Supremo Tribunal Federal (STF) retomou na última quinta-feira (24) o julga- mento sobre descriminali- zação do porte de drogas para consumo pessoal. Du- rante a sessão, o ministro André Mendonça pediu vistas, considerando que o novo ministro Cristiano Zanin votou pela crimina- lização do porte. Rosa Weber, que se aposentará em setembro da Corte Superior, decidiu antecipar seu voto a favor da descriminalização. Assim, o placar está em cinco votos a um a favor descriminalização somente do porte de maconha para uso pessoal. A única divergência de Cristiano Zanin não pare- ce afetar o resultado esperado pela sociedade. Isso porque mesmo acreditandoque deve ser considera- do crime o porte de drogas, o recém-empossado en- dossa o voto de Alexandre de Moraes na parte que definecritériosobjetivosparadiferenciarusuáriode traficante, ou seja, 60 gramas ou 6 plantas fêmeas. Chamou a atenção a consciência dos ministros para a complexidade do problema, que deve ser equalizado por todos os poderes da República. Vale citar que o ministro Gilmar Mendes defendeu “o aprimoramento do marco regulatório do setor” e destacouaestigmatizaçãoemarginalizaçãodeusuá- rios, bem como as injustiças sociais que condenam negros, pardos, jovens e pobres ao encarceramento. No mesmo sentido, a ministra Rosa Weber desta- cou que“precisamos dar um passo à frente”, e que o consumo de drogas estritamente pessoal coloca em riscoasaúdeindividualdousuário,sendoimportan- te privilegiar a “autonomia para de acordo com a consciência individual de cada um realizar as esco- lhas fundamentais para o desenvolvimento da sua vida”. A ministra pontuou que a intenção do legisla- dor ficou clara em 2006 no sentido da despenaliza- ção, visto que a mera conduta de trazer consigo en- torpecentes para consumo próprio não tem como bem jurídico tutelado a saúde pública, mas sim a saúde individual de cada pessoa. A atual presidente daCorteasseverouquenãoésustentável a premissa dequetodousuáriocometerádelitosparasatisfação do seu uso. Tocou ainda na sua percepção em visitas recentes a unidades prisionais: encarceramento em massa de meninos e meninas, geralmente negros e pardos, em função de tráfico. Gilmar,aorevistarseuvotode2015,lembrouque já se debruçou sobre inúmeros casos em que não há qualquerindicativodeenvolvimentocomorganiza- ções criminosas. Após o voto contrário de Zanin à tese da descri- minalização, os demais ministros argumentaram que, ao considerar crime o porte de drogas, os usuá- Importante destacar que o STF julga a constitu- cionalidade do Artigo 28 da Lei das Drogas (Lei 11.343/2006). Para diferenciar usuários e traficantes, a norma já prevê penas alternativas de prestação de serviços à comunidade, advertência sobre os efeitos das drogas e comparecimento obrigatório a curso educativoparaquemadquirir,transportarouportar drogas para consumo pessoal. A lei de 2006 deixou de prever a pena de prisão, mas manteve a crimina- lização.Dessaforma,usuáriosdedrogasaindasãoal- vos de inquérito policial e processos judiciais que re- sultam em encarceramento em massa. No caso con- creto que motivou o julgamento, a defesa de um condenado pede que o porte de maconha para uso próprio deixe de ser considerado crime. O acusado foi detido com três gramas de maconha. Não há invasão de competências do poder legis- lativo pelo STF. Isso porque o Congresso já se mani- festou sobre o tema em 2006, quando discutiu a Lei de Drogas 11.343 e decidiu que usuários não devem ser presos (art. 28). O Poder Judiciário se debruça so- bre um tema quando for provocado por uma ação judicial.Éocasodojulgamento,comrepercussãoge- ral reconhecida, e tendo por norte a agenda de pau- tas da ONU até 2030: saúde e bem-estar; paz justiça e instituições eficazes. A Corte tem se orientado pela busca de consenso, ao encerrar julgamentos com o chamado voto mé- dio, que consolida o posicionamento de todos seus integrantes.Ajulgarpelasessãodessaquinta,ojulga- mentoficarárestritoàmaconha,edefiniráquantida- des objetivas de cannabis para aferir a intenção da pessoa:consumopróprioouvenda.Aopautartemas polêmicos e históricos antes de sua aposentadoria, Weberensinaqueassimcomoumarosa,ojulgamen- tojudicialpoderepresentarabuscapelajustiça,apro- teção de direitos e o alcance de soluções equitativas. Porém, assim como os espinhos que acompanham a rosa, o processo judicial também pode ser longo, complexo e trazer desafios significativos. rios serão submetidos aos efeitos secundários da lei penal, a exemplo da reincidência em caso de condu- ta reiterada, e privação de direitos fundamentais de cidadãoscomoprivacidade,dignidadedapessoahu- mana e liberdade, bem como o próprio acesso a tra- tamento de saúde. Ainda reagindo a Zanin, Weber citou que cigarro ebebidasalcoólicassãopermitidosnopaís.Parapro- teger as pessoas já existem políticas públicas como campanhas pedagógicas e institucionais materiais que alertem sobre riscos e complicações decorren- tes de seu consumo. ALei9.294/1996tratadepropagandadeálcool,ci- garro e medicamentos e é claro exemplo disso. A lei do governo FHC regulamenta o art. 220 par. 4 da Constituição Federal, ao modular a liberdade de ex- pressão para limitar propaganda de produtos que possam representar risco à saúde das pessoas. Ao pautar temas polêmicos e históricos antes de sua aposentadoria, Weber ensina que o julgamento judicial pode representar a busca pela justiça, a proteção de direitos e o alcance de soluções equitativas Mais voluntariado, menos indiferença Hoje, no Dia Nacional do Vo- luntariado, vale lembrar que não é verdade a afirmação de que, ao se doarem, as pessoas não dese- jam nada em troca. É justamen- te o contrário! O voluntário tem o grande sonho de mudar o mundo, de acabar com a indife- rença, a ganância e a soberba, doenças que paralisam e cor- roem a nossa sociedade. Para ele, a simplicidade, a sensibilidade, a empatia e o amor são a cura. A ação, o comprimido. O voluntário, em essência, é aquele que não consegue convi- ver com a nefasta indiferença humana e todos os males que ela tem causado a nós mesmos e ao planeta. Ele mostra interesse ge- nuíno pelo outro; está junto nos momentos difíceis, criando rela- ções baseadas na confiança, no apoio mútuo. O voluntário é a gota que move o oceano, a se- mente que le- vanta florestas. Seu maior superpoder é se colocar no lugar de outra pessoa, seja na busca de soluções para problemas ou quando conse- guimos levar um mínimo de felicidade para aqueles que mais precisam. Como a alma de um palhaço, a do voluntário se alimenta de pequenos sorri- sos de crianças doentes, idosos abandonados ou pessoas ca- rentes. Essa ap- tidão para se identificar com o outro, sentindo o que ele sente, desejando o que ele deseja, apren- dendo da forma como ele apren- de tem um nome: empatia. Tivemos, ao longo da história diversos exemplos de como o vo- luntariado contribuiu para miti- gar os efeitos de catástrofes cli- máticas, pandemias e outras tra- gédias. No entanto, não é somen- te nos grandes eventos que ele está presente, atuando firme- mente para que pessoas, animais e natureza fiquem um pouco menos vulneráveis. Só quem deu a mão a alguém em situações di- fíceis sabe o quanto ajudar o ou- tro aquece o coração. Espero que, de agora em dian- te, assim como nos unimos em momentos cruciais para a evolu- ção da humanidade, também possamos construir um novo mundo em que pessoas se im- portam com pessoas. O cami- nho? Sabemos de cor: criar, ur- gentemente, as pequenas células sustentáveis, colaborativas, em- páticas, solidárias e pacíficas: as Células Sociais Caórdicas. Juntas, elas irão promover as transfor- mações necessárias. Só nos resta, prazerosamente, percorrermos esse caminho. Seu maior superpoder é se colocar no lugar de outra pessoa, seja na busca de soluções para problemas ou quando conseguimos levar um mínimo de felicidade para aqueles que mais precisam O O mundo virtual do metaverso entra na rotina de trabalho O P I N I Ã O E S T A D O D E M I N A S ● S E G U N D A - F E I R A , 2 8 D E A G O S T O D E 2 0 2 3 7 H ENRIQUE M EDEIRO Especialista em gest ã o e psicanalista, autor do livro “Células Sociais Caórdicas – O caminho para um novo mundo ” . É formado em Tecnologia da Informaç ã o com MBA em Gest ã o Empresarial pela FGV e tem mais de 25 anos de experiência no mercado de tecnologia SUCURSAL S Ã O PAULO Alameda Joaquim Eugênio de Lima, nº 732/766 - Edif í cio Mary Harriet Speers - 7º andar - Bairro Jardins - S ã o Paulo - SP CEP: 01403-000 ● Fone: (11) 3372-0022 ● e-mail: sucursal.sp@uai.com.br e associadossp@uaigiga.com.br SUCURSAL RIO DE JANEIRO Rua Fonseca Teles, 114 a 120 – bloco 2 - 1º andar - S ã o Cristóv ã o – Rio de Janeiro - RJ CEP: 20940-200 Tel : (21) 2263-1945 ● Fax: (21) 2263-2045 e-mail: sucursal.rj@uai.com.br Avenida Get ú lio Vargas, 291 - Funcionários, Belo Horizonte-MG-Cep 30112-020 Filiado ao Instituto Verificador de Circulaç ã o TABELA DE PREÇOS REPRESENTANTES EXCLUSIVOS TELEFONES DE APOIO D.A PRESS MULTIM Í DIA (31) 3263-5000 F U N D A D O E M 7 D E M A R Ç O D E 1 9 2 8 Redaç ã o (31) 3263-5330 Editorias: Gerais (31) 3263-5486 Pol í tica (31) 3263-5165 Economia (31) 3263-5036 Esportes (31) 3263-5453 Internacional (31) 3263-5301 Opini ã o (31) 3263-5249 Cultura, TV e Pensar (31) 3263-5279 Fotografia (31) 3263-5214 Turismo (31) 3263-5486 Vrum (31) 3263-5349 Feminino & Masculino (31) 3263-5260 Bem Viver (31) 3263-5048 Portal Uai (31) 3263-5245 Redes sociais (31) 3263-5081 (31) 99402-0234 fale.conosco@em.com.br Central de atendimento (31) 3263-5800 De segunda a sexta-feira, das 7h à s 16h Sábados, domingos e feriados, das 7h à s 13h DEPARTAMENTO DE COBRANÇA (31) 3263-5421 DEPARTAMENTO COMERCIAL (31) 3263-5501 e (31) 3263-5224 SERVIÇO DE ATENDIMENTO À VENDA AVULSA WhatsApp: (31) 99310-3419 S/A ESTADO DE MINAS SERVIÇO DE ATENDIMENTO AO ASSINANTE VENDA AVULSA (R$) Localidade 2ª a sábado MG, SP, RJ (capital) RJ (interior), ES e DF 2,50 3,50 Domingos 3,50 4,50 Outros estados 5,00 6,50 ASSINE em.com.br/assine ▲ SEDE TELEFONE GERAL ATENDIMENTO PARA PESQUISA E VENDA DE CONTE Ú DO: Por e-mail e telefone : de segunda a sexta, das 9h à s 22h/ sábados, das 14h à s 21h/ domingos e feriados, das 15h à s 22h. Telefones : (61) 3214.1575 /1582/1568/0800 647 73 77. Fax : (61) 3241.1595. E-mail : dapress@dabr.com.br Site : www.dapress.com.br ANUNCIE Publicidade (31) 3263-5501/5197 Classificados ( Pequenos An ú ncios Fonados) (31) 3228-2000 ▲ Quem disse que as Rosas n ã o falam? C LAUDIA DE L UCCA M ANO Advogada e consultora empresarial, atuando desde 1999 na área de vigil â ncia sanitária e assuntos regulatórios. Fundadora da banca DLM e responsável pelo jur í dico da associaç ã o Farmacann O metaverso é uma realidade virtual, onde as pessoaspodeminteragiratravésdeavatares.Eletem ganhado cada vez mais visibilidade, não só no mun- do dos games e entretenimento, mas se faz presen- te e relevante também no mundo empresarial, pro- metendoimpactardiretamentearotinadetrabalho em um futuro próximo. Ele levanta altas expectativas e já começa a ser usado por empresas, visando garantir mais produti- vidade e mudando a forma de comunicação, opera- ção de máquinas e muito mais. Entenda como a ex- periência de trabalho passarápor alteraçõescom es- sa nova realidade virtual. Essa nova realidade oferece uma experiência imersiva onde é possível visitar lojas, realizar com- pras, realizar reuniões virtuais, andar por dentro de umacasanovaparajávercomoelaficaráantesmes- mo de qualquer tijolo ser colocado, se entreter com jogos e outras centenas de possibilidades que ainda estãoemdesenvolvimento.Pormeiodousodeócu- los RV e outros equipamentos de realidade virtual que permitem a integração de ações no mundo real aovirtual,atecnologiapossibilitaqueasaçõessejam infinitas,oportunizandosuaintegraçãocommáqui- nas e equipamentos usados no mundo real. Narotinadetrabalhodasempresas,ousodome- taverso promete impactar diretamente o modo das pessoas executarem suas funções e também cria o conceitodoHomeOffice2.0,ondecolaboradorespo- dem interagir à distância, mudando relações no tra- balho. Isso envolve a presença das pessoas em escri- tórios no mundo virtual através de aplicativos que já estão sendo testados, possibilitando que os avata- res interajam em reuniões usando fones e os óculos de realidade virtual. Essatendênciadeanywherework,outrabalhode qualquer lugar, se intensificou ainda mais com a pandemia de COVID-19, que forçou as pessoas a se isolarem socialmente, dando força e visibilidade pa- rainvestimentosnometaversopelasempresas.Pois muitas delas passaram a adotar o modelo de traba- lho híbrido. Assim, tem sido encarada como uma al- ternativa aos sentimentos de isolamento e proble- mas psicológicos resultantes de pessoas que não in- teragemfisicamentecomoutrasdurantelongasho- ras de trabalho em casa. Nosrecursoshumanosoimpactotambéméevi- dente, já que o metaverso possibilita realizar entre- vistas, processos demissionais e encontrar talentos que residem em regiões distantes. Assim, distâncias são eliminadas através do mundo digital, possibili- tando interações na rotina de trabalho para criar contato próximo com colegas de trabalho, clientes e até consumidores. Novas tecnologias também têm sido desenvol- vidas para interagirem com o metaverso em dife- rentes campos. Isso pode ser visto com a possibili- dade de cirurgiões que conseguem realizar opera- ções com mais precisão nos procedimentos, ou ainda sem estarem na sala de cirurgia. Equipamen- tos integrados à internet permitem que os médi- cos operem robôs à distância, evitando desloca- mentos, seja em outra cidade ou país. Essa forma de trabalho também se aplica à indústria, que bus- ca soluções no metaverso para criar uma rotina de trabalho livre de acidentes. Retirando colaborado- res de ambientes de exposição, que possam ter substâncias nocivas à saúde. Oprognósticodeinvestimentonometaversope- las empresas, incluindo as pequenas e médias, tem previsãoderondaros13trilhõesdedólaresaté2030, mostrando a força que essa nova realidade virtual trará para as rotinas de trabalho. Ainda que pareça uma realidade distante, já existem empresas, como a americana Republic Realm, que negociou US$ 4,3 milhões em terrenos digitais, um tipo de ativo imo- biliário no mundo virtual. Comtantosbenefíciosaindaaseremexplorados, o metaverso promete ser uma das maiores tendên- cias na mudança da forma e rotina de trabalho nas próximas décadas, sendo um campo relevante que merece a atenção de empresários e empreendedo- res. Contudo, sabemos que ainda existem muitos desafios para que o metaverso se torne popular, tais como: equipamentos caros para acessar os ambien- tes virtuais e velocidade dos provedores de internet. Arealidadeéqueele está em constantecrescimento e que, em um curto período de tempo, se tornará presente na rotina de muitas pessoas. D AVID DE F REITAS N ETO Cofundador e Enterprise Sales Executive da Zeev