativa própria (Efésios 2: 8,9). Para não cair nessa, precisamos seguir o exemplo de Jesus em TODOS os aspectos da nossa vida, e não apenas no ambiente religioso. Isso é uma atitude fácil? Talvez não, mas com certeza não é impossível. Isso é viver a vida em missão, e estar disponível para aprender com Deus e com as pessoas (irmãos da fé, e até mesmo os não-cristãos) todos os dias, em todos os lugares, do acordar ao deitar. Para te ajudar nessa missão, levantamos alguns pontos importantes: 1 1. DUALISMO É a visão de mundo que estabelece a divisão entre o sagrado e secular, santo e profano, e assim restringe a o senhorio de Cristo em determinados lugares/situações. Dualismo é diferente de dualidade (que são as separações do tipo: céu/terra, luz/trevas, dia/noite, bem/mal, etc.). Esta visão não é cristocêntrica, e elimina as bases da soberania de Cristo sobre nossas vidas, a igreja e toda a criação. Esse pensamento não tem sua origem na Bíblia, e nem no cristianismo. Essa teoria ignora o obra redentora de Jesus. Lembre-se que Deus santificou todas as coisas criadas por Ele (Colossenses 1:20), como podemos acreditar que a criação ou alguém criado por Deus é profano? (Colossenses 1:16,17). Além disso, essa ideia admite erros gigantes: a) Acreditar que santificação é um processo que acontece de fora para dentro, ou seja, superficialmente. Santificação é um processo que acontece de dentro para fora (Marcos 7:14-16). Inclusive, o Apóstolo Paulo chama nossa atenção na carta à Timóteo, dizendo que: "tudo que foi criado por Deus é santificado (I Timóteo 4:5). Não temos autoridade para chamar de impuro o que Ele purificou. b) Que existem dois reinados no universo, o Reino de Deus e o Reino das trevas, e que eles estão em igualdade, ou no mesmo nível! Deus reina e governa sobre todo o universo, e embora o império das trevas exista, está submetido ao senhorio de Jesus, e também ao Seu reino. Nele, e apenas Nele, está toda autoridade do universo. (Colossenses 2:9). c) Tudo que é da carne (matéria) é ruim! Como podemos pensar desta forma, sendo que somos todos obra (matéria) criados e feitos por Deus? (Gênesis 2:7). Além disso, o próprio Deus encarnou (se tornou matéria) para cumprir pessoalmente seu plano de salvação (João 1:14). Não podemos confundir carne (matéria) com "obras da carne", que é o termo usado para descrever atitudes guiadas pelos desejos e vontades humanas, ignorando a submissão à Cristo (Romanos 7:8). d) "Existe a possibilidade de transitar entre o sagrado e o não sagrado". O dualismo permite uma espécie de "politeísmo crente" (nome esquisito, né?), que é 2 quando criamos um deus para cada esfera da nossa vida: um no trabalho, um na escola, um na roda de amigos e outro na igreja, aos domingos. Pensamentos como: "não posso mentir na igreja, pois é um ambiente sagrado, mas na minha faculdade (que é secular) eu posso, afinal aquele ambiente não é sagrado". Somos filhos de Deus, casa do Espírito Santo e carregamos conosco essa identidade (I Co 6:19). Por isso não existe sagrado X secular, e sim nossa responsabilidade de entender como se portar em qualquer lugar ou situação. Jesus é Deus em todos os lugares, culturas, e áreas da nossa vida. e) O cristão só pode fazer/falar/agir "coisas de cristão". Essa ideia defende que os cristãos só podem viver de acordo com alguns padrões, acusando de pecado todos aqueles que agem diferente. Porém, na maioria das vezes, esses padrões são específicos de uma cultura, sociedade, ou código religioso, e não bíblicos! Lembrem-se que Jesus também sofreu esse tipo de perseguição, Ele não se comportava como os religiosos da época (João 8:15), Ele andava e se misturava com pessoas de má fama, e socialmente "erradas" (Marcos 2:15,16). Porém, Ele não praticava as coisas que essas pessoas praticavam, apenas tratava cada uma delas com igualdade, amor e dignidade (porque todos somos imagem e semelhança Dele mesmo, Deus). E, além disso, fazia questão de levar luz para a escuridão dessas pessoas, afinal Ele veio para os necessitados (Marcos 2:17). f) Eu posso fazer tudo, tudo foi santificado. Este é outro extremo, acreditar que a santificação feita por Deus, e a obra redentora feita por Jesus nos dá passe-livre para fazer tudo, inclusive pecar (Romanos 8:5). Este pensamento TAMBÉM é dualista, e não cristão. Jesus, nosso modelo de filho, não se restringiu a estar apenas nos lugares, ou, com as pessoas consideradas "santificadas", porém, Ele não perdeu sua identidade e o foco da sua missão. Cuidado para não relativizar o pecado, usando a própria palavra de Deus como justificação! 2. MUNDANISMO Ainda é comum ouvir frases como "coisas mundanas", "música do mundo", "cultura mundana", e etc. Essa idéia é fruto do dualismo, e coloca como sagrado ou correto, 3 apenas as coisas que não são deste mundo. Tratando tudo que é do mundo como errado ou pecado. Já sabemos que não pertencemos a este lugar (João 17:16) , porém estamos aqui com um propósito. A vontade de Jesus não é simplesmente tirar-nos deste mundo (João 17:15), e sim nos proteger do maligno e da condenação, para sermos instrumento da Sua missão entre os povos. Precisamos encarar nossa missão aqui, olhando para Jesus, que mesmo sendo Deus, preferiu se esvaziar desse privilégio, se fazendo homem, igual a nós (Filipenses 2). 3. SUPER ESPIRITUALIDADE Cuidado com a super-espiritualidade! A palavra de Deus, por diversas vezes, nos mostra que Deus usa os imperfeitos e incapazes. O próprio apóstolo Paulo, homem de os convida a admitir nossas fraquezas, sendo espiritualidade elevada (Filipenses 3:4-7), n dependentes de Deus para tudo (Romanos 8:26). Isto é, não confiar em nós mesmos, e sim na misericórdia de Deus, para ser mais parecido com Jesus. Às vezes somos capazes de repetir os jargões evangélicos, nos momentos apropriados, mas negar eles no nosso estilo de vida (principalmente naqueles momentos em que ninguém está olhando, ou num ambiente fora da igreja). Não seja como os fariseus (Mateus 23:13-34), seja como Jesus e aprenda com Ele que é humilde (Mateus 11:28-30). Vamos lutar juntos para falar menos de santidade, e praticar mais, essa santidade (João 17:19). 4. Ideologia X Evangelho Por último, cuidado em defender ideais, que não seja o próprio evangelho. Por exemplo, assumir um posicionamento quase que "religioso" sobre alguma ideia, pensamento, ou partido. Afinal, quando você tem um "posicionamento religioso", você não deixa o seu "deus" ser atacado! Por isso, é necessário avaliar nossas atitudes, para ver se estamos fazendo isso com algo, seja pensamento, figura política, estudo, curso, ou até linha teológica - isso é idolatria (I Coríntios 10:14). Defenda com unhas e dentes o mesmo que Jesus defendia: o amor ao próximo, a missão de Deus, e a libertação dos cativos e oprimidos (Lucas 4:18,19). 4 Como nós da yesHEis estamos aqui para te ajudar a compartilhar a sua fé, deixamos uma dica: na hora de compartilhar o evangelho, fale de assuntos que as pessoas entendam, coisas humanas (ou seja, coisas comuns que vivemos todos os dias: alegrias, dores, medos, curiosidades). Evite o crentês, e ideias que só as pessoas da sua igreja/denominação entendem. O Cristianismo não é um clube, não existe para nos separar das pessoas, mas nos aproxima de Deus, para quando estivermos perto Dele, aproximarmos as pessoas. Jogue fora o preconceito contra quem vive um estilo de vida diferente do seu, e peça ajuda ao Espírito Santo para entender a diferença entre pecado, e o que é apenas religiosidade. Espero que este rápido estudo tenha edificado a sua vida, se tiver dúvidas sobre como compartilhar a sua fé baixe nosso app yesHEis, lá existem várias ferramentas para te ajudar nesse processo, e uma equipe disponível no chat para tirar todas as suas dúvidas. Deus abençoe, vamos juntos viver a Vida em Missão! Autor: Vinícius Perobeli Sugestões de leitura: - "Verdadeira espiritualidade" e "Morte da razão" - Francis Schaeffer - "Cristianismo puro e simples" - C. S Lewis Baixe o app yesHEis 5
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