PROJETO TÉCNICO Logística Rodoviária Gaúcha Felipe Brum de Brito Sousa, Eng. PhD 1. Objetivo Geral do Projeto Analisar detalhadamente a logística de cargas circulantes no RS, contribuindo para: www.sousadg.com.br • aperfeiçoamento do controle operacional e financeiro da concessionária; • melhoria da satisfação dos usuários da concessionária; • maior conhecimento do transporte rodoviário/multimodal brasileiro; • maior competitividade brasileira frente ao mercado internacional (desenvolvimento da logística autônoma); • intercâmbio de experiências entre Estado da Arte (Universidade) e Estado da Prática Brasileiro/Internacional (concessionárias e operadores rodoviários). 1.1. Objetivos Específicos do Projeto Os objetivos específicos deste projeto são os seguintes: • Integrar informações de operadores, concessionárias, Universidades e Governo; • Identificar o perfil dos transportadores rodoviários/multimodais (níveis tecnológicos e de inovação); • Conhecer os métodos de controle de carga empregados; • Compreender a cadeia logística de transporte em função de variações na economia; • Analisar as tecnologias embarcadas aplicadas; • Conhecer o processamento e administração de informações pelos transportadores; • Classificar os tipos de cargas transportadas e setores econômicos vinculados; • Quantificar a economia circulante permitindo previsões de movimentações logísticas futuras; • Reconhecer o tipo de informação sobre a operação rodoviária necessária aos operadores logísticos nos diversos níveis da cadeia de produção, para possibilitar o processo logístico autônomo; • Auxiliar no processo de implantação da logística autônoma no Brasil. www.sousadg.com.br 2. Introdução Constatou-se que 68,7% dos caminhões são Os processos de produção e novas de propriedade de transportadoras de carga, tecnologias aumentaram a eficiência e 17,4% dos veículos são próprios, e 11,2% minimizaram os custos de fabricação. Os pertencem ao dono da carga (ver Figura 1). ganhos obtidos de custo e prazo de entrega podem ser prejudicados devido a integração Distribuição Percentual dos Caminhões por Proprietário desequilibrada e instável de processos de 2,7% produção com o transporte (Frazzon et all., 11,2% 17,4% 2009). As conexões eficazes são essenciais para promover a concorrência da cadeia logística global (Christopher, 1992 apud Frazzon el all., 68,7% 2009). De forma a fomentar estas aspirações, os métodos e tecnologias que possibilitam os Próprio Transportadora Dono da Carga Outro fluxos de informação ao longo das cadeias globais devem ser promovidos. Figura 1. Propriedade dos caminhões. A atividade de transporte consiste em um dos A quantidade de vezes semanais que os elementos mais relevantes na composição transportadores utilizam a rodovia onde foram dos custos logísticos. Nos países entrevistados é bastante distribuída. Somente desenvolvidos, os fretes compõem 60% dos 11,8% deles usa a rodovia uma vez por gastos logísticos totais, e entre 9% e 10% do semana, 53,9% dos transportadores usa a PIB (Rodrigues, 2007). No Brasil os custos de rodovia de duas a quatro vezes por semana, transportes são ainda superiores, devido à e 11% utiliza a rodovia todos os dias (ver ineficiências e carências de infra-estrutura. Tabela 1). É possível observar que os transportadores de cargas do Univias são Estudos da Agência Nacional de Transportes usuários bastante cativos, o que sugere Terrestre (ANTT, 2004 apud Gonçalves e deslocamentos curtos. Costa, 2009) mostram que aproximadamente 87% da carga geral brasileira é transportada por modo rodoviário, evidenciando a Tabela 1. Utilização da rodovia necessidade de alta eficiência deste setor no Vezes por Semana país. % de Veículos Utiliza a Rodovia 1 11,8% A Logística de Cargas no Consórcio Univias 2 18,4% representa 28% do tráfego total pedagiado (22 mil veic/dia), contabilizando 50% da receita 3 18,8% bruta arrecadada. Dessa forma, é de grande 4 16,7% valia conhecer detalhadamente as 5 16,3% características e recursos dos 6 6,9% transportadores, de modo a atender suas 7 11,0% necessidades, fidelizando esses clientes. Total 100,0% 3. Perfil da Logística no Univias O grau de escolaridade dos caminhoneiros Durante o último trimestre de 2009, foi surpreendentemente é bastante elevado, 59% realizada pesquisa com transportadores de deles estudou pelo menos até o ensino médio carga que utilizam as rodovias do Univias. O (ver Tabela 2). objetivo da pesquisa era avaliar o perfil logístico circulante, identificando padrões de deslocamento e os tipos de cargas transportadas. www.sousadg.com.br Tabela 2. Grau de Escolaridade. Tabela 3. Idade do motorista. Idade do Distribuição Escolaridade % Distribuição (%) Usuário Acumulada (%) 1º Grau 41,0% 21- 25 5,9% 5,9% 2º Grau 54,7% 26 - 30 17,6% 23,5% 3º Grau 4,3% 31 - 35 21,2% 44,7% Total 100,0% 36 - 40 21,2% 65,9% 41 - 45 17,3% 83,1% Quanto à idade dos transportadores, a maior 46 - 50 10,2% 93,3% parte deles (42,4%) têm de 30 a 40 anos, 51 - 55 4,3% 97,6% 23,5% possui menos de 30 anos, e somente 56 - 60 1,2% 98,8% 6,7% apresenta mais de 50 anos (ver Tabela 60 - 65 1,2% 100,0% 3). Os tipos de cargas transportadas são bastante variados, assim como a finalidade das mesmas (ver Tabela 4). 32,5% são alimentos e bebidas, 10,5% são grãos, 8% são papéis e embalagens, e 6,3% são móveis. 43,8% tem como finalidade o comércio, 16,8% a indústria, 16,4% destinam-se à exportação e 11,8% direcionam-se a serviços. Tabela 4. Tipo de Carga X Finalidade Finalidade da Carga Comércio Varejista/ Agroindústria Exportação Total geral Atacadista Hospitalar Industria Serviços Eventos Fretes Tipo de Carga Algodão 0,42% 0,42% Alimentos e Bebidas 24,47% 0,42% 0,84% 1,69% 4,64% 0,42% 32,49% Animais Vivos 1,27% 1,27% Combustível 1,27% 2,53% 0,84% 0,42% 0,84% 5,91% Contêineres 1,69% 1,69% Correspondência 0,42% 0,42% Couro 0,42% 0,42% 0,84% Eletroeletrônicos 2,11% 2,11% Fumo 3,80% 3,80% Grama/Flores 0,42% 0,42% 0,84% Grãos 2,11% 2,11% 1,69% 4,64% 10,55% Lixo 0,42% 0,42% Madeira e celulose 0,42% 1,27% 1,27% 0,42% 3,38% Matéria Prima 0,42% 0,42% Material de Construção 1,69% 0,84% 2,11% 4,64% Metais 1,69% 1,27% 1,69% 1,27% 5,91% Móveis 2,53% 0,84% 1,69% 0,42% 0,84% 6,33% Mudanças 0,42% 0,42% Papel, plástico, embalagens 2,95% 0,42% 0,42% 0,84% 3,38% 8,02% Produtos Químicos/Liquido 0,84% 1,69% 0,84% 1,27% 0,42% 0,84% 5,91% Ração para animais 0,84% 0,84% Residuo industrial 0,42% 0,42% Sapatos 0,42% 0,84% Veículos e peças automibilisticas 0,42% 0,42% 0,84% 0,42% 2,11% Total geral 6,33% 43,88% 1,69% 16,46% 1,69% 1,27% 16,88% 11,81% 100,00% Na Figura 2, estão desenhadas as linhas de desejo do transporte de cargas no Univias, Grande proporção dos deslocamentos de considerando-se os Conselhos Regionais de carga ocorrem dentro dos Coredes do “Vale Desenvolvimento do Estado (Coredes). Como do Taquari”, e “Serra”. Também ocontecem é possível observar, confirma-se a relevante parcela de fretes originados no constatação de que a maior parte dos Corede “Vale do Taquari” para o Corede deslocamentos são de curto alcance (ver “Serra”, assim como do Corede “Metropolitano setas laranjas e vermelhas na Figura 2). www.sousadg.com.br Delta do Jacuí” para o Corede “Centro-Sul” será desenvolvido um questionário fechado (ver Figura 2). com os transportadores de forma a inferir estatisticamente suas opiniões (Etapa 4). 3. Metodologia A metodologia de trabalho é basicamente composta por 7 etapas (ver Figura 3). Na primeira etapa, serão levantados na bibliografia os atributos necessários para desenvolvimento da logística global e autônoma. Depois, serão feitos grupos focados com transportadores identificando o seu atual nível de desenvolvimento, e os aspectos necessários para melhoria da logística de transporte rodoviária e multimodal brasileira. Para complementar os grupos focados, será realizado questionário aberto com os transportadores, levantando suas condições operacionais e necessidades de melhoria Figura 3. Metodologia do Projeto. (Etapa 3). Com base nas informações dos grupos focados e dos questionários abertos, de 1,00% a 2,00% de 2,01% a 3,00% acima de 3,01% Figura 2. Linhas de Desejo do Transporte de Cargas no Univias www.sousadg.com.br Após os levantamentos, desenvolver-se-á um Gonçalves, B. S., Costa, M. B. B. (2009) relatório (Etapa 5) com as principais Tomada de Decisão em Nível Estratégico conclusões da fase de investigação de entre Transporte Rodoviário ou Transporte campo. Apontar-se-á sobre o atual estágio de Intermodal para o Escoamento de Carga maturidade da logística de carga do país Geral no Brasil. XXIII ANPET – Congresso de frente ao mercado internacional. Neste Ensino e Pesquisa em Transportes, Vitória, relatório serão propostas as perspectivas ES. futuras do setor, assim como as soluções para desenvolvimento da logística rodoviária Rodrigues, P. R. A. (2007) Introdução aos nacional em comparação aos países mais Sistemas de Transporte no Brasil e à Logística desenvolvidos (Etapa 6). Internacional. Editora Aduaneiras, São Paulo. Por fim, depois de levantadas as soluções propostas, será realizado um período de acompanhamento do uso e dos resultados alcançados com o uso dessas soluções. A idéia final é concluir sobre a perspectiva futura da logística rodoviária brasileira, e como os provedores de infra-estrutura e operação rodoviária podem contribuir nesse processo. 6. Considerações Finais Este projeto constitui em um grande avanço no conhecimento sobre o transporte de cargas no Univias, no Estado de Rio Grande do Sul e no país. Isto permitirá ao Univias uma melhoria significativa no planejamento operacional e financeiro da concessionária. Será possível compreender melhor os anseios dos operadores logísticos, melhorando a imagem da concessionária. As informações colhidas serão de grande valia para o aperfeiçoamento e competitividade do transporte nacional e da multimodalidade das cadeias de produção. Internamente para o Univias, Universidades parceiras, e para o setor rodoviário é uma interessante oportunidade de aumentar o conhecimento técnico das pessoas envolvidas, dispendendo um pequeno investimento. Além disso, é possível colocar em prática as inovações científicas discutidas na academia. 7. Referências Bibliográficas Frazzon, E. M., Makuschewitz, T., Scholz- Reiter, B., Novaes, A. G. (2009) Aspects on the Integration of Production and Transport Processes Along Global Supply Chains. XXIII ANPET – Congresso de Ensino e Pesquisa em Transportes, Vitória, ES.
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