26 correiodominho.pt 13 de Outubro 2018 11 de Janeiro 2020 correiodominho.pt 27 Opinião Ideias PEDRO MADEIRA FROUFE Diretor Departamento Ciências Jurídicas-Públicas da Escola de Direito da Universidade do Minho Política económica e geoestratégica comum de defesa: uma inovação europeia? O início do ano e da década come- “latu sensu” o poder civil (político). Tra- clamando a importância da contenção e mente ou por mero equívoco, sugerida! E çou com um susto. De resto, es- ta-se de uma referência fundamental para da via diplomática na superação da crise. Trump sabe-o bem. A irrelevância geopo- se susto ainda não desapareceu o “Irão profundo”, não urbano, religioso Ainda bem, dizíamos, porque essa é a lítica que tenta impor à Europa, também totalmente. O assassinato no Iraque, pelas e, sobretudo, rural. Por outro lado, uma única via que, em termos de direito Inter- faz parte da sua estratégia para esvaziar o forças norte-americanas, do general So- certa elite citadina e ilustrada - que não se nacional e tendo em vista a estabilidade peso de potência económica – comercial leimani e a subsequente retaliação (apa- revê nesse poder dos Ayatollah’s - preten- mundial poderá (e deverá) ser prossegui- da União. Assim como os esforços para rentemente, sem grandes consequências) de timidamente fazer do Irão um Estado da. Creio que a posição europeia ficará potenciar qualquer sinal de desintegração do Irão, fez suster a respiração do mundo. aberto ao mundo ocidental, um Estado registada, nem que seja em nota de roda- (até agora, sem sucesso…ao contrário do Logicamente, também da Europa. laico, com total separação entre o poder pé positiva, da História. Porém, importa que pensava - e muitos pensariam ver O “raid” norte-americano acabou por li- político-civil e a religião. Soleimani era notar que a coloração secundária da posi- acontecer - com o “Brexit”). Claro está quidar o número dois da hierarquia (reli- peça fundamental, pelo que se sabe, do ção europeia fica sempre, de certo modo, que militarmente, a Europa é um anão. giosa) do Irão, o comandante supremo poder dos Ayatolha’s que, numa visão ligada também a uma certa irrelevância Mas não só de guerra ou da força de su- dos “Guardas da revolução”, ou seja, o ocidental, em bom rigor, nem sempre será para o desenrolar dos acontecimentos. gestão da guerra se faz o mundo e, sobre- braço armado do poder religioso. Importa propriamente religioso (apenas ou princi- Repare-se que os EUA não avisaram ne- tudo, a política direcionada para um de- perceber uma certa dualidade (ou mesmo palmente). nhum dos seus aliados naturais e tradicio- senvolvimento sustentável. E a política da uma certa coabitação informal ou equilí- Não nos interessa (até por falta de infor- nais – leia-se a União ou algum estado eu- guerra, desde logo conhecendo-se a His- brio de poderes de diferentes naturezas) mação rigorosa e refletida) aprofundar a ropeu. Muito menos tiveram sequer a tória e a origem da integração europeia, que marca a especificidade iraniana. Com problemática do Irão e a sua posição quer pretensão de sugerir um envolvimento não faz parte do seu ADN. efeito, há, no Irão, dois países, duas reali- no médio-oriente, quer no contexto da sua europeu nos acontecimentos, ao contrário Bom…mas isso, de todo o modo, não dades sociológicas, suportadas por dois tortuosa e perigosa relação com os EUA do que tinha sucedido com o erro históri- impede que se pense e construa, doravan- tipos de poder que delicadamente se equi- e, por decorrência, com Israel (ou vice- co de George W. Bush e a guerra/destrui- te, uma verdadeira e inovadora “política libram entre si: o poder civil e o poder re- versa); interessa-nos, sim, por agora, ano- ção do Iraque! Irrelevância é a forma co- económica e geoestratégica” comum de ligioso, ou seja, o autoproclamado poder tar alguns tópicos da posição da Europa mo a administração norte-americana olha defesa europeia….e esse será inevitavel- revolucionário religioso que, contudo, (leia-se, da UE) neste conflito geopolítico para a Europa (ou quer fazer crer ao mun- mente um dos próximos passos inovado- não se cinge aos assuntos espirituais. Este global. do que é assim que a olha) e, por decor- res do aprofundamento da integração. poder tem a pretensão de se implantar e Assim, a UE acabou – e ainda bem! – rência, para a integração europeia. Ainda governar, inspiradamente na “sharia”, as por ser um ator (até agora) secundário que, em termos económicos, essa irrele- questões políticas e mundanas, tutelando, neste conflito (espera-se que arrufo), pro- vância não possa ser, nem sequer ligeira- Quando ir ao Serviço de Urgência? profissionais de saúde, que con- da das urgências? Que situações não devem vir P ortugal é um dos países duz ao seu desgaste e que pode- Recorrermos às mesmas ape- ao SU? com maior número de rá resultar na dilatação do tem- nas quando necessário, esgo- Síndrome gripal; resfriado co- idas ao Serviço de Ur- po de resposta, com aumento tando sempre outras possibili- mum, prurido e eczemas, dores gência (SU) no mundo. dos tempos de espera, e na di- dades, tais como o médico de ósseas e articulares crónicas, Numa abordagem recente fei- minuição da capacidade de JORGE TEIXEIRA família, nos cuidados de saúde sintoma urinário; tonturas; dis- ta por peritos da Organização atendimento. O envelhecimento Diretor do Serviço de Urgência primários, ou a linha telefónica pepsia ou indigestação; fadiga; do Hospital de Braga para a Cooperação e Desenvol- da população e o aumento da da saúde 24 – SNS24 recusa alimentar. vimento Económico (OCDE), patologia crónica faz com que Voz à Saúde (808242424). Um dos motivos pelo qual os Portugal estava em primeiro lu- este tipo de doentes procure a pacientes preferem ir ao SU é a gar com cerca de 70 idas anuais urgência numa primeira abor- Que situações são urgentes e sua acessibilidade. No entanto, ao SU por cada 100 habitantes, dagem de tratamento dos seus dos cerca de 600 doentes por devem ser observadas no SU? os centros de saúde têm equipas mais do dobro da média dos sintomas. dia. Nos últimos 5 anos a Por exemplo acidentes e trau- reforçadas para melhorar o países da OCDE. Simultaneamente, a época da afluência a este Serviço aumen- ma; falta de ar; perda de cons- acesso nesta época de gripe, Em Portugal a autorreferen- gripe tem como consequência o tou 15%, com um aumento das ciência, confusão de início sú- com alargamento do números ciação é regra e o número de agravamento de patologias res- situações não urgentes em 46%. bito; perda de força unilateral, de médicos e/ ou horário de pacientes não urgentes que ha- piratórias crónicas, o que agra- Apenas no ano de 2019 as ad- desequilíbrio, alteração de lin- atendimento. bitualmente procura o SU varia va a procura dos Serviços de missões de pacientes não ur- guagem; dor torácica no centro Vamos todos contribuir para entre 30 a 50%. Esta grande Urgência para níveis verdadei- gentes situaram-se nos 42%. do tórax em aperto; dor violenta uma melhor utilização do Ser- afluência de doentes pouco ur- ramente alarmantes. Enquanto cidadãos o que po- e incapacitante; hemorragia viço de Urgência e para a otimi- gentes representa uma grande No Serviço de Urgência do demos fazer para contribuir pa- grave. zação global do atendimento, sobrecarga de trabalho para os Hospital de Braga são observa- ra uma utilização mais sustenta- com uma utilização mais asser-
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