Rua Elias João Andraus Neto, 1000 – Distrito Industrial do Una – Taubaté - SP – CEP: 12072 - 370 Fone/Fax: 55 12 212 5 - 8656 – www.resitecservicos.com.br 3 .1 - MEIO FÍSICO Rua Elias João Andraus Neto, 1000 – Distrito Industrial do Una – Taub até - SP – CEP: 12072 - 370 Fone/Fax: 55 12 2125 - 8656 – www.resitecservicos.com.br LISTA DE SIGLAS Alta da Bolívia - AB Agência Nacional de Águas – ANA Área de Influência Direta – AID Área de Influência Indireta - AII Área Diretamente Afetada – ADA Banco de Dados Meteorológicos para Ensino e P esquisa – BDMEP Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais - CPRM Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA Instituto Br asileiro de Geografia e Estatística – IBGE Instituto Nacional de Meteorologia – INMET Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE Linhas de Instabilidade – LI Política Nacional de Meio Ambiente – PNMA Região Metropolitana de Manaus – RMM Relatório de Impacto Ambiental – RIMA Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social – SDS Secretaria Municipal de Limpeza Urbana – SEMULSP Sistema de Tratamento de Destinação de Resíduos Sólidos – STDR Standard Penetration Test – SPT Valores Máximos Permitidos – VMP Z ona de Convergência Intertropical – ZCIT Rua Elias João Andraus Neto, 1000 – Distrito Industrial do Una – Taubaté - SP – CEP: 12072 - 370 Fone/Fax: 55 12 2125 - 8656 – www.resitecservicos.com.br LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Precipitação média mensal registrada na est ação Manaus N.º 360000 da ANA para o período de 1989 a 2019 ................................ ................................ ................................ ....... 249 Figura 2 - Pressão atmosférica mensal registrada na estação de Manaus N.º 82331 do INMET para o período de 1989 a 2019 ................................ ................................ .............................. 250 Figura 3 - Umidade relativa do ar mensal registrada na estação de Manaus N.º 82331 do INMET para o período de 1989 a 2019 ................................ ................................ .............................. 251 Figura 4 - Tempe ratura média anual do Brasil durante o período de 1931 a 1990 ............... 252 F igura 5 - Temperatura média mensal (ºC) registrada na estação de Manaus N.º 82331 do INMET para o período de 1989 a 2019 ................................ ................................ ................... 253 Figura 6 - Velocidade e direção do vento médio (a) e rajada (b) em Manaus (AM) , durante o período seco dos anos de 2012 a 2019 ................................ ................................ .................. 255 Figura 7 - Velocidade e direção do vento médio (a) e rajada (b) em Manaus (AM), durante o período chuvoso dos an os de 2012 a 2019 ................................ ................................ ............ 256 Figura 8 - Mapa Geológico Regional ................................ ................................ ....................... 258 Figura 9 - Mapa geológico da área do empreendimento ................................ ....................... 264 Figura 10 - Perfis geológicos da área de estudo ................................ ................................ ..... 266 Figura 11 – a) solo laterítico superficial nos arredores da área de estudo; b) Laterita na área de estudo; c) Área de estudo compreendida por vegetação de grande porte; d) solo argiloso; e) solo argiloso no amostrador; f) amostra re cuperada de laterita ................................ ....... 267 Figura 12 - Pontos das sond agens realizadas na área do empreendimento ......................... 269 Figura 13 - Esquema de aquisição de dados utilizando o arranjo dipolo - dipolo com cinco níveis de investigação em profundidade ................................ ................................ .......................... 272 Figura 14 - Linhas de tomografia elétrica TM - 01_A e TM - 01_B ................................ ............ 275 Figura 15 - Linhas de tomografia elé trica TM - 02_A, TM - 02_B, TM - 02_C e TM - 02_D ........... 276 Figura 16 - Linha TM - 03 ................................ ................................ ................................ .......... 277 Figura 17 - Linh a TM - 04 ................................ ................................ ................................ .......... 278 Rua Elias João Andraus Ne to, 1000 – Distrito Industrial do Una – Taubaté - SP – CEP: 12072 - 370 Fone/Fax: 55 12 2125 - 8656 – www.resitecservicos.com.br Figura 18 - Cotas mensais de vinte anos da estação fluviométrica de Manaus N.º 14990000 ................................ ................................ ................................ ................................ ................ 288 Figura 1 9 - Localização das coletas de águas superficiais e subterrâneas ............................. 297 Figura 20 – Localização dos Pontos de Sondagem e dos Caminhamentos Geolétricos ........ 298 Figura 21 - Perfis construtivos dos poços e litologia. PM= poços de monitoramento .......... 299 Figura 22 - Mapa potenciométrico local ................................ ................................ ................ 301 Figura 23 - Mapa de Potencialidade de Ocorrência de Cavern as no Brasil, na escala 1:2.500.000 ................................ ................................ ................................ ................................ ................ 307 Figura 24 - Grau de potencialidade de ocorrência de cavernas no Brasil de acordo com a litologia ................................ ................................ ................................ ................................ ... 308 Figura 25 - Estimativa de produção de biogás e metano ................................ ....................... 313 Figura 26 - Localização das medições de ruído ................................ ................................ ...... 317 Figura 27 – Medição de ruídos refe rente ao Ponto 0 1 – NCA Sítio e Fazenda ...................... 319 Figura 28 - Medição de ruídos referente ao Ponto 02 – NCA Área mista, predominantemente residencial ................................ ................................ ................................ ............................... 319 Figura 29 - Medição de níveis de ruído do ponto 01 ................................ ............................. 320 Figura 30 - Medição de níveis de ruído do pont o 02 ................................ ............................. 320 LISTA DE TABELA Tabela 1 - Grupos de clima segundo o sistema de classificação climática de Köppen - Geiger ................................ ................................ ................................ ................................ ................ 241 Tabela 2 - Tipos de clima segundo o sistema de classificação climática de Köppen - Geiger 242 Tabela 3 - Subtipos de clima segundo o sistema de classificação climática de Köppen - Geiger ................................ ................................ ................................ ................................ ................ 243 Tabela 4 - Direção predominante e velocidade horária média do vento (m/s) na região de estudo ................................ ................................ ................................ ................................ ..... 254 Tabela 5 - Composição do solo na área do empreendimento ................................ ............... 268 Rua Elias João Andraus Neto, 1000 – Distrito Industrial do Una – Taubaté - SP – CEP: 12072 - 370 Fone/Fax: 55 12 2125 - 8656 – www.resitecservicos.com.br Tabela 6 - Resumo dos resulta dos obtidos a partir das sondagens realizadas na área do empreendimento ................................ ................................ ................................ .................... 270 Tabela 7 - Classificação quanto aos pesos ................................ ................................ .............. 279 Tabela 8 - Pesos atribuídos aos temas ................................ ................................ ................... 280 Tabel a 9 - Medições de vazão nos rios Negro, Solimões e Amazonas no período de enchente dos rios ................................ ................................ ................................ ................................ ... 287 Tabela 10 - Valores Máximos Permitidos (VMP) dos parâmetros pelo CONAMA e valores obtidos nas amostras a montante (M) e a jusante ( J) do curso hídrico ................................ 293 Tabela 11 - Comparação dos resultados obtidos nas análises das águas superficiais com os artigos 14 e 15 da Resolução CONAMA n° 357 ................................ ................................ ...... 296 Tabela 12 - Valores Máximos Permitidos (VMP) dos parâmetros para consumo humano e valores obtidos nas amostras dos três poços de monitoramento (PM) ................................ 303 Tabela 13 - Comparação dos resultados obtidos nas análises dos três poços monitorados (PM) com o Anexo I da Resol ução CONAMA n° 396 ................................ ................................ ....... 304 Tabela 14 - estimativa de geração de biogás e metano ................................ ......................... 311 Tabela 15 - Níveis de critérios de avaliação NCA para ambientes externos, dB(A) ............... 315 Tabel a 16 - Descrição dos pontos monitorados ................................ ................................ ..... 318 Tabela 17 - Localização, data e horário de monitoramento ................................ .................. 318 LISTA DE PLANTAS Planta 1 - LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ................................ ................................ ...... 237 Planta 2 - CLIMA DO BRASIL ................................ ................................ ................................ ... 245 Planta 3 - ÁREA DO STDR IRANDUBA INSERIDO NO MAPA DO CLIMA BRASILEIRO CONFORME A CLASSIFICAÇÃO DE KÖPPEN - GEIGER ................................ ................................ ................... 247 Planta 4 - BACIAS SEDIMENTARES DA REGIÃO NORTE DO BRASIL ................................ ........ 259 Planta 5 - GEOMORFOLOGIA REGIONAL DAS CIDADES DE MANACAPURU, IRANDUBA E MANAUS ................................ ................................ ................................ ................................ 261 Planta 6 - LITOLOGIA REGIONAL DAS CIDADES DE MANACAPURU, IRANDUBA E MANAUS 262 Rua Elias João Andraus Ne to, 1000 – Distrito Industrial do Una – Taubaté - SP – CEP: 12072 - 370 Fone/Fax: 55 12 2125 - 8656 – www.resitecservicos.com.br Planta 7 - MAPA PEDOLÓ GICO DA ÁREA DIRETAMENTE AFETADA E DE INFLUÊNCIA DIRETA ................................ ................................ ................................ ................................ ................ 282 Planta 8 - VULNERABILIDADE A EROSÃO - PEDOLOGIA ................................ ......................... 285 Planta 9 - CORPOS D ́ÁGUA SUPERFICIAIS PRE SENTES NA AID ................................ .............. 290 Rua Elias João Andraus Neto, 1000 – Distrito Industrial do Una – Taubaté - SP – CEP: 12072 - 370 Fone/Fax: 55 12 2125 - 8656 – www.resitecservicos.com.br SUMÁRIO 3.1 MEIO FÍSICO ................................ ................................ ................................ .............. 236 3.1.1 Localização do empreendimento ................................ ................................ ...... 236 3.1.2 Clima ................................ ................................ ................................ ............... 238 3.1.2.1 Paleocl imatologia ................................ ................................ ................................ ..... 238 3.1.2.2 Climatologia ................................ ................................ ................................ .............. 238 3.1.2.3 Sistemas Atmosféricos Atuantes na Região Amazônica ................................ .......... 239 3.1.2.4 Classificação do tipo de clima segundo Köppen - Geiger ................................ .......... 241 3.1.2.5 Pluviometria ................................ ................................ ................................ ............. 248 3.1.2.6 Pressão atmosférica ................................ ................................ ................................ 249 3.1.2.7 Umidade relativa do ar ................................ ................................ ............................. 251 3.1.2.8 Temperatura do ar ................................ ................................ ................................ ... 252 3.1.2.9 Velocidade e direção predominante dos ventos ................................ ..................... 254 3.1.3 Geologia ................................ ................................ ................................ .......... 256 3.1.3.1 Caracterização geológica e pedológica da Área Diretamente Afetada .................... 256 3.1.3 .2 Geologia Regional e Estadual ................................ ................................ ................... 257 3.1.3.3 Geologia Local ................................ ................................ ................................ .......... 264 3.1.3.4 Pedologia ................................ ................................ ................................ .................. 281 3.1.3.5 Latossolo Amarelo ................................ ................................ ................................ .... 283 3.1.4 Recursos Hídricos ................................ ................................ ............................. 286 3.1.4.1 Caracterização do regime fluvial ................................ ................................ .............. 287 3.1.4.2 Avaliação do reg ime fluvial na região do empreendimento ................................ .... 288 3.1.4.3 Caracterização dos corpos d ́água superficiais na Área de Influência Direta .......... 289 3.1.4.4 Caracterização do regime de escoamento superficial na Área Diretamente Afetada 292 3.1.4.5 Caracterização das águas superficiais na Área Diretamente Afetada ..................... 293 3.1.4.6 Análise Hidrog eológica Local ................................ ................................ .................... 297 3.1.4.7 Caracterização das águas subterrâneas na Área Diretamente Afetada .................. 300 3.1.4.8 Sentido do fluxo de água subterrânea ................................ ................................ ..... 300 Rua Elias João Andraus Neto, 1000 – Distrito Industrial do Una – Taubaté - SP – CEP: 12072 - 370 Fone/Fax: 55 12 2125 - 8656 – www.resit ecservicos.com.br 3.1.4.9 Caracterização da qualidade físico - química da água subterrânea na Área Diretamente Afetada 302 3.1.4.10 Potencial Espeleológico ................................ ................................ ............................ 305 3.1.5 Emissões Atmosféric as ................................ ................................ ..................... 309 3.1.6 Ruídos ................................ ................................ ................................ .............. 314 3.1.6.1 Equipamento utilizado ................................ ................................ ............................. 317 3.1.6.2 Atividades Realizadas ................................ ................................ ............................... 318 3.1.6.3 Campanha de monitoramento de níveis de r uído e seus resultados ...................... 318 CAPÍTULO 3.1 - Página 236 de 320 Rua Elias João Andraus Neto, 1000 – Distrito Industrial do Una – Taubaté - SP – CEP: 12072 - 370 Fone/Fax: 55 12 2125 - 8656 – www.resitecservicos.com.br 3.1 MEIO FÍSICO Este estudo tem como objetivo a caracterização física de uma gleb a localizada no município de Iranduba/AM com a finalidade de compor o Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impa cto Ambiental, requisitos necessários a proposta de instalação do Sistema de Tratamento e Destinação de Resíduos Sólidos – STDR Iranduba no referido município. 3.1.1 Localização do empreendimento A área de estudo está localizada no munícipio de Iranduba, estad o do Amazonas , região norte do Brasil ( Planta 1 ). Este município possui uma área de 2.215,033 km² e abriga 40.011 habitantes (IBGE, 2020 ) . O município de Iranduba está situado na confluência entre os rios Negro e Solimões, permitindo a existência de dois e cossistemas diversos (Gandra, 2010) . O município de Iranduba fica distante 25 km de Manaus e devido a essa proximidade e conectivida de ampliada pela Ponte Rio Negro, esse município vem passando por um amplo processo de transformação da paisagem ecológica, econômica, social e cultural (Rodrigues et al ., 2014). ADA Área de Supressão Limite do Empreendimento Área de Inspeção - AID - Área de Influência Direta FONTE: ANA, 2015 - Hidrografia IBGE, 2019 - Limite Municipal IBGE, 2010 - Setores Censitários Rio Negro Rio Negro Diego Valente 9640000.000 9660000.000 800000.000 800000.000 820000.000 820000.000 IRANDUBA Manaus Manaquiri Manacapuru Iranduba UTM ZONA 20S DATUM SIRGAS 2000 Manaus-AM 2021 DATA E RESPONSÁVEL TÉCNICO: Rio Negro Careiro Iranduba Localização STDR SISTEMA DE COORDENADAS PLANAS FONTE: IBGE, 2019 - Limite Municipal ANA, 2015 - Hidrografia STDR Iranduba Distritos Urbanos Hidrografia - Iranduba Amazonas Estradas e Rodovias Legenda: Manacapuru Manaus Manaquiri Careiro PARICATUBA ARIAÚ LAGO DO LIMÃO CACAU PIRÊRA AM 070 AM 070 MANAUS Rio Solimões Estrada do Caldeirão AM 452 CAPÍTULO 3.1 - Página 238 de 320 Rua Elias João Andraus Neto, 1000 – Distrito Industrial do Una – Taubaté - SP – CEP: 12072 - 370 Fone/Fax: 55 12 2125 - 8656 – www.resitecservicos.com.br 3.1.2 Clima 3.1.2.1 Paleoclimatologia Durante os últimos 150.000 anos, a região Amazônica apresentou profundas mudanças climáticas até chegar a o clima atual. As modificações na composição dos sistemas atmosféricos predominantes na região Amazôni ca e , consequentemente , no clima foram provocadas pel as mudanças na quantidade de energia solar recebida pela Terra. Isso ocorreu devido as alterações obs ervadas na relação Terra - Sol. A menor insolação ocasionou movimentos do anticiclone do Atlântico Sul e correntes oceânicas frias em direção ao equador. Além disso, com o resfriamento do oceano Atlântico, os ventos alísios ingressaram o continente com menos umidade, ocasionando um aumento da região de aridez (Fisch et al., 1996). As principais mudanças clim áticas e fitográficas que ocorreram no período Quaternário (Antropozóico) foram devidas as alterações interglaciais e glaciais que ocorriam de forma frequ ente e produziam mudanças bruscas. Dentre essas mudanças está a troca de vegetação predominante de flo resta para savanas, durante os períodos de clima glacial que se apresenta como mais frio e seco. Associado ao resfriamento dos períodos glaciais ocorria u m abaixamento do nível dos mares , com consequências na quantidade de água na Bacia Amazônica. Durante parte do período Holoceno existiam grandes áreas de savanas na Amazônia (Absy, 1985) e não havia floresta ao final do período Pleistoceno. Absy (1985) sug ere que ocorreu grandes variações de precipitação na região entre os anos de 4.000 e 2.100 antes do pr esente , causando abaixamento de rios amazônicos , com mudanças na fauna e na flora (Fisch et al., 1996). 3.1.2.2 Climatologia O clima atual da região Amazônica é resultante de uma combinação de fatores, sendo o mais importante a disponibilidade de energia solar, que define o balanço de energia. De CAPÍTULO 3.1 - Página 239 de 320 Rua Elias João Andraus Neto, 1000 – Distrito Industrial do Una – Taubaté - SP – CEP: 12072 - 370 Fone/Fax: 55 12 2125 - 8656 – www.resitecservicos.com.br acordo com medidas que foram realizadas na Amazônia Central , na região de Manaus , os maiores valores totais de radiaçã o que chegam n a superfície ocorrem entre os meses de setembro e outubro e os menores valores ocorrem entre os meses de dezembro a fevereiro ( Fisch et al., 1998) A temperatura do ar apresenta uma pequena variação ao longo do ano devido aos altos valores de energia que i ncide m na superfície, com exceção da parte mais ao sul, entre os estados de Rondônia e Minas Gerais que sofrem ação de sistemas frontais (friagens). A amplitude térmica sazonal é da ordem de 1 a 2 °C, sendo que os valores médios se situam ent re 24 e 26 °C. A região Amazônica possui precipitação média em torno de 2300 mm.ano - 1, p orém em algumas regiões como na fronteira entre Brasil, Colômbia e Venezuela os valor es anuais a l cançam 3500 mm (Figueroa & Nobre, 1990; Amorim - Neto, 2013) . A precipita ção elevada pr óxima à Cordilheira dos Andes é devido à ascensão orográfica da umidade transportada pelos ventos alísios de leste da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) (Figueroa & Nobre, 1990) . Na região do litoral do estado do Pará , a precipitação t ambém é alta d evido a influência das linhas de instabilidade que se formam ao longo da costa litorânea durante o período da tarde e que são forçadas pela brisa marítima (Fisch et al., 1996). Enquanto na região central da Amazônia, o máximo de chuva pode es tar associado com a penetração de sistemas frontais da região sul, interagindo e organizando a convecção local (Marengo, 1995). A região Amazônica, especialmente na parte central, está sobre o domínio do ramo descendente da Célula de Hadley, induzindo um p eríodo de seca característico (Fisch et al ., 1996). 3.1.2.3 Sistemas A tmosféricos A tuantes na R egião Amazônica Na região amazônica atuam os seguintes sistemas atmosféricos (Fisch et al ., 1996): • Circulação Geral e Alta da Bolívia: O anticiclone Alta da Bolívia (A B) presente na América do Sul apresenta altos níveis (200 hPa) durante os meses de verão associado com a forte convecção da região Amazônica. No inverno ocorre a desintensificação da AB, c om o CAPÍTULO 3.1 - Página 240 de 320 Rua Elias João Andraus Neto, 1000 – Distrito Industrial do Una – Taubaté - SP – CEP: 12072 - 370 Fone/Fax: 55 12 2125 - 8656 – www.resitecservicos.com.br desaparecimento. A localização geográfica da AB varia de forma intrasazonal e interanual e está associado com a convecção na Amazônia. • El – Niño: O evento do El - Niño provoca alterações na distribuição da temperatura da superfície do Oceano Pacífico co m alterações no clima. Esse evento altera o clima global e regional. Na Amazônia ocasionou um período extremamente seco com diminuição na precipitação. Em Manaus no período de 1982 - 1983 o fenômeno El - Niño ocasionou total mensal de precipitação nulo numa ép oca em que a normal climatológica apresentava valor superior à 300 m m. Além das chuvas os níveis de água do Rio Solimões mostram anomalias negativas durante anos de El - Niño intenso (Marengo, 1996). • Friagens: Apesar da região Amazônica está localizada próxi ma ao Equador, a parte meridional eventualmente enfrenta ação de sis temas frontais, provocando o fenômeno das Friagens. Na região Sul do estado Pará ocorrem em torno de sete casos por ano e na Amazônia Central a ocorrência varia de duas a três friagens por ano. Nesse período ocorrem mudanças de direção do vento (norte a su l), a cobertura de nuvens é total e o evento se estende até 700 hPa, prolongando - se por três dias. • Linhas de Instabilidade: Essas linhas são responsáveis pela formação de chuvas na costa l itorânea do Pará e Amapá, além da precipitação na Amazônia Central d urante a seca. As Linhas de Instabilidade (LI) possuem grandes conglomerados de nuvens do tipo cumulonimbus e são formadas devido à circulação de brisa marítima, podendo - se prolongar ou nã o para o interior do continente. • Brisa Fluvial: É um mecanismo físic o no qual o ar move - se em direção do continente durante o dia e vice - versa à noite, devido ao contraste térmico entre água - terra. Durante o dia as nuvens formam - se preferencialmente sobre o continente com movimentos de subsidência na área dos rios. • Sistem as Frontais e organização da convecção na Amazônia: Os sistemas frontais na região SE do Brasil provocam a organização e formação de uma banda de nuvens orientada no sentido NW/SE que poss uem sua máxima intensidade nos meses de verão, aumentando a precipit ação da região. O aumento de convecção está relacionado com a intensificação do cavado em altos níveis, que é gerado pela penetração da frente. CAPÍTULO 3.1 - Página 241 de 320 Rua Elias João Andraus Neto, 1000 – Distrito Industrial do Una – Taubaté - SP – CEP: 12072 - 370 Fone/Fax: 55 12 2125 - 8656 – www.resitecservicos.com.br 3.1.2.4 Classificação do tipo de clima segundo Köppe n - Geiger Os sistemas de classificações climáticas levam em consider ação vários elementos climáticos ao mesmo tempo para avaliar e definir o clima de uma região . Esses sistemas facilitam a troca de informações e análises posteriores com diferentes objetivos (Rolim et al., 2007). O sistema de classificação climática de Köpp en - Geiger é um dos mais abrangentes e mais utilizados em geografia, ecologia e climatologia. A classificação foi proposta inicialmente pelo climatologista Wladimir Köppe n e posteriormente aprimorada por Rudolf Geiger. Essa classificação é baseada no pressu posto de que a vegetação predominante em cada região da Terra é expressão do clima nela prevalecente. Na determinação dos tipos de clima de Köppen - Geiger são considerada s a sazonalidade, a temperatura do ar e a precipitação ( tabelas a seguir). Tabela 1 - Grupos de clima segundo o sistema de classificação climática de Köppen - Geiger (Continua) Código Grupo Descrição A Clima tropical • Climas megatérmicos • Temperatura média do mês mais frio do ano > 18 °C • Estação invernosa ausente • Forte precipitação anual B Clima árido • Climas secos • Evapotranspiração potencial anual superior à precipitação anual • Não existem cursos de água permanentes C Clima temperado ou Clima temperado quente • Climas mesotérmicos • Temperatura média do ar dos três meses m ais frios entre – 3 °C e 18 °C • Temperatura do mês mais quente > 10 °C • Estações de verão e inverno bem definidas CAPÍTULO 3.1 - Página 242 de 320 Rua Elias João Andraus Neto, 1000 – Distrito Industrial do Una – Taubaté - SP – CEP: 12072 - 370 Fone/Fax: 55 12 2125 - 8656 – www.resitecservicos.com.br (Conclusão) D Clima continental ou Clima temperado frio • Climas microtérmicos • Temperatura média do ar no mês mais frios < - 3 °C • Temperatura mé dia do ar no mês mais quente > 10 °C • Estações de Verão e Inverno bem definidas E Clima glacial • Climas polares de alta montanha • Temperatura média do ar no mês mais quente < 10 °C • Estação do Verão pouco definida ou inexistente Fonte: POLI.USP 2020. Classif icação climática de Köppen - Geiger - PHApha.poli.usp.br. Tabela 2 - Tipos de clima segundo o sistema de classificação climática de Köppen - Geiger Código Descrição Aplica - se ao grupo S • Climas de estepes • Precipitação anual total médi a compreendida entre 380 e 760 mm B W • Clima desértico • Precipitação anual total média < 250 mm B f • Clima húmido • Ocorrência de precipitação em todos os meses do ano • Inexistência de estação seca definida A - C - D w • Chuvas de verão A - C - D s • Chuvas de inverno A - C - D w' • Chuvas de verão - outono A - C - D s' • Chuvas de inverno - outono A - C - D m • Clima de monção: • Precipitação total anual média > 1500mm • Precipitação do mês mais seco < 60 mm A T • Temperatura média do ar no mês mais quente compreendida entre 0 e 10 °C E F • Tem peratura média do mês mais quente < 0 °C E M • Precipitação abundante • Inverno pouco rigoroso E Fonte: POLI.USP 2020. Classificação climática de Köppen - Geiger - PHApha.poli.usp.br. CAPÍTULO 3.1 - Página 243 de 320 Rua Elias João Andraus Neto, 1000 – Distrito Industrial do Una – Taubaté - SP – CEP: 12072 - 370 Fone/Fax: 55 12 2125 - 8656 – www.resitecservicos.com.br Tabela 3 - Subtipos de clima segundo o sistema de c lassificação climática de Köppen - Geiger Código Descrição Aplica - se aos grupos a: verão quente • Temperatura média do ar no mês mais quente > 22 °C C - D b: verão temperado • Temperatura média do ar no mês mais quente < 22 °C • Temperaturas médias do ar nos quatr o meses mais quentes > 10 °C C - D c: verão curto e fresco • Temperatura média do ar no mês mais quente < 22 °C • Temperaturas médias do ar > 10 °C durante menos de quatro meses • Temperatura média do ar no mês mais frio > - 38 °C C - D d: inverno muito frio • Tempe ratura média do ar no mês mais frio < - 38 °C D h: seco e quente • Temperatura média anual do ar > 18 °C • Deserto ou semideserto quente B k: seco e frio • Temperatura média anual do ar < 18 °C • Deserto ou semideserto frio B Fonte: POLI.USP 2020. Classificação climática de Köppen - Geiger - PHApha.poli.usp.br. Na América do Sul, o clima tropical, temperado e árido são os principais tipos de clima considerando o método de Köppen - Geiger . Desses três o maior em área abrangida é o tropical (60,1 %), seguido pelo tem perado (24,1 %) e árido (15 %) (Peel et al., 2007). Na região amazônica , considerando o Método de Köppen - Geiger, o clima está classificado como Am, Aw e Af, e é indicado como equatorial úmido devido principalmente a disponibilidade de energia solar (Figura 05). O subclima Am , também denominado como tropica l de monção , apresenta precipitação acumulada elevada e um período de seca que pode variar de um a três meses. O subclima Aw também denominado como tropical seco e úmido possui períodos de seca e de chuva bem definidos sendo que o período de seca varia de quatro a seis meses. O subclima Af CAPÍTULO 3.1 - Página 244 de 320 Rua Elias João Andraus Neto, 1000 – Distrito Industrial do Una – Taubaté - SP – CEP: 12072 - 370 Fone/Fax: 55 12 2125 - 8656 – www.resitecservicos.com.br também denominado como equatorial chuvoso possui grande precipitação acumulada e quase não possui período de seca ( Costa et al ., 2012; Alvar es et al ., 2014) CAPÍTULO 3.1 - Página 246 de 320 Rua Elias João Andraus Neto, 1000 – Distrito Industrial do Una – Taubaté - SP – CEP: 12072 - 370 Fone/Fax: 55 12 2125 - 8656 – www.resitecservicos.com.br Conforme analisado no mapa (Figura 06), a região em que está localizado o empreendimento Sistema de Tratamento e Destinação de Resíduos - STDR Iranduba está situada na tipologia do clima A f , denominado equatorial chuvoso . O clima A f também é denominado de clima quente sem estação seca e é caracterizado como clima megatérmico (Alvar es et al., 2014 ; POLI/USP, 2020 ). O clima Af tem forte precipitação anual, estação invernosa ausente e geralment e ocorre dentro de dez a quinze graus de latitude do equador (POLI/USP, 2020).