Avaliação do Programa de Apoio - Jovens Sol MAIO / 2025 Sumário Apresentação da pesquisa Etapa quantitativa 2.1 Objetivo 2.2 Trajetória Educacional 2.3 Renda Etapa qualitativa 3.1 Experiências e Percepções sobre o Programa 3.2 Desafios na transição para o EM 3.3 Impactos Qualitativos 3.4 Percepções de Ajustes 1 2 3 Apresentação da Pesquisa 1 Objetivos 1. Entender qualitativamente como o apoio do Instituto Sol tem viabilizado mudanças na trajetória de vida dos jovens 2. Capturar impactos qualitativos que já são percebidos pelos bolsistas. 3. Compreender os resultados do programa para as escolas parceiras. 4. Explorar os impactos potenciais do Instituto Sol sobre a trajetória de longo prazo dos bolsistas. O que fizemos Grupos focais com estudantes • 2 grupos com bolsistas no Ensino Superior • 1 grupo com bolsistas no Ensino Médio Grupos focais com pais/responsáveis • Grupo com pais/responsáveis do Ensino Superior • Grupo com pais/responsáveis do Ensino Médio Entrevistas em profundidade com equipe escolar • Entrevista com Coordenadora Pedagógica do Bandeirantes • Entrevista com Diretora do Santa Cruz Etapa qualitativa O que fizemos Análise dos indicadores PNAD • Cálculo de indicadores da trajetória educacional a partir de dados da PNAD/IBGE. • Estimação da trajetória educacional esperada para os bolsistas do Instituto Sol. • Estimação do impacto desta trajetória educacional sobre a renda do trabalho a longo prazo. • Cálculo do benefício monetário de longo prazo esperado para os bolsistas do Instituto Sol. Etapa quantitativa Etapa Quantitativa 2 2.1 Objetivo Objetivo ● Estimar a contribuição potencial do Instituto Sol ao oferecer oportunidades de acesso ao ensino superior, por meio de bolsas de estudo em escolas particulares em SP. ● O Instituto Sol ainda não formou uma quantidade de bolsistas para que se possa mensurar seus impactos a longo prazo. ● Então, trabalhamos com a ideia de estimar “impactos potenciais”. ● Para isto, analisamos alguns indicadores relacionados ao acesso à educação e trabalho calculados a partir da PNAD/IBGE : ○ Percentual de estudantes em escola particular ○ Taxa de conclusão do ensino médio ○ Taxa de frequência ao ensino superior ○ Taxa de conclusão do ensino superior ○ Rendimento médio do trabalho Trajetória educacional Renda ● A ideia é que, ao analisar estes índices à luz do contexto socioeconômico dos jovens atendidos pelo Instituto Sol poderemos compreender o quanto as oportunidades a que eles têm acesso via instituto podem ser transformadoras ● Este exercício, no entanto, não pode ser confundido com uma avaliação de impacto propriamente dita por diversas razões, sendo as principais: ○ Não estamos apurando os resultados, de fato, alcançados pelos bolsistas do Instituto Sol. Esta apuração só será possível à medida que o volume de estudantes concluindo o ensino superior crescer. ○ Além disso, os dados da PNAD/IBGE, por mais ricos que sejam, não serviriam como grupo de comparação adequado para os bolsistas. ● De qualquer forma, o exercício contribui para colocar o trabalho do Instituto Sol em perspectiva sobre a realidade brasileira. Objetivo 2.2 Trajetória Educacional Metodologia – Trajetória educacional ● O cálculo dos índices segue os seguintes passos e premissas : 1. Acessamos os microdados da PNAD 2023*; 2. Recortamos apenas jovens que moram na RMSP**; 3. Recortamos apenas aqueles que moram com os pais ou outro responsável; 4. Para cada índice, calculamos um modelo estatístico (logístico) que estima a relação entre variáveis socioeconômicas e cada índice; 5. Com estas relações (parâmetros do modelo) usamos os dados dos bolsistas do Instituto Sol para calcular suas probabilidades de acesso a cada etapa de ensino , considerando seu contexto social e realidade da RMSP. * A PNAD (em sua versão contínua) é divulgada em diferentes versões. A versão que contém os dados que precisamos (em particular, a renda domiciliar per capita) é a ‘Anual/Visita 5’, cujo ano mais recente disponível é 2023. ** Sabemos que o Instituto Sol atua apenas na capital, mas para obter uma amostra maior, adotamos como recorte a RMSP. Dados da PNAD Modelo logístico (parâmetros) Probabilidade de progressão de estudos Dados Instituto Sol Ilustração de como as análises foram feitas Variáveis consideradas no modelo estatístico (trajetórias educacionais): Variáveis utilizadas Sexo (V2007) Idade (V2009) Cor/raça (V2010) Renda domiciliar per capita (VD5002) Escolaridade da mãe ou responsável do sexo feminino (VD3004) A escolha de cinco variáveis justifica-se por: • Serem variáveis contidas nos dois bancos de dados (PNAD e Instituto Sol) • Serem importantes determinantes da trajetória educacional de jovens*. * Em particular, a escolha pela escolaridade da mãe ou outra mulher responsável tem duas justificativas: 1- tem influência maior que a escolaridade do pai sobre a trajetória educacional dos filhos; 2- há uma quantidade importante de missing values para a escolaridade do pai (ou homem responsável) na PNAD (seria um prejuízo grande em perda de amostra). Metodologia – Trajetória educacional Resultados – como lê-los Como resultado deste processo todo teremos: ● Projeções de cada índice analisado para o perfil socioeconômico dos bolsistas do Instituto Sol. ● Em outras palavras, serão projeções que indicarão que tipo de realidade dos bolsistas encontrariam no seu contexto , caso não tivessem acesso às oportunidades que o Sol lhes traz. ● Desta forma, é possível entender em quais pontos da trajetória educacional o Instituto Sol deve estar fazendo mais diferença Exemplo de como ler os resultados a seguir • Um resultados de 32% de prob. de estudar em escola particular, indica que: • Um bolsista típico do Instituto Sol teria pouco menos de 1/3 de chance de conseguir acessar uma escola particular, considerando seu contexto socioeconômico. • Dito de outra forma, 2/3 dos bolsistas jamais teria acesso ao ensino médio em escola particular. • De fato, o Instituto faz com que 100% de seus beneficiários tenham acesso ao ensino médio particular. A comparação entre esses dados dá uma ideia do quão transformacional pode ser o trabalho do Instituto. Resultados – trajetória educacional • O gráfico mostra nossas estimativas que qual seria a trajetória educacional de jovens do perfil socioeconômico dos bolsistas do Instituto Sol, à luz da realidade (trazida pela PNAD). • Calculamos esses dados sempre para o perfil médio dos bolsistas e também para aqueles mais vulneráveis (renda per capita até R$ 1.500) e menos vulneráveis (renda per capita acima de R$ 1.500). 1. Começamos a leitura pela frequência a escolas particulares (primeiro conjunto de barras, à esquerda) ● Em média um jovem dentro do perfil médio dos bolsistas teria 32% de chance de estar cursando EM numa escola particular na RMSP. ● Naturalmente, para jovens de renda mais baixa esta chance cai para 13,5% (em contraste com 50,4% para os de renda mais alta). Resultados – trajetória educacional 2. Com relação à conclusão do ensino médio * (segundo conjunto de barras das esquerda para direita), ela é relativamente elevada para jovens na média do perfil de bolsistas: • Quase 80% destes jovens terão ensino médio completo dos 18 aos 24 anos. • Este índice cai para quase 70% para os jovens de baixa renda e chega a 90% entre os de renda mais alta. * Para quem concluiu alguma etapa de ensino, a PNAD não faz distinção se a etapa foi concluída numa escola pública ou privada. ● Assim, podemos concluir de que forma a trajetória ao longo do ensino médio destes jovens deve estar sendo influenciada pela atuação do Instituto Sol ● Por meio da bolsa de estudos e de todo o apoio destacado pelos entrevistados, o Instituto deve contribuir para que estes jovens consigam concluir o ensino médio , dentro da idade adequada, com o mínimo de intercorrências. ● Porém, dada a realidade destes jovens, simplesmente chegar ao fim do ensino médio não parece ser a maior das contribuições do Instituto ● O que parece sim ser a maior contribuição do Sol para a trajetória ao longo do ensino médio é fazer com estes jovens acessem e concluam o ensino médio em escolas particulares de alta qualidade. Resultados – trajetória educacional • Esta sim é uma oportunidade rara no contexto em que esses jovens estão inseridos (especialmente os de menor renda). • As escolas particulares que concedem as bolsas são sabidamente melhores que a maior parte das escolas públicas e oferecem melhores condições para acesso a boas universidades. • Assim, inferimos que a principal contribuição do Instituto é oferecer uma rara oportunidade para estes jovens possam acessar melhores oportunidades de ensino superior. • Esta conclusão vai muito em linha com as evidências qualitativas, em que estudantes e responsáveis destacam muito o aumento do rol de possibilidades (de formações e de universidades) que passaram a considerar a partir de tudo o que tem vivido nas escolas em que estudam. 3. O acesso ao ensino superior para jovens no perfil dos bolsistas é o maior gargalo na trajetória educacional (terceiro conjunto de barras da esquerda para direita). ● A despeito de a maioria concluir o ensino médio entre 18 e 24 anos, apenas 29,1% acessam a faculdade nesta mesma faixa etária. ● Este índice de acesso ao superior cai a 17,7% entre os jovens de menor renda e chega a não mais do que 40,5% entre os menos vulneráveis. 4. Como consequência, o percentual de formados no superior no perfil médio dos bolsistas é baixíssimo , apenas 6,5% (último conjunto de barras à direita). ● São apenas 4% de formados entre os jovens de baixa renda e 9,1% entre os renda mais alta. Resultados – trajetória educacional • Desta forma, apesar de o Instituto Sol ainda ter poucos bolsistas já na faculdade, as análises já nos permitem inferir que viabilizar este acesso e contribuir que o curso superior seja concluído será uma contribuição muito significativa para jovens dentro do perfil atendido pelo instituto. • Além de ser uma oportunidade muito rara, especialmente para jovens de família de menor renda, é possível dizer que acessar e concluir o ensino superior traz impactos importantes longo prazo (conforme calculamos a seguir). 2.3 Renda ● Concluímos que ao ajudar jovens a ingressar e concluir o ensino superior, o Instituto Sol está garantindo uma oportunidade para poucos. ● Agora, vamos estimar qual o impacto de longo prazo de se concluir o ensino superior . Focamos no impacto sobre o aumento da renda do trabalho , o que chamamos de retorno do ensino superior : ○ Ou seja, o quanto ter o diploma universitário (algo que o Instituto Sol pretende garantir) agrega na renda do trabalho. ● Para isto, adotamos outro procedimento, mas com os mesmos dados: 1. Acessamos os microdados da PNAD 2023*; 2. Recortamos apenas adultos (18 a 65 anos) que moram na RMSP**; 3. Estimamos, por meio de um modelo estatístico ( equação de Mincer), o retorno, de concluir o ensino superior; ■ Consideramos aqui o ‘retorno’ de concluir o ensino superior o diferencial médio de rendimento do trabalho entre quem concluiu o ensino superior e quem concluiu apenas o ensino médio; ■ Este retorno é controlado (ou seja, isolado) pelo perfil sociodemográfico das pessoas. 4. Então, fazemos uma projeção de como este retorno se comportaria o longo de uma vida produtiva, de tal forma, que sejamos capazes de ‘totalizar’ o “benefício monetário” de se concluir o ensino superior ao longo da vida; 5. Importante lembrar que este exercício não utiliza dados do Instituto Sol, é uma projeção apenas com dados da PNAD. * A PNAD (em sua versão contínua) é divulgada em diferentes versões. A versão que contém os dados que precisamos (em particular, a renda domiciliar per capita) é a ‘Anual/Visita 5’, cujo ano mais recente disponível é 2023. ** Sabemos que o Instituto Sol atua apenas na capital, mas para obter uma amostra maior, adotamos como recorte a RMSP. Metodologia – renda